As Principais Musas do Cinema Brasileiro Clássico

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O cinema brasileiro tem história e produziu boas produções ao longo de quase 100 anos de existência. Se no início havia preconceito com as damas que participavam dos filmes, com o tempo o status de musas ampliou-se e algumas se tornaram inesquecíveis. Infelizmente o tempo não foi justo com algumas e queremos, com essa matéria relembrar algumas estrelas que fizeram muito por nosso cinema. É imprescindível observar que muitas destas tiveram suas carreiras destacadas em outros meios, como a televisão. Nosso país tem uma rica tradição em telenovelas, e muitas destas atrizes alavancaram suas carreiras através de participações em novelas e minisséries. Contudo, suas carreiras no cinema merecem também serem lembradas.

Demos preferência a atrizes em atividade nas décadas iniciais, de 20 a 60, mas algumas tiveram seus melhores momentos a partir da década de 70, e por sua importância não tínhamos como deixar de fora. Esta não é uma lista definitiva, estaremos ampliando ela com a sua ajuda.
Adelaide Chiozzo (1931): A cantora e atriz iniciou sua carreira em 1946 atuando em “Segura esta Mulher”. Dois anos depois estava em É com esse que eu vou. Seu apogeu veiona década de 50,  onde atuava cantando músicas juninas nos filmes. Outros filmes:  Carnaval no fogo e Aviso aos Navegantes.

Berta Loran (1926): nascida em Varsóvia (Polônia), mudou-se para o Brasil aos 11 anos de idade e ingressou no teatro no início da década de 40. A estréia no cinema veio em 1955 em Sinfonia Carioca. Também foi destaque em muitas produções televisivas. Outros filmes: Como Matar Uma Sogra, O Golpe Mais Louco do Mundo e O Amante de Minha Mulher.

Dea Selva (1917 – 1993): A atriz teve grande destaque no cinema nacional durante a década de 30, sendo lembrada principalmente por sua atuação em Ganga Bruta, do diretor Humberto Mauro. Sua carreira se estendeu até meados da década de 50. Outros filmes de destaque: Bonequinha de Seda (1936), Depois Eu Conto (1956).

Dercy Gonçalves (1907-2008): Iniciando a carreira no teatro de revista, ficou conhecida sobretudo por sua participação em produções nas décadas de 50 e 60, sendo reconhecida pelo Guinness Book como a atriz que teve a maior carreira na história mundial. Seu bom humor e irreverência fizeram dela uma das atrizes mais queridas de todos os tempos.

Didi Viana (1911 – 1976): Uma das musas da Cinédia, participou de filmes como Bonequinha de Sêda (1936), Alô Alô Carnaval (1936) e Lábios Sem beijos (1930). A atriz demonstrou interesse na carreira artística desde a infância e debutou nos palcos.Após participar de concursos, foi selecionada por Adhemar Gonzaga para protagonizar Saudade.

Eliana Macedo (1926-1990): Nascida no Rio de Janeiro, se tornou a maior estrela da Atlântida Cinematográfica. Seu primeiro sucesso foi “E o Mundo se Diverte” (1948), onde interpretou duas personagens. Carnaval Atlântida, Samba em Brasília, Três Colegas de Batina e Amei um Bicheiro.

Eliane Lage (1928): A atriz filha de ingleses veio para o Brasil aos seis meses de idade. Em 1950 foi convidada por Tom Payne para fazer um teste para o filme Caiçara. Apaixonada por Tom, topou fazer o teste e se transformou em uma das atrizes mais queridas do cinema, embora detestasse a carreira. A consagração veio em Sinhá Moça (1953) quando ganhou o prêmio da crítica no Festival de Berlim.

Elvira Pagã (1920 – 2003): Atriz, compositora, cantora e vedete, tornou-se uma das maiores estrelas do teatro de Revista, fazendo também participações em muitos filmes como Alô, Alô Carnaval (1936), Assim Era a Atlântida (1975) e Aviso aos Navegantes (1950).

