Uma das imagens mais marcantes de Anita Ekberg é aquela imortalizada por Federico Fellini em La dolce vita. Iniciando a vida como modelo, sua beleza e juventude foi adorada por muitos, mas que passou por grandes dificuldades em sua velhice.
Kerstin Anita Marianne Ekberg nasceu 29 de setembro de 1931, em Malmö, Suécia. Anita iniciou a carreira como modelo durante a adolescência. Ganhou o Concurso de Miss Malmo em 1950, concorrendo ao título de Miss Universo. Sua beleza chamou a atenção e logo ela estava nos Estados Unidos sem falar uma só palavra em inglês. Em contrapartida, conseguiu um contrato com a Universal Studios, unindo-se a Howard Hughes.
O único problema é que Anita não era uma atriz. Mas mesmo assim recebeu o tratamento adequado, tendo aulas de interpretação, inglês, dança e outras ferramentas que poderiam lhe ajudar.
Howard Hughes sugeriu que ela fizesse algumas plásticas no nariz e dentes, e também mudasse seu nome, pois acreditava que Ekberg era difícil de ser pronunciado. Ela manteve o Ekberg, mas as aulas que teve não surtiram muito efeito. Depois de seis meses, ela acabou perdendo o contrato com a Universal.
Mesmo assim, fez algumas participações em filmes no início da década de 50. Dentre eles Ou Vai ou Racha (Hollywood or bust, 1956), ao lado de Jerry Lewis e Dean Martin.
Ela já tinha aparecido em alguns outros filmes, sempre fazendo o papel de diva sensual. Abbott e Costello Vão para Marte (1953) ela é uma mulher de Vênus. Mas sempre com pouco destaque. Um dos únicos papéis em que ela teve um pequeno destaque foi Rota Sangrenta (1955), produzido e estrelado por John Wayne. Ela também atuou ao lado de Audrey Hepburn em Guerra e Paz (1956).
De uma imensa beleza, Anita chamava a atenção por onde passava, e teve romances com vários astros como Tyrone Power (os dois tiveram um caso enquanto filmavam O Aventureiro do Mississippi), Gary Cooper (o ator chegou a pensar em se divorciar da esposa), Yul Brynner, Errol Flynn, Frank Sinatra e outros.
Em meados da década de 50 sua vida privada, repleta de festas e romances, chamava mais a atenção do que sua carreira, propriamente dita. Um exemplo foi sua participação em uma festa realizada em um restaurante da Itália para comemorar o aniversário do herdeiro Peter Howard. Algumas fotos da festa:
A agitação foi tão grande que a polícia chegou a ser chamada. Você pode ler mais sobre essa noite aqui neste link.
Ela chegou a atuar em alguns filmes entre os Estados Unidos e Europa, mas consagrou-se mesmo como a diva de Fellini. Sua imagem, entrando na Fontana de Trevi, sob o olhar anestesiado de Marcello Mastroianni é aquela que muitos tem dela. Era a imagem da mulher inatingível, bela, transformando aquele um dos momentos mais marcantes do cinema. Confira a cena:
Fellini já era um nome reconhecido internacionalmente, e esta cena a imortalizou. A atriz chegou a atuar em outros filmes, mas sem nunca alcançar grande sucesso. Segundo Anita, todos sempre queriam a imagem da mulher inatingível que dançava na Fontana de Trevi e isso tornou-se cansativo.
Anita casou-se duas vezes. A primeira vez com Anthony Steel em 22 de maio de 1956. Os dois permaneceram juntos até 1959. Em 1963 ela casou-se pela última vez, com Rik Van Nutter. Mas os dois também se divorciariam em 1975. Anita não queria ter filhos, embora tenha tido em algumas ocasiões que pensara em ter mas acabou desistindo.
Afastada da mídia em seus últimos tempos, ela passou por uma série de internações a partir do início da de 2000. A atriz passou a viver em um hospital em Rimini. Nessa ocasião vários infortúnios a atingiram: sua casa foi invadida, seus pertences roubados e queimada. Sem dinheiro, ela pediu ajuda à fundação Fellini. Mas a fundação também passava por sérias dificuldades.
Anita faleceu em 11 de janeiro de 2015. Tinha 83 anos e estava internada no hospital San Raffaele em Rocca di Papa, em Castelli Romani. Ela pouco visitou sua terra natal enquanto viveu, mas pediu para ser enterrada na Suécia. Seus restos mortais repousam no cemitério da Igreja de Skanör.
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