Relembre Momentos de Julie Andrews nas Telas

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Sem dúvidas a primeira imagem que me vem à cabeça quando lembro de Julie Andrews é essa abertura de A Noviça Rebelde. Tivemos a oportunidade de rever esse momento ano passado, quando a rede de cinemas Cinemark nos presenteou com essa maravilha em tela grande. Vamos rever agora?

E de fato Andrews tinha um alcance vocal invejado e está no meu topo de maiores atrizes cantoras. Cantora, dançarina, diretora e escritora, trabalhou no teatro, cinema e televisão, se tornando uma das 100 maiores personalidades britânicas de todos os tempos. A estréia nos palcos veio ainda naquela fase adolescente, quando ela trabalhou primeiro em Londres, depois na Broadway. Na América chegou com a peça The Boy Friend. Não temos vídeos da peça, mas temos algumas imagens da peça que ela posteriormente dirigiu:

O sucesso mesmo viria com o mega sucesso My Fair Lady nos palcos, que lhe garantiu uma indicação ao Tony. A primeira grande decepção viria ainda nesse período, quando os produtores da Warner preferiram colocar uma atriz com mais sucesso para o papel de Eliza Doolittle e escolheram Audrey Hepburn. Só tinha um problema nisso tudo, aliás dois: Audrey tinha uma voz muito doce, e se esforçou bastante para cantar, mas os produtores mais uma vez interferiram e preferiram usar uma dublê.A atriz também se sentiu mal, pois Rex Harrison, amigo de Julie, rejeitava sua escolha. Harrison chegou a dar uma entrevista em que dizia que “Eliza Doolittle deveria ficar pouco à vontade em salões europeus. E Audrey nunca passou um dia de sua vida fora deles”. A outra questão é a mágoa que Julie sentiu, já que a peça era basicamente ela. Curiosamente, tanto Julie quanto Audrey concorreram ao Oscar nesse ano, e Julie levou a melhor. Aqui, um pequeno pedaço da peça que Julie fazia em 1961 para que a gente possa sentir como teria sido com ela:


O filme com que ela levou o Oscar de Melhor atriz foi também o único em que alguém ganhou um Oscar por atuação dos estúdios Disney. E pensar que esse filme marcou sua estréia no cinema. Inicialmente ela hesitou em aceitar o papel, já que ainda tinha esperanças em estrelar My Fair Lady. Mas como o convite realmente não ocorreu ela resolveu se entregar a esse projeto que unia animação com interpretações reais. E, olha, não temos o que reclamar de Walt Disney, já que ele gostou tanto do que viu da atriz no teatro, que quando ela anunciou que estava grávida, ele resolveu esperar até que ela pudesse começar as filmagens. O resultado? Fascinante!

Agora vem o maior sucesso de todos, aquele que foi uma das maiores bilheterias de todos os tempos, e que lhe rendeu uma segunda indicação ao Oscar. Sua imagem, subindo as colinas e cantando, marcou profundamente toda uma geração que adoraria ter uma noviça como aquela como cuidadora. Até hoje não consigo dizer Supercalifragilisticexpialidocious. Encontramos essa gravação de 1995 com Julie cantando ao vivo um dos sucessos do filme:

Outros filmes da década de sessenta que merecem ser vistos são Não podes comprar o meu amor (um filme de guerra), Cortina Rasgada (de Alfred Hitchcock) e Positivamente Millie. Este último é uma das delícias de filmes que nos transportam para outros locais e nos deixam com um sorrisão no rosto, sabe?

Se você não assistiu ainda, aconselho a correr e ver essa maravilha que nem é muito lembrada em sua carreira. Aqui a abertura do filme:

A chegada da década de setenta não foi muito boa para sua carreira justamente porque o estilo musical em que ela se especializava perdia aos poucos a força desde o final da década de 50. E embora possamos ter alguns filmes significativos como Star (1968), Lili, Minha adorável espiã (1970), somente em 1982 ela teve um filme realmente de sucesso, Victor ou Victoria. Dirigido por Blake Edwards (seu marido), trazia Julie como uma cantora desempregada que para conseguir um emprego se transvestia de um homossexual. O problema é que o lado hetero dela grita loucamente quando se aproxima de um belo homem como o James Garner. Vale super a pena rever isso:

e isso:

Já deu para perceber que é meu filme preferido dela né? Julie aproveitou que o cinema não estava dando muito certo e resolveu investir no teatro novamente, sua grande paixão. Se destacou com uma versão teatral de Victor e Victoria. Em 1998 tivemos uma notícia tristíssima: seu marido declarou que após uma cirurgia mal sucedida, Julie provavelmente não voltaria mais a cantar. A cirurgia foi realizada para a retirada de alguns nódulos na garganta. Isso a deixou deprimida e ela teve que recorrer a um acompanhamento psicológico. Ela passou por várias outras cirurgias para retomar sua voz de antes, e em 2010 ela fez um concerto:

Outro momento:

Na década de 2000 a atriz resolveu voltar às telas e estrelou alguns filmes de sucesso como O Diário da Princesa, ao lado da jovem Anne Hathaway e sua sequência. Julie também se dedicou a fazer dublagens em algumas animações como Shrek e Enchanted. Atualmente se dedica a atividades beneficentes que lhe renderam o título de Embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para a UNIFEM, Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulheres. Nessa década ela também retomou alguns dos sucessos que fizera na juventude e dirigiu The Boy Friend na Broadway.

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