Maiores Astros do Cinema Argentino Clássico

3500

Juntamente com o cinema brasileiro e o Mexicano, o produzido na Argentina é um dos mais desenvolvidos na América Latina. A primeira projeção no país aconteceu em Buenos Aires, em 1896 no Teatro Odeón. Lá passaram curtas dos Irmãos Lumière. No ano seguinte surgia o primeiro filme do país, o documentário “A Bandeira Argentina”, seguido de Viagem a Buenos Aires em (1900).

Os primeiros filmes tiveram como tema obras literárias e o primeiro grande sucesso foi Nobreza Gaucha (1915), de Humberto Cairo. Em 1931 era exibido o primeiro filme falado, Muñequitas porteñas, que utilizava o sistema Vitaphone de sincronização sonora. Nesse período nasceram os primeiros estúdios cinematográficos, a “Argentina Sono Filme” e a “Lumiton”.

Com a chegada do som, vários artistas de rádio brilharam nas telas e contribuíram com suas vozes para a conhecida Idade de Ouro do Cinema Argentino, mas já a partir da década de 40, a concorrência de filmes americanos gerou uma crise no mercado. Alguns filmes de sucesso dessa época foram  A Guerra Gaucha (1942) e Malambo (1945). A partir do final da década de 50 chegou uma nova fase, conhecida como o novo cinema argentino, onde uma nova geração de diretores conseguiram levar várias películas que competiram em festivais internacionais. A chegada do “segundo novo cinema argentino” verificou-se apenas na década de 90, um cinema pós ditadura que é marcado pelo caráter independente das realizações. Vamos conhecer alguns dos maiores astros do cinema clássico argentino:

Amanda Ledesma (1911 – 2000): Iniciando a carreira como cantora, ganhou um concurso realizado pela Gaumond e seguiu para se apresentar em programas de rádio. Em 1933 Amanda debutou como atriz em “Dancing”, segundo filme falado da Argentina. Após participar de “Amor último modelo” (1942) radicou-se no México, onde continuou a trabalhar em filmes de sucesso, sendo conhecida como La rubia diosa del tango.

 

Amelita Vargas (1928): A atriz , nasceu em Cuba, mas chegou à Argentina na década de 40, trabalhando no teatro de revista em Buenos Aires. Debutou no cinema em 1947 em Con el diablo en el cuerpo, de Carlos Hugo Christensen. Além de atriz também se destacou como vedete.

 

Eva Perón (1919 – 1952): Antes de se tornar a primeira dama da Argentina, estreou nas telas em 1937 no filme “Segundos Afuera”. Posteriormente foi contratada para fazer radionovelas. Só, sem recursos e com pouca instrução, Eva  passou por muitas dificuldades até chegar a ser uma atriz de certo renome no rádio, onde participava de um programa de muita audiência e fazia algumas peças de teatro.

 

Imperio Argentina (1906–2003): A atriz e cantora argentina nasceu no tradicional bairro de San Telmo (Buenos Aires).Tinha só seis anos quando subiu pela primeira vez em um tablado. Em 1927, o diretor de cinema Florián Rey a escolheu para interpretar La hermana San Sulpicio, filme mudo baseado no romance homônimo de Armando Palacio Valdés. Mas foi com a chegada do cinema falado que ela começou a fazer sucesso.

 

Libertad Lamarque (1908 – 2000): Libertad iniciou sua carreira na década de 30 no filme Adeus, Argentina, de Mario Parpagnoli. Seu primeiro filme falado veio em 1933, com Tango!. Anunciada como a “rainha do tango”, se consagrou como uma atriz melodramática. Após uma briga com Eva Perón, na década de 40, foi forçada a exilar para o México, onde viveu até sua morte e trabalhou em mais de cinquenta filmes. A atriz também ficou conhecida por seus personagens em novelas.

 

Mercedes Simone (1904 – 1990): Atriz e cantora de tango, ficou conhecida como A dama do tango. Em 1933 participou do filme argentino “¡Tango!” que inaugurou o cinema sonoro naquele país, do diretor Luis Moglia Barth, interpretando a canção Cantando, um tango.

 

Olga Zubarry (1929 – 2012): Olga Zubarriaín, mais conhecida como Olga Zubarry, nasceu em Buenos Aires e ficou conhecida por seus trabalhos no cinema, teatro e televisão. Fez mais de 80 aparições em filmes, entre 1943 e 1997, durante seis décadas do cinema argentino.

 

Susana Freyre (1929): Nascida em Rosário, iniciou sua carreira no teatro em 1943 e se tornou uma das atrizes mais importantes do cinema clássico argentino. Trabalhou constantemente com o diretor Carlos Hugo Christensen, seu marido. Na década de 50 chegou a morar no Rio de Janeiro e teve uma carreira entre a Venezuela, México e Brasil.