Nadia Lippi (1956): Nadia iniciou a carreira ainda criança participando da telenovela A Pequena Órfã. Nos anos 70 a atriz participou ativamente em pornochanchadas. Seu filme mais famoso foi “A Árvore dos Sexos” (1977). Outros filmes de destaque foram Na Estrada da Vida (1980) e Insônia (1980). Nos anos 1980, Nádia participou de dois filmes de Os Trapalhões.

Yoná Magalhães (1935-2015): A carioca iniciou a carreira na TV Tupi em 1954, onde fazia pequenos papéis de figurante. Após participar de muitas produções teatrais. No cinema participou de filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol, Opinião Pública (1967) e Alegria de Viver (1958). A partir da década de 70 se destacou em trabalhos na televisão.

Zezé Motta (1944): Uma das atrizes mais carismáticas do Brasil, participou de filmes como Vai trabalhar, vagabundo (1973), Ouro Sangrento e Anjos da Noite. Seu maior sucesso veio com Xica da Silva (1976), filme que a consagrou internacionalmente. Também é uma excelente cantora.

Carmen Miranda (1909-1955): Carmen  estreou no cinema em 1936 em  Alô, Alô Carnaval ao lado de sua irmã Aurora Miranda. Como cantora apresentou-se ao lado de sua irmã por todo o país. No final da década de 30 veio a chance de se estabelecer na América, e Carmen partiu para uma carreira internacional, se tornando a atriz brasileira de maior destaque nos Estados Unidos até hoje.

Carmen Santos (1904-1952): atriz e diretora, foi uma das primeiras mulheres produtoras do cinema brasileiro. Fundadora da Brasil Vox Filmes, participou de filmes como Sangue Mineiro (1930), Limite (1931) e Favela dos Meus Amores (1935).

Eva Todor (1919): Ao longo de 80 anos Eva trabalhou no teatro, cinema e televisão. Sua estréia nas telas veio com  “Os Dois Ladrões” (1960), de Carlos Manga, um dos últimos filmes das chanchadas. Em 1964 atuou em “Pão, Amor e… Totobola”, de Henrique Campos. Dentre suas participações mais recentes no cinema está “Meu Nome Não é Johnny”.

Glória Menezes (1934): A atriz estreou nos palcos, seguindo carreira na Tv Tupi. Em 1962 participou do filme O Pagador de Promessas, onde atuou ao lado de Leonardo Vilar e Anselmo Duarte. A partir da década de 70 dedicou-se mais à televisão, se tornando uma das atrizes mais queridas das telas. Outros filmes: Lampião, o Rei do Cangaço (1964), O Descarte (1973).

Marília Pêra (1943 – 2015): Marília conquistou ao longo de sua carreira cerca de 80 prêmios, e atuou em 49 peças, 29 novelas e 24 filmes. Sua estréia nas telas veio com O Homem que Comprou o Mundo (1968). Dentre os maiores sucessos: Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980), Bar Esperança (1982) e Dias Melhores Virão (1989).

Norma Bengell (1935 – 2013): a carioca se transformou em uma vedete da trupe de Carlos Machado, estreando no cinema em O Homem do Sputinik. No filme fazia um cover de Brigitte Bardot. Em 1962 protagoniza o primeiro nu frontal da história do cinema naciona em Os Cafajestes. Também participou de O Pagador de Promessas (1962), Noite vazia (1964) e Abismu (1970).

Odete Lara (1929 – 2015): Uma das atrizes mais belas do cinema brasileiro,estreou no cinema na década de 50,  participando de mais de 40 produções desde então. Dentre os diretores com quem trabalhou estão Glauber Rocha, Walter Hugo Khouri, Nelson Pereira dos Santos, Antonio Carlos da Fontoura, David Neves, Carlos Diegues, Anselmo Duarte e Hugo Carvana. Filmes de destaque: Arara vermelha (1957), As sete evas (1962) e Noite Vazia (1964).

