Ela fascinou a todos como a bailarina que se apaixona por sapatinhos vermelhos no filme homônimos, mas foi a somente um deles que entregou seu coração.
Moira Shearer nasceu em 17 de janeiro de 1926 na Escócia. Começou a dançar balé ainda na infância, e na adolescências tomou lições com Flora Fairbarn. Em 1938 estreou em sessões matinais do teatro Cambridge, em Londres. Em 1941 ela passou a fazer parte do ballet internacional de Mona Inglesby.
Moira já era uma bailarina proeminente quando foi vista por Michael Powell. Ele buscava uma atriz que fosse bela e que soubesse dançar para atuar em seu mais recente projeto: The Red Shoes. O roteiro foi escrito por Emeric Pressburger à pedido do diretor Alexander Korda e ele queria que o filme fosse um veículo de produção para sua esposa Merle Oberon. O projeto não foi em frente.
Já nas mãos de Michael Powell, surgiram nomes como Ann Todd e Hazel Court, mas ele insistia que a atriz também fosse uma bailarina nata. A sorte o levou a uma apresentação de Moira.
Moira começa a fazer filmes
Mas não foi muito fácil convencê-la a lançar-se no cinema. Moira tinha suas reservas e demorou quase um ano para que Powell conseguisse convencê-la. A dançarina parecia adivinhar que as filmagens não seriam um conto de fada. Apesar de ser um grandioso filme, com uma coreografia, cores e figurinos impecáveis, Sapatinhos Vermelhos teve algumas dificuldades durante as filmagens.
Já no primeiro dia ela percebeu que o piso duro não era o indicado para as extenuantes cenas de danças, e que isso prejudicava profundamente todos os dançarinos em cena. No final do dia estavam todos exaustos e com as pernas inchadas. Além disso, algumas cenas exigiam que ela se jogasse de janelas, o que culminava em cortes e arranhões por todo o corpo. Ela também chegou a sofrer uma grave queimadura nas costas.
Com o lançamento do filme, Moira Shearer chamou a atenção internacional com sua doce Victoria Page. O filme está incluído entre os 1001 filmes que você deve ver antes de morrer e serviu de inspiração para várias produções seguintes dobre bailarinas. Ele também saiu vencedor dos Oscars de Melhor direção de arte e decoração de set e Música, além de ter sido indicado a Melhor Roteiro, Edição e Filme.
O casamento de Moira Shearer
Moira também chamou a atenção do jornalista Ludovic Kennedy. Ao assistir ao filme, ele ficou fascinado com a bela ruiva, e falou para si mesmo: essa é a garota com quem vou casar. Ludovic era um repórter investigativo de campanha, conhecido por sua vasta pesquisa dobre o famoso sequestro de Lindbergh. Ele também foi um ávido lutador contra a pena de morte no Reino Unido, e conhecido humanista.
Após procurar por ela durante um bom tempo, finalmente conseguiu um encontro um bom tempo depois e realizou seu desejo. Ele a encontrou em um baile à fantasia, e, segundo suas palavras, sentiu “um tremor correr através de mim quando a vi. Ela parecia ainda mais bela do que no filme“.
Em fevereiro de 1950 os dois se casaram na Capela Real, no Palácio de Hampton Court em Londres. Essas são algumas fotos do casório que atraiu jornalistas de todo o mundo:
Moira participou de alguns filmes que também tinham essa temática como Contos de Hoffmann (The Tales of Hoffmann, 1951) e A História de Três Amores (The Story of Three Loves, 1953). Ela abandonou o ballet em 1953, mas ainda apareceria no Festival de Edimburgo de 1954 com o espetáculo Sonho de uma noite de verão. No cinema, faria algumas participações até sua última aparição em 1987 em A Simple Man.
A bailarina e Ludovic tiveram quatro filhos: Alastair, Ailsa, Rachel e Fiona. Os dois ficariam juntos por 56 anos, até a morte dela em 31 de janeiro de 2006, aos 80 anos. Ludovic faleceu três anos depois, de pneumonia.