Tita Merello (1904 -2002): Foi uma das primeiras e principais vedetes argentinas. Em
1933 iniciou a sua carreira no cinema, quando participou do primeiro longa-metragem falado do cinema argentino: Tango!, tendo sido uma das mais importantes atrizes da história do país. Sua revelação como atriz dramática se deu em 1937, quando protagonizou o filme La Fuga. O ápice de sua carreira como atriz foi como a de cantora, verificando-se na década de 1950, quando roda filmes como Filomena Marturano, Arrabalera, Los Isleros, Mercado del Abasto, dentre outros.

 

Virginia Luque (1927 – 2004): Tendo estreado no teatro em 1943, seguiu para o cinema logo em seguida em “La guerra la gano yo”. La historia del tango (1949) foi o primeiro filme em que ela atuou como protagonista. Sua filmografia inclui cerca de trinta filmes, muitos deles realizados no exterior.

Alberto Bello (1897 – 1963): Começou a carreira profissional no teatro por volta de 1927. Considerado um grande mestre dos palcos e da tela, também trabalhou em muitos programas de rádio.

Luis Sandrini (1905 – 1980): um dos atores cômicos mais populares do público e crítica argentinas, antes de iniciar a carreira no cinema participou de programas de rádio e no teatro. Sandrini conquistou o coração dos argentinos pelo grande carisma de seus personagens.

 

Enrique Serrano (1891 – 1965): Nascido na Espanha, Enrique chegou na Argentina ainda na primeira infância. Aos onze já trabalhava no circo e em 1910 estreava no cinema em filmes mudos. Ao longo de sua carreira ele se especializou em personagens de vigaristas, atuando ao lado de grandes estrelas.

 

Ernesto Raquén (1908 – 1976): Ernesto apareceu mais de 30 filmes argentinos e dividiu a tela com grandes estrelas como  Pepe Arias , Pedro Maratea e Olinda Bozan. Também trabalhou nos palcos e era considerado o grande galã da era de ouro do cinema argentino.

Carlos Gardel (1883 – 1935): Apesar do local de seu nascimento ser repleto de controvérsias, é certo que Gardel se considerava argentino. Cantor, ator e compositor, é conhecido como o representante maior do gênero. Gardel participou de diversos filmes e na década de 30 protagonizou mais de quinze curtametragens sonoros, cada uma sobre uma canção. Também trabalhou na França e nos Estados Unidos.

José Cibrián (1916 – 2002): Reconhecido ator e diretor teatral da Argentina, participou de filmes como Amor de mis amores (1940), Santa (1943) e Así son ellas (1943), fazendo enorme sucesso também no humorístico televisivo  Los Piedra Gómez.

Malvina Pastorino (1916 – 1994): Malvina fez sua estréia no cinema em 1949 no filme Esperanza, dirigido por Francisco Mugica. Participou de uma série de filmes ao lado de seu marido, o também ator Luis Sandrini, como  Payaso (1952), Cuando los duendes cazan perdices (1955) e Chafalonías (1960).

Mecha Ortiz (1900–1987): A carreira de Mecha abrangeu o período de 1937 a 1981, durante a Idade de ouro do Cinema Argentino. A atriz ganhou um prêmio por sua atuação em Safo, historia de pasion (1943) e outro por El Canto del Cisne (1945). Ela era conhecida como a Greta Garbo argentina.

Mirtha Legrand (1927): Durante uma carreira que durou 75 anos, Legrand atuou em 36 filmes, sendo um deles na Espanha. Também participou de diversas séries na tv e peças teatrais. Seu talk show no rádio ficou 47 anos no ar.

Pedro Maratea (1912 – 2002): Começou sua carreira nas telas como extra em  El caballo del pueblo (1935) e dois anos mais tarde fez sucesso em Lo que le pasó a Reynoso (1937).Foi um grande amigo de Carlos Gardel, de quem contava algumas histórias.

Pepe Arias (1900 – 1967): Ator e comediante, iniciou sua carreira no cinema com ¡Tango!, realizado em 1933. O ator participou de 24 filmes, dentre elas Kilómetro 111 (1938), El haragán de la familia (1940), Fantasmas en Buenos Aires (1943). O ator também colecionou sucessos no rádio como cômico.

Roberto Escalada (1914 – 1986): Famoso ator conhecido tanto por seus trabalhos no rádio quando no cinema e posteriormente televisão. Sua paixão pelo tango também refletiu em várias letras que compôs. Sua estréia no cinema veio em 1939 no filme “Doce mujeres”, que marcou a chegada do cinema falado na Argentina.

Comente Aqui!