Mary Pickford, a primeira namoradinha da América

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A atriz que fez sucesso em papéis infantis, criou a United Artists com Charles Chaplin e Douglas Fairbanks e se tornou uma das mais poderosas mulheres do seu tempo.

A mãe de Mary Pickford enviuvara cedo. Ainda menina, ela achou-se na obrigação de cuidar da mãe, tomando o lugar do seu pai. Tornou-se uma mulher de personalidade forte, defendendo com unhas e dentes e extrema paixão, a sua família. Isso ela levaria por toda a sua vida, tornando-se uma mulher de punho forte em suas decisões. Tivera mais dois irmãos, que também se tornariam atores: Jack e Lottie, mas sem tanto sucesso. Segundo Jack, isso teria feito com que ela crescesse cedo demais.

Mary e seus irmãos Jack e Lottie

Mary casou-se cedo: primeiro com Owen Moore, um ator canastrão e também alcoólatra, que a explorara mais do que tudo. Contudo após algum tempo, e já fazendo sucesso no cinema, iniciou um tórrido romance com Douglas Fairbanks, também casado na época. O romance era conhecido de todos, menos do marido. Para livrar-se dele, Mary teve que lhe dar uns bons milhares de dólares. Foi aí que finalmente pôde se casar com Douglas, que nessas alturas, também conseguira se divorciar de sua esposa. Juntos, compraram uma mansão, que passou a se chamar Pickfair, e atrair a atenção de todos de Hollywood.

Mary com Owen Moore em Caprice

Todos os astros e estrelas queriam ser convidados para as festas lá. Os dois juntaram-se a Charles Chaplin e D.W. Griffth e criaram a United Artists, que os tornaria independentes, mas que com o tempo se tornou uma dor de cabeça para todos. No final, acabou sendo vendida por uma pechincha.

Mary e Douglas Fairbanks na Pickfair, residência oficial do casal

E todas as festas eram puro glamour. E todos os casais queriam ser aclamados como eles. Porém o tempo foi passando e o romance minguando. Até que os dois resolveram se divorciar. O toque de dor, ou de romance que daria um filme até, foi que Douglas teria mandado uma carta para Mary, pedindo para que ela o encontrasse em um hotel para que os dois se reconciliassem. Mary não foi, mas não porque não quis, não foi porque só recebeu a carta dias depois do tal encontro. Era a última chance.

Em junho de 1937 Mary casou-se com seu último marido, o ator Charles “Buddy” Rogers, com quem ela já havia contracenado em um filme anos antes.

Mary e Charles “Buddy” Rogers, seu último marido

Juntos, adotaram duas crianças: Roxanne (nascida em 1944) e Ronald Charles (nascido em 1937 e adotado em 1943). Contudo, a relação de Pickford com seus filhos foi tensa, pois ela se tornou crítica com relação ao que ela considerava imperfeições dos filhos: a baixa estatura de Ronnie e os dentes levemente tortos de Roxanne. Os filhos pareciam não ter tido o amor necessário e se tratavam de meros adornos para fotos (Fonte). A relação entre mãe e filhos findou-se quando eles chegaram à maioridade, e eles receberiam apenas uma pequena parte da herança da atriz.

Douglas Fairbanks sempre seria o amor da vida dela, e dizem, que quando ela soube de sua morte, em 1939 de ataque cardíaco, caiu em prantos, na frente de seu marido Rogers, dizendo “meu amor , minha vida, meu amor morreu”.

Seguiu-se um vício em álcool, uma depressão profunda, para atenuar as dores, como se isso fosse possível e a tentativa de refazer sua vida, adotando filhos. Problemas, problemas, problemas. Apesar de ganhar muito dinheiro com o cinema mudo, sua carreira caiu em declínio com o advento do cinema falado. Os projetos que ela e Rogers tinham foram para o limbo, e ela voltou-se para seus problemas internos.

Mary recebendo o prêmio que ajudou a criar, o Oscar

Mary tornou-se depressiva. Muitas perdas que acabaram com seus nervos: sua mãe Charlotte morreu de câncer de mama em 1928, seu irmão Jack em 1933, sua irmã Lottie de ataque cardíaco em 1936, Owen Moore (seu primeiro marido) e sem falar na morte do seu ex-marido Douglas Fairbanks. Sua vida resumiu-se a uma avalanche de lembranças dos que se foram. Confira o vídeo que fiz em sua homenagem:

https://youtu.be/oBy04mToYMA

Apesar de tudo, Mary sobreviveu até os 87 anos, quase quatro décadas ao lado de Charles Rogers, que apesar de não ser o amor de sua vida, foi aquele com quem esteve com ela até a hora de sua morte. Ele herdou a maior parte de sua herança, incluindo a mansão pickfair. Pouco tempo depois, casou-se novamente com uma agente imobiliária. Com a morte deste, a incrível mansão onde moravam foi vendida e demolida.

Fontes: filmfestivalshollywoodessays

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