Ruth de Souza (1921): Uma das melhores atrizes brasileiras, iniciou a carreira em 1948 quando estrelou “Terra Violenta”.A partir daí, sua carreira prossegue no cinema em diversas produções das três empresas cinematográficas brasileiras: Atlântida, Maristela Filmes e Vera Cruz. A atriz concorreu ao prêmio de Melhor Atriz de Veneza por sua atuação em Sinhá Moça (1953). Outros filmes de destaque: “Ravina” (1958), “Assalto ao Trem Pagador” (1962).

Tônia Carrero (1922): Tonia foi a estrela maior da Vera Cruz. Sua estréia foi no teatro, ao lado de Paulo Autran. Sua estréia nas telas foi em  Querida Susana (1947). Dentre seus maiores sucessos estão Apassionata (1952), Tico-Tico no Fubá (1952) e É Proibido Beijas (1955).

Adriana Prieto (1950 – 1974): a atriz nascida na Argentina foi premiada por sua participação em El Justicero, de Nelson Pereira dos Santos e com Lucia McCartney, ganhou o Prêmio Air France de cinema como melhor atriz de 1971. Também em 1971, foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Brasília por sua atuação no filme Um Anjo Mau. Faleceu aos 24 anos em um acidente automobilístico.

Ana Rosa (1942): A atriz que estreou na tv aos 20 anos, se tornando uma das mais atuantes do país. Dentre os filmes de destaques estão Quatro Brasileiros em Paris (1965), Os Diabólicos Herdeiros (1966), O Pequeno Mundo de Marcos (1968), de Geraldo Vietri, e Quatro Pistoleiros em Fúria (1972), de Edward Freund.

Aurora Duarte (1933): Nascida na cidade de Olinda, foi atriz, roteirista, produtora e diretora. Transformada em musa de filmes de ação, ele faria também Armas da Vingança e Crepúsculo de Ódios ambos de Carlos Coimbra, Três Garimpeiros do italiano Gianni Pons e Fronteiras do Inferno, com Walter Hugo Khouri.

Dina Sfat (1939 – 1989): Quando chegou no cinema, Dina já tinha vários prêmios por suas atuações no teatro. Dentre filmes de sucesso vieram Corpo Ardente, de Walter Hugo Khouri e Macunaíma. Seu último filme foi O Judeu que só estreou em circuito depois da morte da atriz.

Fernanda Montenegro (1929): A grande dama do teatro participou de um dos filmes mais aclamados do cinema nacional: Central do Brasil, mas há mais de meio século ela encanta com sua atuação. A estréia nas telas veio em A Falecida (1965), uma adaptação de uma peça de Nelson Rodrigues. Foram mais de 30 filmes, dentre alguns podemos citar Em Familia (1970), Joanna Francesa (1973) e Eles não usam black-tie (1981).

Leila Diniz (1945 – 1972): Um dos maiores símbolos sexuais, a atriz brilhou no teatro de revista e na tv, sendo uma das musas do Cinema Novo. Sua postura transgressoras fez dela também uma das musas do feminismo. A estréia no cinema veio em 1967. Dentre alguns filmes de sucesso estão O mundo alegre de helô, Mineirinho vivo ou morto e Todas as mulheres do mundo.

Louise Cardoso (1954): Uma atriz queridíssima do grande público também marcou presença no teatro e na televisão.Sua estréia no cinema veio em 1976 no filme Marcados para Viver. Em O Seminarista fez enorme sucesso. Outros filmes de destaque são Se segura malandro, Cabaret Mineiro, O Sonho não Acabou.

Lucelia Santos (1957): A eterna Escrava Isaura começou a atuar aos 14 anos, estreando no cinema em 1976 com Paranóia. Seguiram-se sucessos como Bonitinha, mas Ordinária e Engraçadinha (1981) e Luz del Fuego (1985).

