Dorothy Stratten, a coelhinha da Playboy que teve um final trágico

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Dorothy tinha apenas 20 anos e muitos planos pela frente quando teve sua vida interrompida pelo marido. Leia mais sobre essa trágica história:

Quem a conheceu de perto é unânime em dizer que Dorothy era uma garota simples,  ingênua e de coração bom. Ela nasceu em  28 de fevereiro de 1960 na cidade de Vancover, no Canadá. Tinha dois irmãos mais novos, John e Louise. Sua infância foi tranquila e ao chegar à adolescência, ela dividia seu tempo entre os estudos e o trabalho em uma lanchonete para ajudar em casa.

E foi lá que ela conheceu Paul Snider, um homem fracassado que ganhava a vida explorando mulheres e enganando a todos que cruzaram seus caminhos. Para ele, o dinheiro era a única coisa que tinha importância na vida. E como ele chegava em suas mãos não importava. Sua presenta enervava a todos. Mas incrivelmente, ele conseguia seduzir várias mulheres e mantê-las ao seu lado. Sem grandes experiências de vida, Dorothy acreditou em suas palavras de amor, e os dois começaram a namorar.

Dorothy e Paul

Na época, ela tinha 17 anos e ele 26. Ao bater os olhos nela, Paul percebeu que era um diamante a ser moldado. Ela a princípio não quis, mas aos poucos o homem foi lhe convencendo a perder a timidez e a tirar algumas fotos. E foi o próprio Snider quem enviou suas fotos nuas para um concurso da Playboy em 1978. Nesse mesmo ano, o casal mudou-se para Los Angeles e foi sem grande surpresa que ele recebeu a resposta que ela ficara entre as finalistas. Era um começo.

Nesse mesmo ano eles se casaram oficialmente embora amigos e parentes já estavam cientes do quão canalha ele era. Snider não se furtava em manter sua vida de solteiro, saindo com várias mulheres e dando golpes.

Apesar de não ter sido escolhida pela revista, ela chamou a atenção de Hugh Hefner quando foi em uma de suas famosas festas. Não foi à toa que Hefner tornou a Playboy o império que é até hoje, ultrapassando os limites de uma revista, e ampliando os negócios para boates, rede de apostas e resorts. Ao ver Dorothy ele percebeu que a escolha de outra garota não foi feliz. Em 1979, a contratou para trabalhar em um clube de Los Angeles, como uma coelhinha. Em agosto do mesmo ano a tornou a Miss Playboy.

Hefner foi um dos que a aconselhou a se separar de Paul, pois não gostara dele assim que o viu. Ele parecia querer tirar o brilho dela, ao mesmo tempo em que a oferecia como uma mercadoria. Hefner também a incentivou a se tornar atriz. Para isso, levou-a para fazer participações em seu programa televisivo e conseguiu contratos para que ela fizesse pontas em séries como Ilha da Fantasia e Buck Rogers.

Nesse período ela já estava convencida que o casamento não daria certo, mas Paul não queria abrir mão do pote de dinheiro que Dorothy se tornara. Ela começava a se tornar muito conhecida e quase não tinha tempo de se comunicar com o marido. Paul começava a cobrar por ter “oportunizado” tudo isso a ela. E a inveja tomou conta dele quando em 1980 ela se tornou a playmate do ano. As fotos tiradsa por Mario Casilli esgotaram nas bancas.

Dorothy começou sua carreira no cinema e participou de filmes muito fracos como Autumn Born (1979) e Galaxina (1980), que talvez hoje em dia sejam mais vistos por causa de sua presença do que pela qualidade. E foi enquanto gravava Muito Riso e Muita Alegria (1981), ao lado de Audrey Hepburn,  que ela conheceu o diretor responsável pelo filme, Peter Bogdanovich. A química entre os dois foi imediata, e eles começaram a ter um romance. Ciente do que Snider representava na vida de Dorothy, Peter também a aconselhou a pedir o divórcio. Dessa vez ela ouviu.

Depois de tantos alertas, e já sentindo que não podia mais manter aquele casamento, Dorothy sugeriu o divórcio e passou a morar com Peter. Foi quando Snider a chamou para uma “última conversa”. Mesmo contra todos os argumentos de Peter, ela foi, certa que iria negar todas as investidas e o convencer que o divórcio era inevitável.

Na tarde do dia 14 de agosto de 1980 ela se encaminhou à casa do ex-marido que a aguardava com uma espingarda calibre 12. Nunca saberemos o que chegaram a conversar. Tudo é uma suposição. Mas naquela mesma noite encontraram os corpos do casal.

Dorothy foi morta à tiros, e estuprada após o ato. Em seguida, Snider virou a espingarda para si e também se matou. Foi um crime estupidamente premeditado, já que ele comprou a arma um dia antes, e também falou morbidamente para “amigos” que muitas garotas da Playboy morriam de maneira trágica.

Dorothy tinha apenas 20 anos quando foi morta. Mas não esquecida. No ano seguinte foi lançado o primeiro filme falando sobre ela: The Dorothy Stratten Story (1981), com Jamie Lee Curtis no papel principal. Dois anos depois, Bob Fosse recontou sua história em Star 80 (1983). O filme que trazia Mariel Hemingway no papel de Dorothy, foi recebido com críticas mistas mas oferece um resumo de sua vida desde que conheceu Snider até sua morte precoce.

O diretor Bogdanovich escreveu The Killing of the Unicorn. No livro, revelações sobre sua namorada e uma parte que foi censurada: aquela em que ele revelou que Dorothy chegou a ser estuprada pelo dono da Playboy. Os advogados de Hefner impediram que ele usasse esse termo, suavizando-o. Curiosamente Bogdanovich se casaria depois de alguns anos com a irmã mais nova de Dorothy, Louise, quando esta tinha 20 anos.

A música Californication, do grupo musical Red Hot Chili Peppers, também foi inspirada nela:

Serviram de fontes para essa matéria: IMDB, Biography, o filme Star 80 e a série documentário American Playboy: The Hugh Hefner Story (2017)

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