Art Croft (Harry Morgan) e Gil Carter (Henry Fonda) chegam à uma cidade e são hostilizados por não pertencerem ao local. Eles estão apenas de passagem, mas acabam testemunhando um dos capítulos mais sombrios de Bridger’s Wells.
Os moradores locais falam sobre assaltantes de gado que andam assombrando o local. Pouco tempo depois, chega a notícia de que um homem chamado Kinkaid foi assassinado. Os homens não tem dúvidas de que os ladrões e os assassinos se tratam das mesmas pessoas. Com um juiz fraco e um xerife ausente, eles decidem então, formar um grupo para ir em busca deles e enforca-los. Art e Gil não tem outra saída a não ser acompanhar o grupo.
Após encontrarem uma diligência, são informados de que três homens estão dormindo logo mais à frente. Chegando ao acampamento, os justiceiros os prendem, interrogam e os condenam à morte, sem defesa. O grupo quer fazer justiça com as próprias mãos, e não se importam de ouvir o testemunho daqueles que julgam culpados.
O filme é baseado no romance de Walter Van Tilburg Clark de 1940. William A. Wellman ficou fascinado com a história, mas teve alguns problemas antes de conseguir realizado. Os direitos foram adquiridos por Harold Hurley. Wellman comprou os direitos de Hurley e conseguiu finalmente realiza-lo após entrar em um acordo com o estúdio para realizar outros dois filmes: Águias de Fogo (1942) e Buffalo Bill (1944).
A história também deixou Henry Fonda fascinado. Aos 14 anos, o ator tinha testemunhado um linchamento público, e isso o marcara bastante. Fazer um dos personagens principais era algo que o empolgava naqueles tempos, e o ator sempre citou o trabalho como um de seus preferidos. Henry faria outros personagens com uma carga de justiça social intensa. Alguns deles são O Homem Errado (1956), onde ele interpretava um pai de família é confundido com um criminoso e tem toda sua vida mudada de forma drástica. O outro foi em Doze Homens e uma Sentença (1957), onde ele era um homem que levanta questões sobre a veracidade dos fatos que parecem certos.
Dana Andrews não tinha tido o destaque que merecia em uma carreira iniciada à pouco menos de três anos antes. Mas assim como Fonda, ele recebeu um grande destaque. Anthony Quinn surge como um dos condenados à morte e que, por motivos xenofóbicos, torna-se o mais suspeitos dos três.
O tema é de fato forte. Filmado por volta de 1941, trazia uma triste realidade sobre uma comunidade descrente na justiça e que procurava exterminar os “bandidos” do local. Não sabiam eles, ou não se davam conta que ao fazer isso se transformavam naquilo que julgavam inaceitável. Eles eram também bandidos ao tomarem para si o direito único de decisão quanto a vida dos outros. O que dói é saber que o tema, infelizmente, continua muito atual, tendo em vista que aos montes vemos notícias sobre pessoas linchando outras sem dar-lhes o direito de defesa. É um filme imprescindível para a consciência social. Henry Fonda estava certíssimo: esse foi um dos melhores filmes de sua carreira.