10 de março de 2025

Joan Crawford, uma Mamãezinha Querida

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Joan Crawford morreu em 10 de maio de 1977, e no início da década de 80 Christina, sua filha adotiva, lançava Mamãezinha Querida (Mommie Dearest), um livro autobiográfico onde revelava, entre outras coisas, como era sua vida com a famosa atriz de Hollywood. Segundo Christina, a atriz era uma mulher difícil, que maltratava os filhos e era alcóolatra. No livro a filha coloca-se sempre na defensiva, e afima que sua mãe tinha inveja dela e logo se tornaria um grande sucesso de vendas e o diretor Fran Perry foi chamado para assumir a versão cinematográfica.

Uma passagem antológica é o que ela relata que em um dos acessos de fúria, sua mãe a teria espancado após encontrar um cabide de arame em seu armário quando somente os de madeira seriam permitidos. Para Christina sua mãe era uma mulher que odiava os filhos, que teriam sido adotados tão somente para fins publicitários. O curioso é que as filhas mais jovens diziam desconhecer a mãe descrita no livro e que este foi feito como forma de vingança. Além de Christina, Joan adotou Christopher e as gêmeas Cathy e Cynthia.
Faye Dunaway aceitou interpretar o papel da famigerada mãe depois de Anne Bancroft ter sido considerada. A atriz tinha tanta certeza que esse seria um de seus maiores papéis no cinema que já considerava ganhar vários prêmios. O filme foi massacrado pelos críticos, que o consideraram de extremo mau gosto e a performance caricata. Ela acabou recebendo o Framboesa de ouro de Pior atriz. E não foi só: o filme ganhou como o Pior do Ano, e da Década. Posteriormente ela diria que se arrependeria de ter feito, e a película se transformaria em um cult trash da década de 80.
Famosa cena do filme e livro
Joan e Christine

Nesses vídeos caseiros vemos uma imagem diferente da Joan Crawford descrita por Christina. Aqui, vemos uma mãe carinhosa:

OS FILHOS

Joan Crawford adotou quatro crianças, após tentar por diversas vezes ter filhos naturais com seus maridos. Há rumores de que os diversos abortos provocados na juventude prejudicaram isso. A atriz era conhecida por ser uma mãe rígida e que passava várias tarefas para seus filhos. Ela não queria que eles crescessem mimados. Porém, as acusações só vieram após a morte dela. Vamos conhecer um pouco do perfil de seus filhos:
CHRISTINA CRAWFORD
 Christina nasceu em Los Angeles em 1 de junho de 1939, filha de uma mãe solteira. Foi adotada por Crawford no início de 1940. Joan queria chamá-la de Jr., mas logo mudou de ideia. Sua infância foi documentada pela mãe, e parecia uma infância feliz. A pequena foi enviada logo cedo para um internato, algo comum com filhos de famosos, se encontrando apenas durante as férias.
Christina em 1961, aos 22 anos

Christina fez mestrado em Gestão de Comunicações e se casou com Harvey Medlinsky, porém o casamento só durou dois anos. Ela tentou a carreira de atriz porém sem grande sucesso. Após a morte da mãe lançou o livro para se vingar de sua mãe, que não lhe deixara nada de herança. Em 1981 sofreu um derrame e levou cinco anos para se recuperar.

 Seu segundo marido David Koontz  acreditava que ela mentia com relação à mãe e a deixou. Christina casou-se uma terceira vez, mudou-se com seu terceiro marido para o Noroeste e nunca teve filhos. Tem aparecido constantemente em documentários sobre Joan. Em 2001 acusou Joan de ter matado seu quarto marido, Al Steele. Hoje em dia suas acusações são consideradas exageradas e difamatórias.
CHRISTOPHER CRAWFORD
 Nascido Philip Terry Jr. em 15 de outubro de 1943 foi adotado por Joan e seu então marido Philip Terry em 1943. Após o divórcio ela mudou o nome dele para Christopher Crawford. Ele era um garoto quieto, mas ao saber que foi adotado se sentiu muito mal e foi rotulado como uma criança problemática, tendo sido expulso de diversas escolas.
Christopher fugiu de casa em várias ocasiões, sempre em busca de sua verdadeira mãe. Aos 16 anos roubou um carro e saiu de casa definitivamente antes dos 18. Aos 19 se casou com uma garçonete, e foi trabalhar como salva-vidas. Ao visitar Joan, com seu filho, a mãe teria lhe dito que o garoto não se parecia com ele e era provavelmente um bastardo. Foi a última vez que se viram. Christopher  teve quatro filhos, porém não tinha um relacionamento próximo com eles, chegando a dizer em certa ocasião que não tinha a menor ideia de onde estariam. Após a guerra do Vietnã ele morou em Nova York para o resto de sua vida, na maior parte como um desempregado. Ele recusou quaisquer direitos sobre o livro escrito por sua irmã e faleceu em 22 de setembro de 2006, aos 62 anos.
CATHY E CYNTHIA CRAWFORD
Cathy e Cynthia nasceram em 13 de janeiro de 1947 em Dyersburg, Tennessee. A mãe delas morreu uma semana após o nascimento delas. Joan as adotou em junho e elas tiveram uma infância agradável. A atriz nunca escondeu o fato de que elas eram adotadas. Em 1960 as duas se mudaram para Nova York após a morte de Al Steele, quarto marido de Joan.
Cynthia estudou em colégio interno e quando frequentava a universidade conheceu seu marido, com quem casou-se grávida aos 20 anos. O casal teve dois filhos e se divorciou em 1976. Após a morte de Joan ela herdou parte da herança da mãe, mudando-se para Jackson. Na década de 90 ela reencontrou seu pai natural, que faleceu em 1993. Cynthia morreu em 14 de outubro de 2007, aos 60 anos, de hepatite. Após a morte de Joan, ela perdeu o contato com Christina e Christopher.
Cyntia, a mãe e Cathy

Cathy também estudou em colégio interno. Se casou em 1968 com Jerome LaLonde, se mudando para Norfolk. Teve dois filhos, Carla e Casey. Após a morte da mãe, também recebeu parte de sua herança, herdando também o Oscar que Joan recebeu em 1946 por Mildred Pierce (em 1993 oOscar foi vendido em um leilão). Ela se separou do marido em 1984, trabalhando como auxiliar de professor.

 Cathy atalmente reside na Pensilvânia e também nunca mais teve contato com Christopher ou Christina após a morte de Joan. O filho de Cathy, Casey, tenta refazer a imagem de sua avó, que considera inocente das acusações de sua tia.