Maria Fernanda (1928): A atriz levou sua força dramática para o teatro, cinema e tv. No teatro encenou peças de Shakespeare e Bernard Shaw, dentre outros. Estreou no cinema na década de 40 no filme Sempre resta uma esperança e Terra violenta. Outro grande sucesso foi Luz apagada (1953).

 Regina Duarte (1947): A namoradinha do Brasil iniciou a carreira na Tv Excelsior em 1965, atuando na telenovela A Deusa Vencida. A estréia nas telas veio no ano seguinte, com Lance Maior (1968). Outros filmes de destaque foram Chão Bruto (1976) e Parada 88, o Limite de Alerta (1977).

Eva Nill (1909 – 1990):  Eva foi uma das atrizes preferidas de Humberto Mauro, tendo participado de produções como  Valadião, o Cratera (1925),  Na Primavera da Vida (1926 e Barro Humano (1929). Ao abandonar o cinema prematuramente, no final dos anos 20, passou a exercer, em Cataguases, juntamente com seu pai, Pedro Comello, a atividade de fotógrafa.

Heloísa Helena (1917 – 1999): atriz e cantora, participou de “Mãos Sangrentas”, “Leonora dos Sete Mares”, “O Homem do Sputinik”. Em “Independência ou Morte”(1972) interpretou Carlota Joaquina.

Ilka Soares (1932):  atriz e modelo brasileira, fez sua estreia no cinema em 1949 no filme Iracema. Passou ainda pelos estúdios da Vera Cruz e Atlântida.

Laura Cardoso (1927): É umas das atrizes que mais atuou na TV com 74 trabalhos no currículo, incluindo mais de 50 novelas e 28 longas-metragens para o cinema, dentre as quais: Corisco, o Diabo Loiro (1969), Adultério (1988) e Já não Se Faz Amor como Antigamente (1976).

Leonora Amar (1926 – 2014): Iniciou a carreira muito jovem, nas Rádios Mayrink Veiga, Tupy e Nacional. Devido a sua beleza e talento, atraiu a atenção do produtor Raul de Anda, que a convidou a participar do filme Desquite. Filmou no Brasil na Vera Cruz com Anselmo Duarte o filme Veneno. Ganhou em 1955 o prêmio Globo de Ouro pela atuação e produção na categoria filme estrangeiro, com o filme Curvas Perigosas.

Lia Torá (1907 – 1972): a atriz foi a primeira brasileira a atuar em Hollywod,após ter vencido um concurso realizado, em 1927, pela Fox. Estreou ainda em 1927, na comédia curta-metragem The Low Neck, que sequer foi exibida no Brasil; em 1928 atuou em pequenos papeis em filmes como Street Angel e Dry Martini.

Lílian Lemmertz (1937 – 1986): Começou a carreira em 1958 no teatro gaúcho. Estreou no cinema em 1966, no filme Corpo Ardente. Suas interpretações no cinema sempre foram muito elogiadas pela crítica. Foi musa do cineasta Walter Hugo Khouri, com quem fez oito filmes, entre eles As Amorosas, em 1968, e Eros, o Deus do Amor, em 1981.

Mara Rúbia (1918 – 1991): Consagrou-se no teatro de revista durante os anos 1940 e 50. Sua carreira também inclui trabalhos no cinema como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Os Deuses e os Mortos.

Marieta Severo (1946): A atriz estudou balé clássico durante muito tempo e aos 16 decidiu ser atriz. Em 1965 estreou em Sociey em Baby Doll. Dentre seus filmes de destaque estão Todas as Mulheres do Mundo (1970). Chuvas de Verão (1977) e Bye Bye Brasil (1979).

Marlene França (1943 – 2011): Foi convidada para estrelar um filme quando Alex Viany a viu vendendo doces na rua. Tinha apenas 13 anos quando atuou em Rosa dos Ventos. Em 1959 realizou Fronteiras do Inferno, de Walter Hugo Khoury. A consagração veio em Jeca Tatu, de Mazzaropi.

Fontes:

http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/
http://www.mulheresdocinemabrasileiro.com.br/

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