Deanna foi uma das estrelas de maior sucesso com sua voz marcante, mas aposentou-se no auge da fama, antes dos trinta anos. Sua morte foi anunciada no dia 30 de abril de 2013, aos 91 anos de idade, por seu filho Peter H. David, que informou apenas que a mãe partira há alguns dias. Ele não forneceu mais detalhes, respeitando a privacidade na qual a mãe mergulhara em boa parte de sua vida…
A atriz nasceu em Winnepeg, Manitoba, em 1921, e se tornou um rosto comum durante a era da Depressão, quando as pessoas iam ao cinema para esquecer um pouco os seus problemas. Teve um contrato assinado com a MGM aos 13 anos, mas a companhia já tinha outra adolescente cantora, Judy Garland, e preferiu ficar com esta última, que acabou estrelando O Mágico de Oz. Melhor para Deanna, que foi contratada logo em seguida pela Universal, e tornou-se um sucesso instantâneo com sucessos como “Three Smart Girls” e continuações, que renderam rios de dinheiro para a companhia.
Suas primeiras personagens eram sempre a irmã mais nova ou a filha corajosa, uma jovem sempre saudável, radiante, e pronta para resolver e corrigir os problemas dos adultos infelizes. Com isso tornou-se a menina de ouro da Universal.Em 1936 foi realizada uma pesquisa nacional para escolha do ator que daria o primeiro beijo na tela na atriz, e o escolhido foi Robert Stack, que fez com ela “First Love”. Em 1946 já era a segunda mulher mais bem paga dos Estados Unidos, ganhando $ 323.477 e ficando apenas 5 mil dólares atrás de Bette Davis. No auge do seu sucesso foi tão reconhecida que Anne Frank tinha uma foto sua no seu quarto.
Seus problemas começaram com a passagem para papéis mais adultos. Os críticos não ficaram muito felizes ao verem como uma prostituta em Férias de Natal ao lado de Gene Kelly e como uma debutante em uma trama de assassinato em “Lady on a Train ” (1945.)
Na vida pessoal a atriz foi casada três vezes: seu primeiro casamento, com o diretor Vaughn Paul, durou dois anos. Mais uma vez o estúdio temia que afetasse sua imagem pelo escandalo de um divórcio após apenas dois anos de casamento. Deanna disse à época que jamais ficaria casada com alguém que não amasse por causa de uma imagem. O segundo marido foi Felix Jackson e o último foi Charles Davis, com quem ficou casada até a morte deste, em 1999. Após o casamento ela se afastaria das telas e de Hollywood, que chamava de aquário: “Eu odiava estar em um aquário”.
Seu último filme foi 1948, For the Love of Mary, quando ela se retirou para viver na França e não mais retornar a Hollywood. Desde então recusou-se a dar entrevistas, e a única concessão foi uma carta enviada aos repórteres em 1958 em que dizia, dentre outras coisas: “Eu tinha 13 anos de idade quando fazia uma típica jovem americana. Uma personagem forçada que tinha pouco ou nada a ver comigo ou com qualquer outra jovem da minha geração. Meus fãs, na verdade não eram os jovens, mas os pais que não conseguiam lidar com os jovens e me adotavam como a filha perfeita. Além disso, eu nunca fui feliz fazendo filmes. E posso lhe dizer: hoje sou bem mais feliz tendo ganhado peso e fazendo minhas próprias compras, levando meus filhos na escola e cantando uma hora todos os dias.” A atriz faleceu em 20 de abril de 2013, em sua casa na França.