Dirigido por David Miller (Sudden Fear e Midnight Lace), Back Street conta a história de Rae Smith (Susan Hayward), uma mulher que deseja se tornar uma figurinista famosa. Até que um dia ela conhece o bonito Paul Saxon (John Gavin), um jovem que é dono de uma cadeia de lojas de departamentos, e os dois se apaixonam.
Rae descobre que ele é casado e começam seus problemas, já que Liz (Vera Miles), esposa de Paul, não tem pretensão de lhe dar o divórcio. Rae decide se afastar dele, mas o casal volta a se encontrar quando ela parte para Nova York. Mesmo sabendo das dificuldades, ela resolve aceitar ser a amante dele.
O roteiro escrito por William Ludwig e Eleanore Griffin é baseado no romance de Fannie Hurst e teve duas versões lançadas anteriormente. A primeira em 1932, dirigido por John M. Stahl e trazendo como protagonistas Irene Dunne e John Boles. A segunda, de 1941 trazia Charles Boyer e Margaret Sullavan nos papéis principais e foi dirigido por Robert Stevenson. Em comum os filmes tem o fato do romance surgir entre duas pessoas que não podem se unir como marido e mulher.
O filme recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Figurino em Cores para Jean Louis, e esse é realmente um dos pontos chave da película, que traz modelos maravilhosos de vestidos.
O tema do filme, apesar de ser atual é algo que envelheceu. É interessante a forma como o casamento é visto como uma prisão de onde só se podia sair morto. Para justificar o comportamento do marido traidor, nessa versão temos a figura da esposa má, interpretada por Vera Miles. Alcoólatra, ela se nega a dar o divórcio por comodismo, pois a vida para uma mulher casada é melhor do que para uma divorciada. E para isso impõe para si e para o outro uma vida de inferno. Incomoda o fato dela ter em mãos a vida de um homem que mais parece ter sido lobotomizado de tão inerte que fica diante da situação.
Qual o motivo real dele estar preso a um casamento sem futuro? Há ainda os filhos, jogados de um lado para outro por ambos até que um deles, o mais velho, descobre o romance do pai e decide lutar pela mãe que o despreza. Se os pais fossem apresentados como pessoas que se importassem com as crianças, teríamos uma justificativa (aceitável) para a permanência em um casamento falido. Porém não é isso que acontece.
A personagem de Susan Hayward surge inteiramente compassiva e sob a licença moral de que possui a única coisa que interessa nele: o seu amor. Com isso ela acostuma-se à eterna espera que é a vida de uma amante. O preço pago é alto e a grande força moral parece a todo instante estar apontando o que acontece com quem ultrapassa a barreira da moral e dos bons costumes.
Nas versões anteriores o homem casado parece bem confortável no papel de traidor, e não apresenta nenhuma vontade de se separar da esposa. No filme de 1961 há uma mudança significativa, pois o personagem de John Gavin demonstra amar a amante. Só que estamos em 1961, uma época em que o código de censura atuava de forma intensiva.
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O filme A Esquina do Passado está sendo lançado pela ClassicLine e já está à venda. Clique nos links para ser redirecionado: