Filmes Pré-Code: Guia dos Essenciais da Era Antes do Código Hays
Explore o fascinante mundo dos filmes pré-code , obras marcantes que retratam liberdade criativa e temas audaciosos em uma era de ouro pouco conhecida do cinema.

Katharine Hepburn em Bringing up baby, 1938
Na capa, Bringing up baby, de 1938. O termo pré-code se refere a filmes realizados de 1927 até a chegada do Código de Produção , que viria a censurar os filmes a partir de julho de 1934. Os filmes do período pré-code são mais livres e pouco censurados, tratando de assuntos como sexo, drogas, homossexualidade e uma série de outras questões que seriam proibidos para o público por várias décadas.
Desde sua criação no final do século 19, o cinema crescia livremente tocando em assuntos que eram controversos e ilícitos. Com o crescimento de Hollywood, alguns escândalos começaram a chegar ao conhecimento público, sobretudo o que atingiu Roscoe Arbuckle, acusado de estupro e afastado das telas, embora julgado inocente. O boicote feito ao ator foi um dos primeiros ocorridos no cinema e já previa a moralidade que aplacaria a cena local no futuro.
Como Hollywood passou a ser conhecida como a “cidade do pecado”, iniciou-se uma campanha para limpar essa imagem. Os principais estúdios de cinema americanos se uniram para fazer uma censura nos filmes, chamando Will Hays, um advogado para coordenar tudo. As regras de censura se tornaram uma cartilha e acabaram sendo conhecidas como Código Hays. Ainda em 1934, Joseph Breen, um religioso fanático, tornou-se o chefe do departamento de controle.
Joseph Breen passava seus dias procurando o mínimo sinal de imoralidade nos filmes, e um dos casos mais marcantes foi a censura aos seios de Jane Russell em O Proscrito, cortando mais de 37 closes da atriz. O código esteve vigente até 1966, mas já vinha caindo em desuso há algum tempo. Posteriormente, ele foi substituído por uma classificação etária , bem mais justa.
Conforme o código, os estúdios deveriam apresentar os roteiros primeiramente no seu escritório. Uma leitura prévia seria feita para que partes censuráveis fossem retiradas. Os estúdios, no entanto, burlavam vez ou outra essa exigência.
Alguns exemplos do que não podia:
- Uso de palavras de cunho religioso (Deus, Jesus, inferno ) não era permitido, bem como também era proibido falar mal do clero em geral ou colocá-lo como vilão.
- Nudez , mesmo que através de silhueta, era proibida, assim como o tema de drogas.
- Cenas mostrando escravidão de brancos (do resto do pessoal estava liberado).
- Relacionamento entre brancos e negros ou entre brancos e amarelos era proibidíssimo.
- Alguns temas deveriam ser citados com cuidado, como o uso de armas e violência, e o bandido nunca poderia ser exaltado ou colocado como um bom exemplo.
- Beijos tinham que ser discretos e durar no máximo seis segundos.
- Sempre que dois personagens se abraçavam, pelo menos um deles tinha que manter um pé no chão.
- Mesmo casados, um casal não poderia ser mostrado compartilhando a mesma cama.
No final dos anos 60, o código foi entrando em desuso até ser abandonado completamente em 1968. Selecionamos alguns filmes pré-code que valem a pena ser vistos e revistos:













