30 de abril de 2025

Marcello Mastroianni: A Doce Vida do Ícone Italiano do Cinema

Explore a trajetória de Marcello Mastroianni, o galã de ‘La Dolce Vita’, e como ele se tornou um símbolo eterno da elegância e arte cinematográfica.

marcello mastroianni

Marcello Vincezo Domenico Mastroianni se tornou o maior ícone masculino do cinema italiano . Um ator versátil, é creditado em 143 filmes desde sua estreia em 1939, fazendo figurante em Marionetes , até seu último filme, Viagem ao Princípio do Mundo , que teve sua estreia após a morte do ator em 1996.

Nascido em 28 de setembro de 1924, em Fontana Liri, teve parcerias que duraram toda sua carreira, como a com a atriz Sophia Loren e com o diretor Federico Fellini, que o considerava seu alter ego.

Após sua estreia como figurante em Marionetes (1939), quando tinha apenas quatorze anos, o ator se juntou a um clube de teatro. Seu primeiro papel de destaque foi em Atto d’accusa (1950), onde ele interpretava o personagem Renato La Torre.

A Bela Moleira (1955)

A primeira vez em que ele apareceu ao lado de Sophia Loren foi no filme A Bela Moleira (1955). Nessa comédia, Marcello é um homem casado com a mais bela e desejada mulher da vila: Sophia Loren. Amigos na vida real, em cena eles formavam uma dupla imbatível nas telas. Sophia Loren sempre se refere a ele como um dos dois amores do cinema e da TV. Marcello esteve ao seu lado quando a atriz passou por dificuldades, como quando ela perdeu o filho que esperava. Mas também esteve junto em momentos especiais, como quando ela ganhou seu Oscar por Duas Mulheres (1960), de Vittorio De Sica.

Em 1957, ele estreou na adaptação de Noites Brancas , de Fyodor Dostoevsky. Le notti bianche , dirigida por Luchino Visconti, trazia como parceira a atriz Maria Schell.

O ator se tornou uma celebridade internacional ao estrelar La Dolce Vita (1960), de Federico Fellini. No filme, ele é um jornalista que leva dias e noites explorando a alta sociedade de Roma e levando uma vida cercada de prazeres, mas vazia ao mesmo tempo. Os produtores queriam o ator Paul Newman para o papel, mas Fellini insistiu em Marcello porque queria um rosto comum e sem fama. O ator levou na esportiva o comentário do diretor, e os dois se tornaram grandes parceiros e amigos.

Outro filme de destaque ao lado de Fellini foi Oito e Meio, filmado três anos após La Dolce Vita. Fellini gostava de dirigir Mastroianni porque ele era um ator maleável e que não questionava suas ordens. Ele voltaria a trabalhar com o diretor em vários filmes importantes, como A Cidade das Mulheres e o comovente Ginger e Fred (1986), onde ele atua ao lado de Giuletta Masina como uma dupla de dançarinos aposentados que se reencontram anos depois para uma apresentação em um programa de TV. Intervista (1987) fechou o ciclo da parceria.

La Dolce Vita

Em La Notte (1961), ele foi dirigido por Michelangelo Antonioni, com quem não se sentiu muito à vontade para trabalhar. A francesa Jeanne Moreau foi sua parceira nesse filme, que trata de um jovem escritor com problemas conjugais.

Ator bastante versátil, teve personagens diferenciados em toda a sua carreira, apesar de, em muitos filmes, interpretar o típico machão italiano. Apesar de ser conhecido como um galã nas telas, o ator não se opunha a interpretar personagens diferentes. Ele foi um homossexual sensível ao lado de Sophia Loren em Um Dia Muito Especial (1977), um príncipe exilado em Príncipe sem Palácio (1970), um homem impotente em O Belo Antônio (1960) e um Casanova já decadente em Casanova e a Revolução (1982).

O Belo Antônio (1960)

Marcello foi nomeado ao Oscar de Melhor Ator por Divórcio à Italiana (1961), Um Dia Muito Especial (1977) e Olhos Negros (1987). Mas ele foi premiado duas vezes no Festival de Cannes: a primeira em 1970 com o filme Ciúme à Italiana (1970) e a segunda por Olhos Negros (1987). O ator também venceu o BAFTA de Melhor Ator por Ontem, Hoje e Amanhã (1963) e Divórcio à Italiana (1961).

Um ator reconhecido mundialmente, trabalhou com os diretores mais conhecidos do cinema, como os já citados Federico Fellini, Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni, além de Valerio Zurlini, Elio Petri, Pietro Germi, Mario Monicelli, Marco Ferreri, Giuseppe Tornatore, Bruno Barreto e Ettore Scola.

Embora ele fosse reconhecido como um galã e não ligasse muito para o título, atuou ao lado de belas mulheres: Sophia Loren, Ursula Andress, Brigitte Bardot, Jeanne Moreau, Catherine Deneuve, Anita Ekberg, Romy Schneider e Nastassja Kinski, dentre outras.

Catherine Deneuve e Marcello

Mastroianni foi casado por toda a sua vida com a atriz Flora Carabella. Juntos tiveram uma filha, Barbara, nascida em 1962. Porém, o ator era conhecido por seus diversos envolvimentos com outras mulheres. O romance mais intenso dele foi com a atriz Faye Dunaway, que durou três anos. Cansada de esperar, ela o abandonou. O ator também teve um romance com Catherine Deneuve, com quem teve uma filha, a também atriz Chiara Mastroianni. O casal ficou junto por quatro anos e fez quatro filmes juntos.

Dentre outras conquistas amorosas estão Ursula Andress, Lauren Hutton, Claudia Cardinale e Anna Maria Tato, com quem ele ficou até o final de seus dias.

Mastroianni morreu de câncer em 19 de dezembro de 1996, aos 72 anos. Suas filhas compareceram ao funeral, assim como a atriz Catherine Deneuve e sua amante Anna Maria Tato. Como homenagem, a Fonte de Trevi, em Roma, foi desligada e envolta em preto.

Mais sobre a autora