Edna Purviance, o primeiro grande amor de Chaplin

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Charles Chaplin e Edna Purviance conheceram-se por acaso. Ela namorava um rapaz que trabalhava na equipe dele e fora se encontrar com ele. Chaplin a viu e a convidou para um teste de câmera. Edna admitiu que não era atriz, era secretária. Mas topou. Iniciava-se ali uma grande amizade, que se transformaria em um namoro duradouro de oito anos. O namorado? Bem, este acabou sendo deixado para trás.

Edna Purviance nos bastidores do filme O Vagabundo (1915)

Edna era a parceira ideal porque fazia exatamente o que Chaplin precisava em uma atriz: executava o que ele pedia, da forma como ele mandava. E como pessoa era doce, parceira. Ela mudou os velhos hábitos dele, fez com que ele comprasse meias novas (ele, com suas manias de pobre, ainda costurava suas velhas meias), e também trocasse as velhas roupas. Também era responsável pela vasta correspondência do ator.

Os dois eram vistos por todos os lugares, jantavam e dormiam juntos quase todas as vezes. Edna também teria feito inúmeros abortos de Chaplin, segundo Joyce Milton, o que teria deixado ela doente em várias ocasiões, atrasando algumas filmagens.

Com o tempo, e as escapadas de Chaplin o relacionamento foi se desgastando e Edna ficando cada vez mais amargurada. Tentou de tudo para chamar a atenção de Chaplin. Criou o hábito de chamar a atenção dele fingindo desmaiar em festas, e ele corria para acudi-la. Só que em uma dessas festas, ao chegar para acudir sua amada, Chaplin deparou-se com outro homem a socorrer sua amada. Era o fim de um romance. Os dois terminavam oficialmente o namoro ali. Mas continuariam a se encontrar.

 

Mesmo com o casamento com Mildred Harris e Lita Grey, Chaplin e Edna davam suas escapadinhas de vez em quando, mas o tempo tratou de ir afastando-os. Os dois só iriam se encontrar novamente vinte anos depois, quando ele a chamou para integrar a equipe do filme Monsieur Verdoux.

Ele a queria no papel de Madame Grosnay. Segundo o próprio Chaplin, em sua autobiografia, ele tinha medo do reencontro. Quando finalmente chegou a hora, ela falou-lhe que já não era a mesma. Edna engordara muito, e Chaplin foi educado chegando a elogiá-la, mas viu seus lábios tremerem. Disse que era natural os dois envelhecerem e não serem mais os mesmos.

– Ora viva! Afinal chegou o dia do reencontro! Disse Chaplin.

Edna Purviance & Charlie Chaplin ~ The Rink, 1916

Mas infelizmente Edna não aceitou o papel. Ficou nervosa. Achava-se incapaz de retornar às telas. Quanto à sua vida pessoal, Edna casou-se e divertia-se juntando recortes de jornais falando de Chaplin, e revistas, e escreveu-lhe cartas, que ele reproduziu em seu livro. Com relação a Chaplin, continuou a pagar-lhe o ordenado até o fim dos dias da atriz, em 11 de janeiro de 1958. Foram para ela uma de suas últimas frases do livro, quando soube de sua morte:

“É assim que o mundo se renova. Os moços vão ocupando o lugar dos velhos. E os que, como eu, tem vivido um pouco mais sentem dia a dia crescer a solidão, à medida que avançam no caminho da existência.”.

Fontes:

Fontes:
Chaplin uma Biografia Definitiva, de David Robinson
História da Minha Vida, de Charles Chaplin
Chaplin, o Contraditório Vagabundo, de Joyce Milton

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