Quando penso em Greer Garson sempre me lembro de personagens fortes, marcantes e que imprimiram o poder feminino nas telas. A atriz inglesa de traços fortes e empoderados de fato atraía uma série de outras mulheres de igual força e decididas. Uma das atrizes mais populares da MGM, ela protagonizou uma série de filmes e seu auge se deu na década de 40, quando ela recebeu cinco indicações (consecutivas) para o Oscar de Melhor Atriz. Além disso, sua presença se fez marcante em seis filmes nomeados a Melhores daqueles anos.
Iniciando a carreira nos palcos, foi descoberta por Louis B. Mayer quando este viajou para a Inglaterra em busca de novos talentos. Mas ela também é reconhecida pela dupla de sucesso que fez ao lado de Walter Pidgeon, com quem dividiu a tela em oito filmes. Separei aqui alguns filmes para que você possa conhecer um pouco mais da carreira da Garson:
Adeus, Mr. Chips (1939): Mr. Chips é um professor dedicado, mas não consegue ser popular com os estudantes, embora sonhe em se tornar diretor da escola. Depressivo, ele resolve ir escalar, e acaba conhecendo Katherine Ellis (Greer Garson). Os se envolvem e se casam, e o relacionamento entre ambos acaba por favorecer o professor, que se torna mais comunicativo. Mas quando tudo parece estar na sua maior perfeição, uma tragédia mudará a vida deste grande mestre. Greer rouba a cena com sua personagem que traz vida à vida solitária de Mr. Chipping. E mesmo com um papel tão pequeno, ela recebeu uma indicação por sua participação, mas acabou perdendo para Vivien Leigh. Afinal, não tinha como competir com um filme como E o Vento Levou.
Orgulho e Preconceito (1940): Uma das jovens, Elizabeth (Greer Garson), é que vai detonar uma série de mudanças comportamentais ao se encantar com a presença de um jovem que chega à vizinhança acompanhado do amigo Darcy (Laurence Olivier), um homem rico e orgulhoso. Imediatamente ele se apaixona por ela, mas Elizabeth terá como rival uma mulher mais jovem e rica do que ela. Greer foi bem aproveitada nessa adaptação da obra de Jane Austen. Embora Clark Gable tivesse sido a primeira opção para Mr. Darcy, Olivier juntamente com Greer conseguiram arrancar suspiros e elogios da crítica, embora não tivesse ido bem na bilheteria.
Flores do Pó (1941): Já falei sobre esse filme especificamente nessa matéria especial. Aqui Garson encarna Edna Gladney, uma das maiores humanistas de todos os tempos. Esse foi o primeiro filme em Technicolor de LeRoy. A atriz traz um forte desempenho mas acabou perdendo o Oscar para Joan Fontaine em Suspeita.
Rosa da Esperança (1942): Garson é Kay Miniver, uma esposa britânica que vive confortavelmente ao lado do seu marido Clem (Walter Pidgeon). Com a chegada da guerra, ela fica sozinha para cuidar de sua família. Um filme propaganda de guerra, é claro, mas não temos como não nos envolver com a personagem que rendeu a atriz um Oscar.
Na Noite do Passado (1942): Garson é Paula Ridgeway, uma mulher que se apaixona por um ex-combatente sem memória (Ronald Colman). Os dois se casam, vivem felizes, mas após ele sofrer um atropelamento, recobra as memórias anteriores, esquecendo-se de Paula. Para poder ficar ao lado de Charles, Paula fica como sua secretária sem poder revelar nada sobre a sua outra identidade o que poderia lhe causar um choque fatal.
Madame Curie (1943): Seguindo a galeria de mulheres fortes, Garson é Marie Sklodowska (Greer Garson), uma pobre estudante idealista que vive em Paris e estudou na Sorbonne. Ela negligencia sua saúde e um dia desmaia durante a aula. Seu tutor, o Prof Perot (Albert Bassermann) é simpático e, achando que ela não tem amigos ou família em Paris, a convida para uma festa que sua esposa organizou para poucos amigos. Entre os muitos convidados está o físico Pierre Curie (Walter Pidgeon), um homem extremamente tímido, distraído e completamente dedicado ao seu trabalho. Mais uma vez, Garson teve um desempenho maravilhoso e recebeu uma indicação ao Oscar, perdendo para Jennifer Jones em The Song of Bernadette .
Mrs. Parkington, A Mulher Inspiração (1944): Mais uma da dupla Garson e Pidgeon. dirigido por Tay Garrnett, o filme conta em flashbacks a história de Susie Parkington, uma mulher de origem humilde que se casou com Augustus Parkington. Sua luta para se encaixar na sociedade de Manhattan e sua vitória sobre os hipócritas rendeu mais uma indicação. Dessa vez ela perdeu para Ingrid Bergman em Gaslight .
O Vale da Decisão (1945): Século 19, Pittsburgh. Mary Rafferty (Greer Garson), uma bela jovem que vem de uma família pobre de metalúrgicos, começa a trabalhar na casa de uma família rica, os Scott, proprietários da metalúrgica. E logo chama a atenção do charmoso Paul Scott (Gregory Peck), mas o romance é atrapalhado pelo compromisso de Paul com uma dama da sociedade. Baseado no romance de Marcia Davenport, trouxe a última indicação em sequência de Garson, que perdeu o Oscar para Joan Crawford em Mildred Pierce.
Dez Passos Imortais (1960): Adaptação de uma peça de sucesso na Broadway, trata-se da biografia de Franklin Roosevelt (Ralph Bellamy) que cobre o período no qual ele fazia campanha para a presidência dos Estados Unidos. Vítima da pólio, o que o deixou incapaz e andar normalmente, Franklin teve total apoio da família e especialmente da esposa Eleanor. O filme mostra ainda as várias influências na vida de Franklin e sua determinação para se recuperar. Garson interpreta Eleanor Roosevelt. Filme lançado tempos depois do término do seu contrato com a MGM.