Precisamos Falar sobre Gregory Peck

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Peck iniciou a carreira nos palcos mas foi através do cinema que ele se tornou mundialmente conhecido. O ator também era conhecido por ter uma das personalidades mais agradáveis do mundo artístico.

Eldred Gregory Peck nasceu na Califórnia em 5 de abril de 1916. Sua mãe se converteu ao catolicismo quando se casou com seu pai, ensinando seus filhos a professarem essa fé. Os dois, porém, se divorciaram quando o garoto tinha apenas seis anos. Enquanto seu pai se estabelecia, ele foi morar com sua avó, o que foi essencial para ele.

Isso porque sua avó Kate Ayres era uma cinéfila, levando-o aos cinemas sempre que podia. Ele tinha 10 anos quando a perdeu, e após a morte dela, ele passou a morar com o pai. Mas foi somente quando chegou à universidade que o jovem começou a pensar em se tornar um ator.

Apesar de sua alta estatura (Gregory tinha 1m93), seu treinador da equipe de remo achou que o rapaz tinha mais jeito para as artes. E foi assim que Gregory resolveu finalmente participar de várias peças. Peck ficou tão grato pelo incentivo que mais tarde iria homenagear o antigo treinador, fazendo uma significativa doação para o time de remo da Berkeley. Após a formatura, ele partiu para Nova York. Eram tempos de dinheiro contado, mas ele queria aprender cada vez mais. Matriculou-se no conceituado Neighborhood Playhouse School of Theater e a estréia nos palcos veio em The Doctor Dillema em 1941.

Gregory em 1940 no Barter Theatre ao lado de Dorothy Stickney e Evelyn Wells.

A peça teve que ser suspensa por estrear apenas uma semana antes do ataque do Pearl Harbor. A explosão da segunda guerra foi um período em que muitos atores abriram mão de sua carreira para servir à pátria. Gregory, porém, havia sofrido uma lesão nas costas durante ensaios de dança. Com isso foi liberado pelo serviço militar e pode continuar atuando durante todo o período. A década de 40 também marcaria sua estréia nas telas. E ela veio através de Quando a Neve Tornar a Cair (Days of Glory, 1944), dirigido por Jacques Tourneur.

Com Tamara Toumanova em Days of Glory (1944)

Ele chamava a atenção por sua beleza, elegância e porte, características que ajudavam a formar um astro e levava um público significativo às salas de exibição.  Pouco tempo depois ele já era chamado para participar de outros projetos que acabaram se tornando sucessos de público. A crítica também o amava, e é curioso observar que de suas cinco indicações, quatro vieram nos seus primeiros anos de atuação.  Ele foi indicado por As Chaves do Reino (1944), Virtude Selvagem  (1946), A Luz é Para Todos  (1947), Almas Em Chamas  (1949), recebendo finalmente por O Céu é Para Todos (1962).

Durante as filmagens de O Sol é para todos

Já consagrado, o ator resolveu que não colocaria seu nome em obras que não valessem a pena. E foi assim que se seguiram vários personagens em filmes maravilhosos. Fiz até uma lista com seus melhores. Vale a pena conferir:

Melhores Filmes de Gregory Peck

Gregory Peck era um ator que também era admirado pela personagem dócil e firme. Os amigos o consideravam leal.  Um exemplo de seu bom caratismo pode ser testemunhado durante a produção de A Princesa e o Plebeu (1953). O ator tinha tanta certeza que Audrey ganharia um Oscar por sua performance que pediu que o nome dela viesse nos créditos antes do seu, apesar dele ser mais conhecido. E de fato ela ganhou.

Com Audrey e William Wyler nos bastidores de A Princesa e o Plebeu.

Gregory ajudou a fundar o American Film Institute, e na década de 40, assinou uma carta em defesa de colegas acusados pelo Comitê de atividades não-americanas. Ele era democrata, e estaria ligado à política a maior parte de sua vida. Chegou, inclusive, a ser considerado como um possível candidato contra Ronald Reagan pelo governo da Califórnia. Seu filho Carey tentou seguir carreira política, mas perdeu todas as vezes em que concorreu.

Com relação aos seus relacionamentos amorosos, Gregory era relativamente discreto. Ele conheceu sua primeira esposa, a cabeleireira finlandesa Greta Konen por volta de 1941. Os dois se casaram em  4 de outubro de 1942 em Manhattan e teriam três filhos: Jonathan, Stephen e Carey. Durante seu casamento com Greta, o ator teve um romance com a atriz Ingrid Bergman enquanto filmavam Spellbound.

O ator assumiu ter tido um affair com Ingrid Bergman em 1945

O divórcio com Greta sairia em 1954. No ano seguinte ele conheceria um novo e intenso amor.

Gregory Peck com sua primeira esposa Greta Konen

Durante as filmagens de A Princesa e o Plebeu ele foi procurado pela jornalista francesa Veronique Passani. Ela tentava uma entrevista com o astro e conseguiu um pouco mais. O ator a procurou e após uma série de desencontros eles se uniriam definitivamente no último dia de 1955. Do casamento nasceriam dois filhos. Os dois se mudaram para uma mansão em Los Angeles, e lá viveram até o fim de seus dias. Veronique continuaria morando no local até sua morte em 2012, aos 80 anos

Gregory com Veronique Passani

Com cinco filhos, ele gostava de estar rodeado deles. O amor não impedia porém que cada um tivesse seus próprios fantasmas. Um momento muito difícil para Gregory veio em 1975, quando seu filho Jonathan cometeu suicídio. Isto deixou a todos devastados.

Com Veronique no dia em que recebeu seu Oscar

Gregory Peck dedicava-se com afinco a todos os seus projetos. Por isso dava preferência àqueles que julgava serem boas histórias. O ator deslizava entre os mais variados gêneros e diretores, foi vilões, advogado, padre e vaqueiros, todos com a mesma competência. Era um astro muito querido por todos. Foi com grande tristeza que o mundo recebeu a notícia de sua morte em 12 de junho de 2003.

Gregory em 1995 – Image by © Dana Gluckstein/Corbis

Segundo sua esposa, o ator que participou de cerca de 59 produções simplesmente “fechou os olhos, dormiu e se foi”.

Fontes: Findagrave, Dailymail, Telegraph, CBSnews, Belfasttelegraph

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