Império, A Atriz Argentina que Encantou Hitler

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Imperio Argentina é o nome artístico de Magdalena Nile del Río, a atriz e cantora argentina nasceu no tradicional bairro de San Telmo (Buenos Aires). Filha do violonista, Antonio Nile e da atriz malagueña, Rosario del Río, tinha só seis anos quando subiu pela primeira vez em um tablado. Mas dizem ainda que aos quatro anos cantou pela primeira vez no Café Armonía, recebendo como “prêmio” uma bebida a base de leite. Quando criança a chamavam de Malena.

Malena seria seu nome artístico se o escritor Jacinto Benavente, impressionado com sua atuação brilhante, dissesse uma vez justificando o nome daquela que seria conhecida para além das fronteiras de seu país: “Canta tão bem como Pastora Imperio e dança tão bem como Antonia Mercé, a Argentinita”.

A atriz estreou nos palcos em 1924, no teatro Romea de Madrid, justamente pelas mãos de Argentinita. En 1927, o diretor de cinema Florián Rey a escolheu para interpretar La hermana San Sulpicio, filme mudo baseado no romance homônimo de Armando Palacio Valdés. Em 1928 viajou a Alemanha para rodar Corações sem rumo, filme de poucas falas.

Pouco depois o cinema sonoro batia em sua porta. Em 1930 interpretou El profesor de mi mujer,  e um ano depois, Cinépolis. Obteve sucesso com o filme Su noche de bodas, dirigida por Louis Mercanton e Florián Rey, onde cantava a valsa Recordar, em dueto com Manuel Russell, passando a ser o sucesso discográfico do momento. Depois foi a vez das filmagens de Lo mejor es reír, versão espanhola de Rive gauche, às ordens de Alexander Korda. Mais tarde interpretou ¿Cuándo te suicidas? e o curta El cliente seductor (1931), junto com Maurice Chevalier.

A Paramount estava de olho nela e no seu compatriota mais famoso, Carlos Gardel. Da dupla rodaram La casa es seria e Melodía de arrabal (1933), filme a consagrou nas telas americanas. Posteriormente, Florián Rey a dirigiría em dois de seus maiores sucessos, Morena Clara e Nobleza baturra, ambas de 1935. Mas a carreira de Imperio no fim dos anos trinta, segundo seus biógrafos era luz e sombra, principalmente por ser amada pelo ditador Francisco Franco e também ter sido apresentada a outra figura polêmica, Adolf Hitler, que encantado pela beleza e porte artístico da atriz, queria que ela fizesse o papel da aventureira holandesa, Lola Montes. O suposto vínculo com o nazismo trouxe consequências para a vida de Imperio, como inimizades por exemplo, dizem até que protestos eram feitos em frente aos teatros em que se apresentava em Nova York, México e até mesmo Buenos Aires, sua terra natal.

Nos anos quarenta fez mais filmes. Casou-se com o diretor de cinema Florián Rey, depois de separar-se do mesmo casou-se com o Conde de Cabezuelas, abandonando-o depois de receber uma reprimenda da igreja. Sua maior dor foi a perda de seus dois filhos. Uma vez chegou a dizer que o grande amor de sua vida foi o ator Rafael Rivelles.


Em 2001 publicou o livro de memórias Malena Clara, que inspirou a personagem feminina do filme La niña de tus ojos (1998), de Fernando Trueba, interpretado por Penélope Cruz, desgostando Imperio, por ter ali algumas das partes de sua vida.

Aos noventa anos recebeu a medalha de honra da Universidad Complutense de Madrid. Recebeu também de Buenos Aires o título de “cidadã ilustre”, mesmo se sentindo especialmente orgulhosa de ter um retrato seu pendurado no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS). Morreu em Málaga (Benalmádena) onde morava há mais de vinte cinco anos e onde en março de 1999 obteve a nacionalidade espanhola em 22 de agosto de 2003, junto a suas seis netas e oito bisnetos.

Por Magda Miranda

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