Herbert Marshall nasceu em Londres, em 23 de maio de 1890. Filho dos atores Percy F. Marshall e Ethel May Turner, era de certa forma esperado que ele seguisse os passos dos pais. Admirando seu pai, que faleceu em 1927, e Herbert, apelidado pela mãe como “Bart” seguiu seus passos. Inicialmente trabalhando em teatros como assistente, ou um faz-de-tudo, depois começou a participar de algumas peças.
Então veio a guerra. O ator foi baleado no joelho esquerdo e obrigado a amputar a perna, permanecendo um ano no hospital. Quando saiu de lá e de uma forte depressão, resolveu reaprender a andar com uma prótese. Poucas pessoas sabiam que ele usava essa prótese, tamanha perfeição que ele andava, embora a prótese doesse e causasse desconforto.
Ele também começou a atuar como uma profissão nos palcos através de uma trupe de Nigel Playfair. Ser ator fez com que ele viajasse bastante em turnês tanto pela Europa, quanto pela América. Logo ele estreava também nas telas em Mumsie (1927), onde atuou ao lado de Pauline Frederick. Era um filme mudo mas que o levou a receber um convite para aparecer em um norte-americano. A estréia veio na primeira versão de A Carta (1929), com a fatídica atriz Jeanne Eagels fazendo a personagem principal. Curiosamente ele também participaria do segundo filme, que consagrou Bette Davis.
Após trabalhar com Hitchcock ainda na Europa, e de fazer mais algumas participações, partiu de vez para a América, onde teria uma farta carreira em cerca de 92 participações em filmes e séries entre a década de 20 e 60. O ator trabalhou ao lado de grandes atores e atrizes, e sob a direção de diretores consagrados, sendo seu período mais rico de experiências nas décadas de 30 e 40. Marshall também trabalhou na rádio e tv em vários programas e séries e ao longo das décadas seguintes.
Anos mais tarde, durante a Segunda guerra, que o ator visitaria vários hospitais e tentava levantar o astral dos soldados amputados como ele. Para tentar motivá-los a continuar suas vidas, contava sua experiência, e como ele superou as dificuldades. Ele apenas repetia o que era em sua vida pessoal, um homem muito querido entre os amigos, devido à sua forte sensibilidade e alto astral.
Ele foi casado cinco vezes, além de ter tido um comentado romance com a atriz Gloria Swanson. Herbert faleceu em 22 de janeiro de 1966 após sofrer um ataque cardíaco em sua casa em Beverly Hills. Tinha 75 anos de idade e sofrera de depressão nos seus últimos anos de vida.
Se você deseja conhecer um pouco sua carreira, separei alguns filmes que são imperdíveis desse admirável ator e profissional. Confira:
Ladrão de Alcova / Trouble in Paradise (1932): Mesmo passados tantas décadas após seu lançamento, Trouble in Paradise mantém o frescor com a sagacidade de seus diálogos e extrema sensualidade. Traz Herbet Marshall e Miriam Hopkins como pessoas que vivem de dar golpes. Os dois se apaixonam, claro, e passam a aplicar os golpes em conjunto. O filme foi tirado de circulação pela censura.
A Vênus Loura (Blonde Venus, 1932): Marlene Dietrich é Helen, uma mulher que já dançou em clubes noturnos e se casa com um cientista. Para conseguir dinheiro e curar o marido de uma enfermidade, ela volta a se apresentar nos palcos. Logo se envolve com outro homem.
Anjo / Angel (1937): A deusa Marlene Dietrich está divina como uma mulher desprezada pelo marido e que inicia um romance com outro homem. Sim Ernst adorava um triângulo amoroso. Traz no elenco Herbert Marshall.
Correspondente Estrangeiro (Foreign Correspondent, 1940), de Alfred Hitchcock: Johnny Jones é um correspondente de um jornal que parte para a Europa para cobrir a guerra, que está cada vez mais próxima. Lá testemunha vários casos e sua situação se torna cada vez mais desesperadora. Joel McCrea é o ator principal.
A Carta (1940), de William Wyler: Leia sobre o filme clicando aqui.
Pérfida (The Little Foxes, 1941), de William Wyler: Melodrama sobre o impacto da industrialização no sul dos EUA, narrando as atividades predatórias de uma família, os Hubbard. Bette Davis faz uma perversa de envergadura, confirmando seu talento. A partir da adaptação feita por Lillian Hellmann de sua própria peça teatral, William Wyler desdobra seu talento criando sequências memoráveis com habilidade extraordinária.
O Fio da Navalha (1946), de Edmund Goulding: Leia mais clicando aqui.
O Jardim Encantado (The Secret Garden, 1949), de Fred M. Wilcox: Leia mais sobre o filme clicando aqui.