Truman Capote imaginou Marilyn Monroe enquanto escrevia a história de Holly Goligtly. Porém, a estrela tentava novos rumos na carreira, e não queria encarar uma personagem que, aos seus olhos, só iria reforçar o esteriótipo que tanto temia. Audrey Hepburn, por sua vez, desejava um papel que fosse um desafio em sua carreira. Inicialmente Capote rejeitou a ideia. A atriz não parecia em nada com Holly! Mas hoje em dia é difícil, muito difícil imaginar outra no papel de uma jovem que sonha em casar-se com um homem rico, dá festas sem culpa alguma, tem aulas de português e flerta com o vizinho bonitão.
O filme dirigido por Blake Edwards venceu dois Oscars: trilha sonora e canção original. A trilha escrita especialmente por Henry Mancine e Johnny Mercer trazia uma composição que se tornou imortal na voz da atriz: Moon River. O compositor já tinha ouvido Audrey cantar no filme “Funny Face” (1957) e estudou a extensão vocal dela para o piano. Em seguida começou a dedilhar até encontrar a melodia da canção, que ganharia o Oscar naquele ano.
Um dos fatores que tornaram a participação de Audrey imortalizada foram os figurinos, criados em conjunto por Hubert de Givenchy e Edith Head. O encontro entre a atriz e o figurinista se tornou um grande causo em Hollywood: Ao ser avisado de que a Srta. Hepburn estava em sua loja, ele a recebeu pensando se tratar da famosa Katharine Hepburn. Após a desilusão inicial, verificou que estava de frente com sua melhor modelo. Audrey poderia não ter grandes curvas, tinha uma silhueta enxuta, mas não ficava atrás de nenhuma beldade que tantas vezes ele vira nas telas. Ela tinha uma elegância típica que possibilitava vestir vestir bem todas as suas criações. A parceria se firmara em filmes como Sabrina (1953), Cinderela em Paris (1957) e Como Roubar Um Milhão de Dólares (1961).
Mas Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s) seria a mais lembrada, sobretudo pelo inesquecível vestido preto em tubo usado na cena inicial, justamente quando a personagem toma seu café da manhã olhando as vitrines da Tiffany’s. O vestido sem mangas é elegante e incrivelmente básico. Feito em cetim, era complementado com o uso de acessórios como o colar de pérolas, longas luvas também em cetim, uma tiara e óculos de sol criados por Oliver Golsmith:
Holly também chegou a usar vestido preto em outra oportunidade, alternando o uso de acessórios. O outro vestido preto utilizado por ela foi feito em seda e trazia uma saia alargada. O acessório de maior destaque é o chapéu de alça larga. Complementando: sapatos de salto baixo, chapéu e brincos. Ou seja, acessórios que enriqueciam o visual;
Quando está em casa, a personagem usa roupas leves, como esse camisão criado por Edith Head. Mais uma vez chama a atenção os acessórios uma máscara para dormir que todas queremos. E como não achar lindo esse isolador de ruídos?
E o a camisa branca que serve como roupão:
Tão leves que ela é capaz de se enrolar em um cobertor e mesmo assim acharmos a coisa mais elegante que já vimos. Como duvidar? Uma curiosidade: ela não surge do nada vestida assim. Mas uma cena em que Holly tomava banho e tinha que improvisar um vestido foi cortado da cena. O resultado foi essa inexplicável maneira de se vestir que nós amamos e já queremos imitar:
E se ela podia parecer elegante com um cobertor em volta do corpo, também o era com roupas básicas como uma camisa, calças e sapatilhas. Essas foram criações de Edith Head:
Outros modelos usados ao longo do filme:
Fontes: Style on Film: Breakfast at Tiffany’s, Matter of Style: Intimate Portraits of 10 Women Who Changed Fashion, IMDB, What About Breakfast at Tiffany’s?, Pinterest
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