As revistas brasileiras da década de 50 pouco davam ênfase à dupla de maior sucesso no momento: Dean Martin e Jerry Lewis. A química deles era tão intensa que quando estavam juntos em um filme sabíamos que as coisas poderiam estar em seus devidos lugares. Dean geralmente interpretava o cantor que seduzia com sua voz e seus olhares lascivos enquanto Lewis preenchia o espaço cômico com seu personagem desajeitado porém inteligente até demais.
E eles repetiram esse clichê durante todos os filmes que fizeram juntos. Um deles é Money from Home (1953), que no Brasil deram o título de A Barbada do Biruta. Aqui, Dean Martin tem um maior destaque nas cenas inicias. Ele interpreta Herman “fala mansa”, um viciado em corridas de cavalo, que vira e mexe pede um dinheiro para apostar.
Com sua compulsão, acaba caindo na pior. E tudo piora quando um gangster resolve comprar todas as suas dívidas para que Herman possa fazer um servicinho para ele: persuadir uma bela dama a não deixar sua égua correr. É aí que entra seu primo, o aprendiz de veterinário Virgil (Lewis).
Virgil é extremamente inteligente e ama os animais de uma maneira absurda, tendo o dom de conversar e sentir o que cada um precisa. O rapaz é levado pela lábia de Herman para viajar para Maylard, onde a segunda parte das ações acontecerão. Lá eles acabam se apaixonando, logicamente.
Dirigido por George Marshall, A Barbada do Biruta (não entendo muito bem esse título) traz algumas piadas que incluem a realidade daquele tempo, com citações sobre artistas e acontecimentos que se você souber do que se trata o torna bem mais inteligente. Interessante notar também a pegada que lembra futuros filmes de gangster (em um dos momentos, o chefe diz que é o Poderoso chefão).
A parte do romance é algo que nos delicia, pois mesmo que haja uma visão da época, sobre posições de mulheres e de homens na sociedade, temos uma personagem feminina que é uma veterinária de primeira linha.
Pat Crowley, que interpretou o interesse amoroso de Jerry Lewis, recebeu um Globo de ouro por iniciante mais promissora daquele ano em que teve lançado seus dois primeiros filmes. Ela, porém, não teria uma carreira de destaque no cinema e se dedicando mais à televisão. Em 1956 voltaria a trabalhar mais uma vez com a dupla em Ou Vai ou Racha (1956). Outros atores que compõem o núcleo principal são Marjie Millar (como a rica falida que depende da vitória de seu cavalo) e Robert Strauss (como o montador europeu bêbado).
Sem dúvidas um ótimo filme para curtir e admirar os belos modelos preparados com exclusividade por Edith Head e que eram fascinantes com as cores do technicolor. Uma pequena curiosidade: o filme foi realizado em 3D.
* A Barbada do Biruta está sendo lançado em DVD pela Classicline, e pode ser adquirida em qualquer loja física do ramo, ou através do site da distribuidora. Para adquirir, clique na imagem: