MGM, o Estúdio com Mais Estrelas que o Céu

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Um estúdio com mais estrelas que o céu! Esse era o slogan de um dos maiores estúdios criados no mundo. A MGM, em seus melhores tempos chegou a lançar um filme por semana. E para muitos, o leão rugindo três vezes antes do filme, era uma garantia para uma ótima história.

A MGM surgiu em 1924 da junção de três estúdios: A Metro Picture Corporation, a Goldwyn Picture corporation e Louis B. Mayer Pictures. Com a união, Louis B. Mayer se tornou o grande chefe e passou a contar com a ajuda significativa de Irving Thalberg, que assumiu a chefia da produção.

Louis B. Mayer, Harry Rapf e Irving Thalberg

Isso não queria dizer, em absoluto, que os dois eram necessariamente amigos. Na verdade, eles uniram forças para que a empresa crescesse. Foi somente com o tempo que se tornaram bons amigos. Durante o reinado de Thalberg na MGM ,  foram realizados quatrocentos filmes, dos quais a maioria levava a marca de suas inovações. Após sua morte em 1936, os produtores de Hollywood declararam ele ser a figura mais importante na historia do cinema.Falei um pouco mais sobre a trajetória de Irving Thalberg nesta matéria. Após o avanço da doença de Thalberg, David Selznick, afilhado de Mayer, assumiu seu cargo.

Ben-Hur, produção herdada da Goldwyn, se tornou o primeiro grande sucesso da Companhia. Os estúdios decidiram investir em glamour, criando os grandes astros das multidões. Faziam parte do cast, estrelas como Jean Harlow, Greta Garbo, Norma Shearer, Joan Crawford, Gene Kelly, James Stewart, Clark Gable.

Cast da MGM em 1943. Clique na imagem para ver ampliado.

A MGM ajudou a firmar a imagem da América sadia, familiar e patriótica, principalmente após a implantação do código de produção. O próprio L. B. Mayer fazia questão de ser um perfeito exemplo, posando como um bom pai quando na verdade era egomaníaco e implacável quanto as resoluções. Seu estilo de vida aplicado aos seus funcionários fez com que muitos tivessem problemas psicológicos e passassem por verdadeiros dramas em suas vidas. Além disso ele perseguia aqueles que não obedecessem. Dois exemplos são o ator John Gilbert e a ganhadora do Oscar Louise Rainer. Ambos tiveram as carreiras prejudicadas pelo grande chefe.

Louie B. Mayer, Luise Rainer, Louise Treadwell, Frank Capra

O Leão da MGM

O logo “Leo The Lion”, foi criado em 1924 por Howard Dietz, ebaseada na logo da equipe esportiva da Universidade de Columbia, o Lions. Quando a Goldwyn Pictures se uniu a Metro, o logotipo foi mantido.

Desde então, cinco leões foram usados: Slats (de 1916 a 1928), durante o período do cinema silencioso. Jackie (1928 a 1956), o primeiro leão cujo rugido foi ouvido pelo público, embora os filmes ainda fossem silenciosos (O som saía através de um fonógrafo quando o leão aparecia na tela. Ele também foi o primeiro leão a aparecer em technicolor em 1932). Tanner (1934-1956), provavelmente o mais famoso, e que apareceu na maioria dos filmes em technicolor.

Tanner, o mais famoso

George (1956 – 1957), foi o menos conhecido, e foram utilizadas duas versões diferentes do logotipo, uma com o rugido do leão para a direita da tela e, em seguida, rugindo para a câmera; a outra com o leão rugindo duas vezes para a direita da tela. Finalmente, Leo, que é utilizado desde 1957. Sua juba é menor do que a de seus antecessores. Por volta da década de 80, o seu rugido foi substituído por um som digitalizado. ·O lema da empresa “Ars Gratia Artis” significa “arte pela arte”.

Os Musicais

A chegada do cinema falado trouxe uma onda de musicais. Ninguém barrava aqueles feitos pela MGM. E grandes estrelas contribuíram como Judy Garland, Frank Sinatra, Jeanette MacDonald e Gene Kelly. Eram filmes muito dispendiosos, que precisavam de ensaios extras, cantores, dançarinos, figurinos e cenários especiais. Mas os lucros eram visivelmente maiores do que outros gêneros, levando multidões aos cinemas. Com o tempo e a desistência de seu público, o carro chefe da MGM começou a ser deixado de lado. E seus atores também.

Como uma grande “família”, a MGM fazia encontros anuais onde juntava os maiores destaques do ano, seus maiores nomes. Algumas fotos e vídeos desses encontros são facilmente encontradas na internet:

Encontro em 1954

Mayer faleceu em 29 de outubro de 1957.  Dez anos após sua morte, a MGM foi comprada por Edgar Bronfman, que logo em seguida vendeu-a para Kirk Kerkorian. Ficava claro que o tempo, a chegada das tvs, o envelhecimento de seus astros e as próprias mudanças no mundo fizeram com que a antiga magia fosse substituída pela praticidade. Era o fim da época de ouro do cinema. Nos anos 80 houve uma fusão com a United Artists. A marca MGM pertence atualmente à Sony.

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