Os Melhores Filmes de Ingmar Bergman

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O diretor sueco Ingmar Bergman é reconhecido como um dos mais influentes diretores de todos os tempos. Responsável por mais de 170 montagens teatrais começou uma parceria em 1953 com o diretor de fotografia Sven Nykvist. O diretor também trabalhou constantemente com atores consagrados como Bibi Andersson, Max von Sydon e Liv Ullmann.

Sua carreira cinematográfica teve início em 1941 quando começou a escrever roteiros. O sucesso veio após escrever Torment (1944), dirigido por Alf Sjöberg. Dentre seus primeiros filmes estão O Diabo Wanton (1949) e Monika e o Desejo (1953). O primeiro sucesso internacional veio com Sorrisos de Uma Noite de Verão (1955), quando foi nomeado para a Palma de Ouro em Cannes. A partir daí vieram seus maiores sucessos, como O Sétimo Selo, Através de um Espelho (1961), Luz de Inverno (1962), e O Silêncio (1963).

Liv Ullmann e Ingmar Bergman nos sets de A Hora do Lobo

O diretor preferia escrever seus próprios roteiros e alguns deles são baseados em suas peças ou escritos em colaboração com outros autores. Posteriormente Begman deixou seus atores mais livres para improvisar as cenas, ficando a cargo deles até mesmo as falas utilizadas. Em seu trabalho questões como a insanidade humana, a doença, o temor da morte e as dúvidas relativas à fé e a solidão estão sempre presentes.

Caso você deseje adentrar na obra do diretor, sugerimos assistir a esses filmes indicados. Há também dois bons documentários para entender mais a obra e homem em questão: Liv & Ingmar – Uma História de Amor (Liv Ullmann e o diretor sueco Ingmar Bergman viveram uma relação que se estendeu por 42 anos e a atriz relembra alguns desses momentos) e Trespassing Bergman (Dividido em três partes – Bergman e o Cinema, Bergman e o Teatro e Bergman e a Ilha de Faro, faz um apanhado de toda a trajetória artística de Ingmar Bergman). Vamos aos filmes indicados:

Persona (1966): A enfermeira Alma (Bibi Anderson) cuida de Elisabeth Vogler (Liv). Aos poucos a relação entre as duas vai mudando, e Alma passa a falar a sua paciente sobre sua vida, desejos e até mesmo segredos. Alma percebe que sua personalidade está sendo submergida na pessoa de Elisabeth.
A Fonte da Donzela (1960): Idade Média. Os pais de Karin Töre são cristãos fervorosos e a incumbem de levar velas para a igreja da região e acendê-las para a Virgem Maria. No meio do caminho, ela é morta e uma fonte brotará no local em que ela foi violentada. O filme aborda a questão do paganismo X cristianismo na Idade Média, a crítica a “Deus” e às pessoas que não conseguem viver sem a fé. 
A Hora do Lobo (1968): Segundo Bergman, “Hora do Lobo é o espaço entre a noite e a madrugada. A hora em que a maioria das pessoas morre, e que a maioria das pessoas nasce, e que os pesadelos são reais e que a angústia nos persegue”. Um pintor e sua esposa vão morar em uma ilha afastada da sociedade. Lá conhecem um grupo de pessoas que os faz relembrar angústias do passado e questionar a própria lucidez. Um dos melhores terrores psicológicos de todos os tempos.
Através de um Espelho (1961): Harriet Andersson é a frágil Karin que, afetada por crises de loucura, entra em conflito com seus familiares durante as férias de verão numa ilha distante. Um drama psicológico intenso em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família. O ritmo é lento e muitas vezes cansativo, o que causa angústia em alguns que o assistem, mas a claustrofobia causada em algumas cenas é proposital e usado para causar essas sensações.
Cenas de um Casamento (1973): A história original foi lançada como uma minissérie de TV em 1973 e narra a história do casal formado por Johan e Marianne. Certo dia um casal muito amigo deles, Katarina e Peter, vêm para um jantar. De imediato Katarina e Peter demonstram que o seu casamento passa por uma série crise. Semanas depois, Marianne descobre que está grávida e Johan, ao saber, não demonstra nenhum contentamento. Uma análise real sobre o casamento, por vez cruel e sem amor.
Gritos e Sussurros (1972): Três irmãs buscam lidar com a morte iminente de uma delas, que está no leito de morte. Mas as relações que estavam já abaladas pioram cada vez mais. O filme traz uma das fotografias mais marcantes utilizadas pelo diretor. O uso excessivo da cor vermelha amplia a agonia sentida pelas irmãs e em algumas cenas temos a sensação de estarmos dentro de um quadro renascentista.
O Sétimo Selo (1956): Baseado em uma peça teatral de autoria do próprio Bergman, se passa na idade média européia. O título remonta ao livro bíblico Apocalipse. Bergman busca no mundo medieval o medo apocalíptico, seja o temor de que o mundo pode acabar de repente ou de que ele seja dizimado gradualmente pela peste, o que acaba por expôr a preocupação própria do diretor com essa mesma questão. 
Morangos Silvestres (1957): O título original, em sueco, refere-se ao lugar (stället) onde se encontram morangos silvestres (smultron).Considerado pelo New York Times como um dos 1000 melhores filmes produzidos narra a ida de um professor de Medicina com sua nora para receber o grau honorário de uma Universidade. No caminho ele passa a relembrar alguns momentos de sua vida, temendo a morte que se aproxima.
O Silêncio (1963): Um das obras centrais da filmografia de Ingmar Bergman, O Silêncio é o desfecho da “Trilogia do Silêncio”, formada ainda por Através de um Espelho e Luz de Inverno. Duas irmãs com dificuldades de relacionamento, Esther e Anna, e o filho desta, viajam para a Suécia. Porém, no meio da jornada, são obrigadas a parar num país estrangeiro, onde se hospedam num hotel quase deserto. Neste local, elas se defrontam com o vazio existencial de suas vidas.
Sonata de Outono (1978): Única vez em que o diretor trabalhou com Ingrid Bergman, traz o difícil relacionamento entre uma mãe pianista e sua filha emocionalmente fragilizada. O filme contém uma bela fotografia repleta de closes que amplificam os sentimentos contraditórios das protagonistas. É um filme sobre os relacionamentos familiares mal resolvidos.

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