Em Hollywood, eram raros os casos de profissionais que se assumiam homossexuais ou bissexuais, como Marlene Dietrich, Greta Garbo, Alla Nazimova, Sal Mineo e a diretora Dorothy Arzner. A grande maioria, para conseguir contratos e continuarem com seu público cativo, tinham que manter sua orientação sexual em segredo, como foi o caso de Rock Hudson, que só veio revelar sua condição no final de sua vida, ainda que de forma discreta.
Rock Hudson, um homem imensamente belo, atingiu os 30 anos sem se casar, e os rumores começaram a aparecer. Isso era perigoso para a sua carreira. Seu agente Henry Wilson começou a atribuir-lhe romances com inúmeras belas atrizes, como acontecia também com James Dean, para aplacar as fofocas, mas aquilo era pouco para o público americano da época, que “exigia” seus astros casados.
Quando as fãs começaram a escrever às revistas de fofocas perguntando porque o astro jamais se casava, como fizera outros astros como Tony Curtis, Marlon Brando e outros, seu agente imediatamente tratou de iniciar uma campanha de marketing mostrando Rock perdidamente apaixonado por uma moça chamada Phyllis Gates, uma secretária.
Poucos meses depois foi realizado um casamento, que a revista de fofocas “Confidential” chegou a chamar de “A farsa do ano”. Bem, pelo menos o casamento serviu para aplacar os nervos das fãs e afirmar a masculinidade de Hudson. O casamento durou de 1955 a 1958, e a desculpa para o divórcio foi o de sempre: “crueldade mental”.
Phyllis teoricamente não teria direito a nada, pois não tiveram filhos nem propriedades adquiridas após o casamento. Mas… recebeu um milhão de dólares, uma casa em Beverly Hills, e um carro Lincoln Continental, suficientes para sua independência financeira. Nada mal para uma ex-secretária.
Quanto a Rock, continuou sua carreira, ganhando milhões e restituindo sua popularidade graças a esse casamento. Os que o conheceram sempre o descrevem como uma das pessoas mais doces que já viram. Fez amigos por toda a vida, como Elizabeth Taylor e Doris Day. Morreu em decorrência da AIDS, em 2 de outubro de 1985, quando as pessoas vieram a saber sobre sua verdadeira sexualidade.