Jeffrey Hunter se tornou conhecido como o ator que interpretou Jesus Cristo em King of Kings (1961).
É talvez o Jesus Cristo mais conhecido no cinema até hoje. Mas muitos não sabem que ele também seguiu uma carreira, principalmente em filmes de faroeste.
Seu nome verdadeiro era Henry Herman McKinnies Jr., filho único nascido em 25 de novembro de 1926. Nascido em New Orleans, mudou-se com a família para a cidade de Milwaukee. Foi ainda adolescente que iniciou a interpretar pequenas produções entre os anos de 1942 e 1944. Mas nada que chamasse muito atenção.
Nesse período, o ator antigo trabalhou inclusive em programas de rádio, onde participava de algumas séries. O caminho para se tornar um ator de sucesso no cinema nunca foi fácil. Após terminar a faculdade, continuou a trabalhar, dessa vez nos palcos e na tv. Aproveitou para estudar rádio e teatro na Universidade da Califórnia. Foi então que conseguiu ser notado.
O início do sucesso no cinema: uma carreira promissora
Como podemos perceber, Jeffrey sempre foi um homem bonito que chamou a atenção com seus belos olhos azuis. Ele também era alto, tinha 1:83 e chamava a atenção por onde andava. Chegou até mesmo a trabalhar como modelo. Foi então que, durante uma apresentação da peça “All My Sons“, em 1950, foi finalmente notado por um caçador de talentos da Paramount.
Chegou a fazer alguns testes mas acabou sendo contratado posteriormente pela 20th Century Fox. Seu salário nunca foi grande, mas ele permaneceu na companhia de cinema até 1959. Após duas participações sem grande importância, trabalhou em Horas Intermináveis (1951). Este filme não é muito lembrado e seu papel não era um dos principais.
Mas acabou atuando a partir de então em várias produções como Marinheiro do Rei (1953) e Rastros de Ódio (1956). As revistas de cinema e os críticos elogiaram sua participação. O que é muito significativo, já que ele foi foi dirigido pelo grande diretor de cinema John Ford e teve como companheiro de cena, John Wayne. A experiência foi tão boa que Jeffrey foi chamado para atuar em outro filme de Ford, Do Inferno para a eternidade (1960).
Jesus Cristo mais conhecido do cinema
Jeffrey teve um ano esplendoroso em 1961. Foi nesse ano que foi escolhido para trabalhar em O Rei dos Reis (1961). O clássico do cinema foi dirigido por Nicholas Ray. Segundo o IMDB, a atriz Agnes Moorehead o ajudou a treinar suas falas. Segundo a página, esse também foi o primeiro grande filme sobre Jesus Cristo que recebeu um grande orçamento.
Curiosamente, Jeffrey Hunter também tinha 33 anos de idade quando interpretou Jesus. Exatamente a idade de Jesus retratada no filme. Uma curiosidade: ele era muito peludo, e teve que raspar os pelos do corpo para fazer a cena de crucificação.
Uma carreira muito breve
Tudo levava a crer que o ator continuaria com uma carreira de destaque. Não magistral, mas de destaque. Ele chegou a participar da série Temple Houston em 1963, e também se tornou célebre por sua participação na série Jornada nas Estrelas.
Ele atuou em Jornada nas Estrelas desde o início, mas não queria estender sua participação na série por achar que valia mais a pena investir no cinema. Não adiantaram as insistências do produtor Gene Roddenberry. Ele parecia bem decidido quanto a isso. Sua esposa na época, Joan Bartlett, também achava justo que ele recebesse um aumento significativo, já que a série ganhava destaque. Mas esta foi negada e um novo ator contratado.
Foi aí que as coisas começaram a desandar. Ele partiu para a Europa onde os westers começavam a fazer imenso sucesso. Mas os filmes que ele pegou eram sempre de baixo orçamento.
Ele queria tanto ter feito a série The Brady Bunch (1969), mas acabou sendo reprovado justamente por ser bonito demais para interpretar um arquiteto, segundo o produtor. Mas mesmo que tivesse sido escolhido, o destino não o deixaria interpretar esse papel.
Casamentos e filhos
O ator chegou a se casar três vezes: com a atriz Barbara Rush (1950 a 1955), que conheceu quando começava sua carreira e teve um filho. Casou-se com Joan Bartlett (entre 1957 e 1967) e os dois adotaram duas crianças.
E sua última esposa foi Emily McLaughlin, com quem se casou poucos meses antes de sua morte em 1969.
Uma morte precoce e inesperada
1969 não foi um bom ano definitivamente. Ele sofreu um acidente enquanto filmava O Poderoso Frank Mannata (1969) quando após uma explosão ele teve o rosto ferido. Além disso, recebeu acidentalmente um golpe no queixo de um amigo e bateu com a cabeça contra a porta.
Durante um voo de volta aos Estados Unidos, ainda sentindo o golpe, sofreu seu primeiro derrame e ficou sem falar e semi paralisado. Chegou a se recuperar após ficar internado durante algumas semanas.
Sua saúde teve um grande abalo quando em 1969 o ator sofreu dois derrames. O mais grave provocou uma queda que o levou a fazer uma cirurgia nas pressas. Ele tinha apenas 42 anos, mas com a saúde bastante abalada, morreu de complicações da cirurgia.
O ator saiu do hospital e assinou uma participação em Trágica Sentença (1969). Mas jamais faria esse filme. Com a saúde muito frágil, sofreu um novo derrame e caiu das escadas de sua casa. Ficou muito tempo sem atendimento médico, o que levou seu caso a se tornar muito grave. Hospitalizado, jamais retornou a consciência e morreu devido aos dois fatores: uma fratura no crânio e derrame. Foi em 27 de maio de 1969 e ele tinha apenas 42 anos.