Julie Harris, A inesquecível Abra de Vidas Amargas foi recordista do Emmy

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Julia Ann Harris nasceu no Michigan em 2 de dezembro de 1925. A carreira foi iniciada no curta “It’s a Gift”. Sua estréia nas telas veio com com “The Member of the Wedding” (1952), fazendo a adolescente Frankie. Foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por esse filme.  No mesmo ano ganhou o Tony com a peça “Goodbye to Berlin”, que mais tarde seria musicalizada como Cabaret. Ela fazia o papel que posteriormente seria de Liza Minelli, Sally Bowles. Em 1955 ela repetiria o mesmo papel no cinema.

Julie como Sally Bowles em I Am a Camera

Em 1955 veio talvez o seu papel mais conhecido: Abra, de “East of Éden”, romance de John Steinbeck adaptado para as telas, e que trazia James Dean no papel principal. Os dois se tornaram amigos, e ela era uma das poucas que parecia entender o jovem ator. Segundo Elia Kazan, que os dirigiu, ela tinha uma influência calmante sobre Dean. Kazan elogiou a atriz dizendo que ela era maravilhosa tanto como atriz quanto como pessoa.

Sobre James Dean, Harris disse: “Ele me levava para passear nas colinas de Hollywood, e corria tanto que meu coração parecia querer saltar pela boca. Mas eu não disse nada. Ele era um camarada e que podia contar comigo. Eu não estava atraída por ele, mas amava seu espírito livre. Nós éramos companheiros.

Outros filmes de destaque foram Requiem for a Heavyweight (1962) e  Reflections in a Golden Eye (1967), ao lado de Elizabeth Taylor, “The Last of Mrs. Lincoln” (1976) e o drama de guerra The Hiding Place (1975). Também participou do clássico de terror “The Haunting”, de Robert Wise.

A atriz foi indicada 10 vezes ao Tony de Teatro, tendo ganhado cinco dos prêmios. Um recorde absoluto até hoje. Também ganhou 3 Emmys por seus papéis na televisão, sendo indicada onze vezes.Um de seus papéis de destaque na TV foi A rainha Victória no drama de 1961, “Queen Victoria”.

Na vida pessoal, sempre foi muito discreta. Casou-se três vezes e tem um único filho: Peter Gurian. Modesta, parece até hoje não se dar conta de que é uma estrela. Apesar de todos os prêmios ganhos, não se considera uma grande estrela, e não mostra muito interesse por seu passado nas telas. Ela se considera, antes, uma atriz dos palcos, embora não possa mais trabalhar. Perguntada se gosta de ficar relembrando seu passado, respondeu a um repórter: “Não. Não gasto meu tempo com memórias. Ele é muito curto para isso”.

Julie sofreu um AVC em 2001. Em 2008 ela retornou aos palcos, para uma apresentação. Mas o problema de saúde deixou-a com dificuldades permanentes de se expressar. “Eu gostaria de falar o que desejo. Mas não consigo”. Faleceu na noite de natal de 2013, aos 88 anos.

 

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