Esse foi o primeiro filme da dupla Dean Martin e Jerry Lewis. E deu início a uma carreira meteórica no cinema. Era o princípio de tudo? Não.
Quando foram chamados para contracenar em My Friend Irma, Martin e Lewis já formavam uma dupla de enorme sucesso se apresentando em casas de shows. E elas simplesmente lotavam todas as noites em sessões duplas ou triplas. O dinheiro começava a entrar de uma maneira absurda. Com tamanha atenção e carinho do público, nada mais natural que fossem chamados para o cinema. A primeira participação veio em My Friend Irma, que teve aqui no Brasil o título de Amiga da Onça.
A Sinopse: Irma (Marie Wilson) é uma garota aparentemente sem grande intelecto e que era enrolada há anos por Al (John Lund) seu noivo. Al é um homem desempregado que vive querendo levar vantagem em tudo. Ele até chega a ser sustentado por Irma, considerada uma pessoa de intelecto reduzido mas que é somente um pouco esquecida e bobinha na verdade. Um belo dia, o casal vai para tomar um suco de laranja em uma lanchonete e se depara com um rapaz que canta muito bem, Steve, interpretado por Dean Martin, obviamente.
Mas Steve tem um sócio, o atrapalhado e reclamão Seymour (Jerry Lewis). Bem, Seymour tem seus motivos para reclamar, já que o amigo bonitão sempre leva a melhor em tudo e para ele sobra somente o trabalho mais pesado. Com isso, o pobre Seymour vive tendo problemas motores por causa dos trabalhos repetitivos. O que hoje chamaríamos de “Lesão por Esforço Repetitivo”.
Vendo uma possibilidade de ganhar dinheiro, Al (John Lund) decide investir em empresariar Steve. Só que, sem um centavo no bolso, resolve instalar a dupla de amigos no apartamento que Irma divide com Jane Stacey (Diana Lynn).
Está formado o quarteto. Jane, ao contrário de Irma, está mais interessada em investir em um homem que lhe garanta um bom futuro. Um bom futuro, leia-se, é um casamento rico. Depois de muitos planos, a garota finalmente consegue se tornar secretária de um homem rico e começa a investir numa relação. A chegada do pobretão Steve pode atrapalhar tudo. Ah, o amor.
My Friend Irma é uma comédia razoável. Tem vários furos e histórias que envelheceram muito mal. É totalmente anos 50, quando as mulheres tinham poucas chances, e tinham no casamento a única maneira de ascender socialmente. Fora isso viravam solteironas mal vistas por todos e infeliz pelo resto da vida. Isso é repetido exaustivamente por Irma, que teme nunca casar. O lado profissional era apenas enquanto o casamento não vinha.
O final é um tanto corrido e mais parece o término de um capítulo de série. A impressão que se dá é que queriam terminar tudo logo e resolveram encurtar tudo. O bom é que no ano seguinte foi lançada uma continuação (que eu não vi ainda mas pretendo ver) chamada Minha Amiga Maluca (My Friend Irma Goes West, 1950).
Baseado no popular programa de rádio, Marie Wilson (Irma), Hans Conried (Prof. Kropotkin) e Gloria Gordon (Sra. O’Reilly) reprisam seus papéis no rádio. Conried substituiu Felix Bressart , que foi escalado para o filme, mas morreu durante a produção. Dirigido por George Marshall e tendo como roteiristas Cy Howard e Parke Levy, My Friend Irma foi a adaptação do programa de rádio do mesmo nome.
Marie Wilson, Hans Conried e Gloria Gordon repetem seus papéis do programa, conforme informações do IMDB. Outra curiosidade é que Lewis inicialmente interpretaria Al, mas todos acharam melhor não mexer em time que ganha, e decidiram deixar ele fazer o mesmo personagem que sempre fazia no teatro com Dean Martin: o garoto atrapalhado e que parece nunca ter crescido apesar de ter um bom coração. Foi aí que criaram o personagem Seymor especialmente para ele. Esse personagem não existe na versão para a rádio.
A continuação chamada Minha Amiga Maluca (My Friend Irma Goes West, 1950), que também está sendo lançada pela Classicline (aguardem resenha sobre ele).
* O filme está sendo lançado pela Classicline e pode ser adquirido clicando-se diretamente na imagem abaixo: