Roman Holiday (A Princesa e o Plebeu) foi o primeiro filme estrelado por Audrey Hepburn na América. A carismática atriz belga já tinha estrelado algumas produções britânicas antes desta, e trabalhar ao lado de Gregory Peck foi um belo início na terra de tio Sam. Antes de mostrarmos algumas fotos dos bastidores, vamos a algumas curiosidades!
O roteiro foi comprado por Frank Capra em 1949 e teria como atores principais Cary Grant e Elizabeth Taylor. Curiosamente Cary trabalharia mais tarde ao lado de Audrey no delicioso Charada (1963), mas ainda não tinha chegado o tempo deles juntos. Outras atrizes também foram cogitadas para o papel da princesa Ann, como Jean Simmons. Porém, conflito nas agendas fizeram com que os planos fossem cancelados.
A produção foi se arrastando e Gregory Peck acabou sendo escolhido para o papel do jornalista. Gregory não vivia um momento muito bom de sua vida. Acabara de se divorciar de sua esposa, Grega Kukkonen e estava bem triste. Mas durante as filmagens ele conheceu a francesa Veronique Passani. Os dois se apaixonaram e acabaram se casando em 1955. Os dois ficariam juntos até a morte dele em 2003.
O diretor William Wyler assumiu após a saída de George Stevens e queria uma atriz novata para o papel. O teste com Audrey Hepburn se mostrou satisfatório quando ele continuou filmando-a e ficou impressionado com a naturalidade dela. Aqui você pode ver um pedaço desse teste:
Atriz principal escolhida e agora a preocupação era em criar um figurino adequado. Ele foi assinado pela competente Edith Head, responsável por grandes figurinos em Hollywood. Tudo certo para iniciar as filmagens e Wyler insistiu para que as filmagens fossem realizadas em Roma. Afinal, as ruas italianas faziam parte do filme. A Paramount queria, a exemplo dos filmes anteriores, criar Roma em estúdios, mas Wyler levou a melhor e eles partiram para a Europa. No acordo firmado ele teve que abrir mão da filmagem em technicolor, já que os custos iam ficar muito altos.
Hoje em dia sabemos que foi Dalton Trumbo o roteirista de Roman Holiday. Mas naquela época seu nome foi ocultado por causa dos problemas políticos que Trumbo enfrentava. Ele foi um dos roteiristas perseguidos por sua filiação com o partido comunista, e era expressamente proibido dar qualquer tipo de trabalho para ele. Claro que Trumbo trabalhou em muitos outros filmes, mas sempre ocultando sua autoria. Aqui quem acabou levando os créditos e aceitando o Oscar foi Ian McLellan Hunter. Trumbo faleceu em 1976, em 1993 sua viúva finalmente recebeu uma cópia do Oscar daquele ano e em 2002, quase 50 anos depois do lançamento, seu nome foi incluído como o autor da história.
Gregory Peck tinha tanta certeza que Audrey ganharia um Oscar por sua performance que pediu que o nome dela viesse nos créditos antes do seu, apesar dele ser mais conhecido. E de fato ela ganhou. Audrey também ganhou o Globo de Ouro e o BAFTA neste ano. Um fato curioso é que Audrey quase esquece o seu Oscar no banheiro. Na década de 70 houve conversações sobre fazer uma sequência de Roman Holiday, mas a conversa não chegou a se concretizar. Ficamos a imaginar se teria sido uma boa ideia. Abaixo algumas fotos dos bastidores desse filme maravilhoso: