Nunca me Diga Adeus (1946)

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Em Nunca me Diga Adeus (Never Say Goodbye), Phil (Errol Flynn) e Ellen (Eleanor Parker) formam um ex-casal visivelmente apaixonados um pelo outro. Divorciados, dividem a guarda de Phillippa (Patti Brady), a filha de oito anos de idade e uma enorme imaginação. A pequena aceita, mas não gosta muito da situação de ver os pais separados, ainda mais tendo que conviver com cada um durante seis meses. Phil até está interessado numa reconciliação, mas o complicado é que ele agora está namorando e não sabe como terminar tudo. Embora ensaiem uma reconciliação, logo Ellen descobre a situação e lá estão eles em pé de guerra.

Sem ter muito o que fazer, já que o pai não ajuda, a pequena garota começa a se corresponder com um fuzileiro naval, fingindo ser a mãe. Após enviar uma foto dela, o rapaz resolve ir visita-la. E agora? Ellen terá que se virar para evita-lo, mas resolve usar o fuzileiro para fazer ciúmes no ex-marido. Afinal, se ele pode ter namoradas, porque ela não?

Dirigido por James V. Kern, que também assina o roteiro com Norma Barzman, o filme traz alguns elementos que é a fórmula desse tipo de filme: um casal que se ama e odeia, dois atores carismáticos, uma criança como elo de ligação, algumas situações cômicas que fazem o público torcer pelos amantes. Desde o início já sabemos como tudo vai terminar, mas sempre é divertido acompanhar para saber até onde eles vão. Bem, é inevitável torcer para que retornem.


Adoro a Eleanor Parker. Sempre foi uma atriz que era chamada para papéis de mulheres fortes. Não era a toa que tinha o apelido de “A mulher das mil faces”, já que se entregava às personagens com uma conhecida veracidade. Talvez o grande público só a reconheça como a baronesa Elsa von Schraeder, mas a atriz teve um longínqua carreira após A Noviça Rebelde.
Errol Flynn, por sua vez, já começava a derrocada de sua carreira, após ter conhecido a fama através de filmes de aventuras, tão ao gosto do público. Os excessos da vida privada e as bebidas desfavoreceram sua aparência, principal motivo para o sucesso aliado ao carisma. Restava investir em outros gêneros, e este foi verdadeiramente seu primeiro papel cômico. Sua atuação não foi muito bem recebida pelos críticos, que acharam-no quase caricato. Mas para uma comédia isso é bem justificável, e aliado à classe emprestada por Eleanor à sua personagem, o saldo acaba sendo positivo.
Em tempo, não confundir Never Say Goodbye com um filme realizado em 1956, que traz o mesmo nome e recebeu o título de Nunca Deixei de Te Amar. O segundo filme é dirigido por Jerry Hopper e inclusive já falamos dele por aqui.

** Nunca me Diga Adeus está sendo lançado em dvd pela Classicline e já se encontra a venda nas principais lojas do ramo e online na Livraria Saraiva. Clique no link para ser redirecionado.

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