Em 15 de fevereiro de 1941, nascia em Uruburetama no Ceará, a atriz Ítalo-brasileira Florinda Soares Bulcão, ou melhor, Florinda Bolkan como passou a ser conhecida quando entrou para o mundo do cinema. Filha do deputado José Pedro e da dona de casa de ascendência índigena, Maria Hosana. Florinda tinha apenas 14 anos quando começou a trabalhar como secretária. Nunca abandonou os estudos e aos 18 anos já tinha diploma de línguas estrangeiras (inglês e francês).
Mas a grande sorte de sua vida estava por vir: em 1967, convidada por amigos italianos, é descoberta em Roma pelo famoso diretor italiano Luchino Visconti, que a convenceu a tornar-se atriz. Assim nascia a estrela brasileira de maior grandeza no cinema italiano. Rapidamente foi escolhida para participar em um filme com Jean-Louis Trintignant e Robert Hossein em Paris, que se chamava “Voleur de crimes”. Em seguida, “Candy in Rome” ao lado do Beatle Ringo Starr, Richard Burton e Marlon Brando. O seu primeiro “Donatello” (O Oscar italiano) vem 1968 com “Metti una sera a cena”, com Jean Louis Trintignant, Annie Girardot e Tony Musante. A partir daí adquire o status de estrela do cinema italiano. Em 1969, o filme em que atuava, “Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto” conquista um prêmio no Festival de Cannes e o Oscar em Hollywood de melhor filme estrangeiro.
A consagração total vem com “Anonimo Veneziano” (1970) o filme mais visto daquele ano. Nos anos 70 ela reinava absoluta, tornando-se a n a nº 1 na Itália. Em 1997 decide retornar ao Brasil para filmar “Bella Donna” de Fábio Barreto. Atualmente seu empreendimento tem sido a carreira de cineasta, onde dirigiu “Eu não conhecia Tururú” (2000) e uma ONG que ela criou para dar assistência às crianças carentes do seu Estado, o Ceará. Florinda está no rol das grandes estrelas brasileiras de carreira internacional como Carmen Miranda, Sônia Braga, Norma Bengell e Denise Dumont. Seu perfil é o de uma mulher forte, sensual, elegante e sofisticada.
Por Magda Miranda