Hedy Lamarr – A mãe do celular moderno
Descubra como Hedy Lamarr, estrela de Hollywood, criou a tecnologia que originou o celular e o Wi-Fi. Sua vida fascinante e legado revolucionário.

Nascida Hedwig Eva Maria Keisler, em Viena, na Áustria, filha de pais judeus, Hedy Lamarr estudou balé e piano antes dos 10 anos. Na adolescência, já atuava em filmes alemães. Em 1933, estreou no polêmico filme “Êxtase” (Ecstasy), de Gustav Machaty. O filme checoslovaco, rodado em Praga, mostra uma jovem esposa ansiosa pelo amor do marido. Close-ups de seu rosto durante um suposto orgasmo e sua corrida nua pela floresta lhe deram notoriedade — e, posteriormente, muita dor de cabeça.
Seu marido, Friedrich Mandl (também chamado de Fritz Mandl), um fabricante de armas, não aceitou se casar com uma mulher com esse passado e tentou destruir o filme, comprando e eliminando boa parte das cópias. Ele controlava sua vida, impedindo-a de seguir a carreira. Para compensar, levava-a para encontros com amigos e parceiros de negócios nazistas, onde Hedy aprendeu muito sobre tecnologia militar.
Fuga para a América
Em 1937, a atriz conseguiu fugir do marido — disfarçada de empregada doméstica — e foi para Paris, onde obteve o divórcio. Mudou-se para Londres, onde conheceu L. B. Mayer, que a contratou e sugeriu a mudança de nome para Hedy Lamarr, em homenagem à estrela Barbara La Marr, falecida em 1926.
Carreira em Hollywood
Ao chegar a Hollywood, foi contratada pela MGM e serviu de modelo para atrizes como Joan Bennett e Rita Hayworth. Sua sensualidade, olhos verdes e cabelos extremamente negros cativaram o público e fizeram muitos homens suspirarem pela vienense.
Estreou nos EUA com “Argel” (1938), seguido por “Boom Town” (1940), “White Cargo” (1942) e “Tortilla Flat” (1942). Em 1941, atuou ao lado de Lana Turner e Judy Garland no musical “Ziegfeld Girl”.
Foram 18 filmes em 9 anos. Seu maior sucesso foi “Sansão e Dalila” (1949), de Cecil B. DeMille, mas, após “My Favorite Spy” (1951), sua carreira entrou em declínio.
A Cientista Hedy Lamarr
Durante a Segunda Guerra Mundial, a atriz criou um sistema de interferência em rádio para despistar radares nazistas e o patenteou em 1940, usando seu nome verdadeiro, Hedwig Eva Maria Kiesler. A ideia surgiu enquanto tocava piano em um dueto com o compositor George Antheil — daí veio o conceito de mudança frequente de canais para evitar interceptação.
A ideia foi rejeitada pelo Departamento de Guerra dos EUA em 1941, mas patenteada em agosto de 1942. O sistema usava 88 frequências diferentes, mas parecia difícil de implementar na época. Só em 1962 a tecnologia foi usada por tropas militares em Cuba. Em 1997, Hedy recebeu um prêmio por sua contribuição.
Vida Pessoal e Dificuldades
Nos EUA, casou-se mais cinco vezes: com Gene Markey, John Loder (com quem teve dois filhos), Ted Stauffer, Howard Lee e Louis Boies. Todos os casamentos fracassaram. Dizem que apenas os dois primeiros foram por amor; os demais, por necessidade financeira.
Com o tempo, perdeu espaço para novas estrelas como Marilyn Monroe e Kim Novak. Seu biotipo já não estava em alta, e seu agente tinha dificuldade em encontrar papéis. Ela estava falida e recusava trabalhos na TV, considerando-a um meio inferior.
Fez cirurgias plásticas ainda aos 40 anos (inclusive nos cotovelos!) e vivia se criticando no espelho, segundo seu filho, John Loder.
Sua vida piorou quando foi presa por roubo em uma loja de departamentos. O público ficou chocado ao saber que sua ídolo do passado estava sendo julgada por roubar um vestido de tricô. No tribunal, ela disse:
“Roubei porque não tinha dinheiro. Estou em estado de miséria, morando em uma casa de madeira, comida por cupins. Eu mesma cozinho, lavo minhas roupas, pois não tenho como pagar alguém.”
Foi absolvida por unanimidade e aconselhada a escrever um livro. Contratou um escritor para “Ecstasy and Me”, que lhe rendeu que acabou lhe rendendo 200.000 dólares, dos quais 80% foram designados para os impostos atrasados, 50% do valor que restou para o escritor e ela ficou com 20.000 dólares apenas. Mais tarde, processou a editora, alegando que muitas histórias foram inventadas pelo escritor Leo Guild, incluindo relatos sobre um suposto abuso sexual durante sua fuga.
Legado
Hedy morreu em 19 de janeiro de 2000, e suas cinzas foram espalhadas na floresta Wienerwald. Casou-se cinco vezes e teve uma vida marcada por escândalos, mas seu maior legado foi seu invento revolucionário.
O sistema de frequência que desenvolveu serviu de base para a tecnologia de comunicação dos celulares, garantindo-lhe o título de “mãe do telefone celular”.
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