Myrna Loy nasceu em 2 de agosto de 1905, em Montana. Aos 13 anos, após a morte do pai, mudou-se para Los Angeles e começou a participar de peças na escola. Dois anos depois aparecia em pequenas produções teatrais e com o dinheiro recebido ajudava a família. Por intermédio de Rodolfo Valentino e sua esposa Natacha Rambova, foi encaminhada para um teste de tela e obteve um pequeno papel em What Price Beauty?, atuando ao lado da estrela Nita Naldi.
A atriz foi uma das poucas que conseguiu aumentar seu sucesso com a chegada dos filmes falados. Myrna fez uma pequena participação em The Jazz singer, conhecido como o primeiro filme falado da história.
Sua carreira começou a decolar com a chegada da década de 30, quando ela foi para a MGM e pôde trabalhar sob a direção de John Ford (Arrowsmith), Michael Curtiz (Under a Texas Moon) e Frank Capra (The Race Broadway Bill), dentre outros. A atriz se tornava uma das preferidas do público juntamente com Clark Gable, em uma pesquisa realizada junto aos cinéfilos.
Myrna começou a experimentar os prazeres da fama mas também seu lado ruim: o assédio. Clark Gable, com quem trabalhou em Manhattan Melodrama e Men in White (ambos de 1934), também chegou a assediá-la frequentemente. Por causa disso ela recusou-se a participar do grande sucesso It Happened One Night. John Barrymore, seu parceiro em Topaz, também a assediou.
Ramon Novarro, tornou-se seu amigo e a química era tão grande que muitos jornais chegaram a cogitar que eles estavam tendo um caso durante as filmagens de The Barbarian (1933). Nada mais longe da verdade, já que Novarro era homossexual, e embora houvesse uma certa torcida do Estúdio de da produção, eles sempre foram amigos. Na verdade, durante esse período ela estava bem envolvida com Titanic Thompson, um jogador com uma péssima reputação.
Em 1934 chegava às telas The thim Man, comédia dirigida por W.S. Van Dyke. O filme fez tanto sucesso que acabou tendo mais cinco sequências e é considerada até hoje uma das 100 melhores comédias de todos os tempos. Myrna ficou famosa no papel de Nora Charles e junto a William Powell formaram um dos casais mais queridos das telas. Em pouco tempo adquiria reputação em papéis de esposas idealizadas, recusava papéis e exigia melhores salários na MGM.
Nesse período envolveu-se em um romance com seu parceiro de telas, Spencer Tracy. Os dois se apaixonaram mas o romance acabou ao término das filmagens de Libeled Lady (1936). Posteriormente eles iriam voltar a se encontrar.
Com a chegada da guerra a vida das pessoas mudou radicalmente, e como boa parte dos atores em Hollywood, a atriz se envolveu junto à Cruz Vermelha e ajudou a captar recursos que proporcionavam momentos de lazer para os soldados em guerra. Ela também participava de programas de entretenimento em hospitais militares. O período também marcou o fim de seu casamento com Arthur Hornblow, após seis anos juntos. Ela se casaria mais três vezes.
.
Após o hiato da guerra, em 1944, Myrna retornava ao cinema em The Best Years of Our Lives ao lado de Fredric March e Dana Andrews. Ela apareceu em algumas produções mas sua carreira seguia a partir daí um ritmo mais lento. A última vez que apareceu ao lado de seu maior parceiro nas telas, William Powell, foi em 1947, quando juntos fizeram “Song of the Thin Man”. Nesse período ela também voltou a se encontrar com Cary Grant na comédia “The Bachelor and the Bobby-Soxer”, onde ela interpreta uma juíza cuja irmã mais jovem (Shirley Temple) se apaixona pelo mesmo homem que ela.
A atriz que nunca foi indicada ao Oscar recebeu um Oscar Honorário em 1991, pelo conjunto de sua obra. Essa acabou sendo sua última aparição em público, quando gravou um agradecimento à Academia. Ela sofreu duas mastectomias, a primeira em 1975 e a segunda em 1979, devido ao câncer de mama. Em 1987 ela lançou uma autobiografia, “Myrna Loy: Being and Becoming”.