Em 1955 James Dean era ainda desconhecido, embora já tivesse feito trabalhos no teatro e na tv, e aprendia aos poucos a lidar com a fama que vinha surgindo. Ele ainda frequentava normalmente cafés e ia às festas sem ser incomodado. Era um grande fã de Marlon Brando, e por causa dele aprendeu a tocar bongo. Nesse mesmo ano ele conheceu, através de amigos, o fotógrafo Dennis Stock, que, enxergando nele o brilho de uma nova estrela, insistiu em realizar uma série de fotos do ator de 24 anos para a Revista Life.
A ideia inicialmente refutada pelos donos da revista pouco tempo provou ser uma das maiores publicações já realizadas, pois sete meses após realizar as famosas fotos, o jovem astro morria em um acidente de carro e se tornava uma febre instantânea. A relação entre Dean e Stock (falecido e 2010) é o tema de “Life”, filme que traz um apanhado sobre o período em que o fotógrafo acompanhou de perto o astro, tirando fotos exclusivas, em Nova York, em Fairmont, junto com sua família e em momentos solitários em seu apartamento. Eles não sabiam, mas as fotos se tornariam icônicas com a morte precoce do ator.
O filme dirigido por Anton Corbijn (Control) foi lançado nos Estados Unidos em 25 de setembro de 2015, quando se completaram 60 anos da morte de Dean. No elenco principal Robert Pattinson e Dane DeHaan. Pattinson faz um bom trabalho no papel do fotógrafo e apesar de ser visto com certo preconceito desde seu marcante papel vampiresco, traz uma interpretação bastante convincente. Mas é realmente Dane DeHaan quem choca com sua interpretação no estilo ame ou odeie que faz de James Dean. Seu Dean é um jovem quase catatônico, que fala muito lentamente e tem gestos igualmente arrastados. Quase um esteriótipo do que seria o ator original e ficamos nos perguntando se aguentaríamos conversar com alguém assim por mais de trinta minutos, embora com o tempo nos acostumemos com a lentidão de sua fala.
Por retratar de um período tão curto da existência de Dean, o filme até que toca em alguns pontos bem marcantes de sua vida como seu relacionamento com a atriz italiana Pier Angeli (Alessandra Mastronardi), que o teria deixado para casar-se com Vic Damone e sua relação com a família. Mas é curioso que o roteiro deixa de lado a sua tão falada homossexualidade e se concentra apenas nos pontos familiares do ator, que começava a despontar para o sucesso.
Por fim, podemos destacar o grande trabalho da direção de arte, que pareceu bastante fiel e em alguns momentos parecemos de fato estar dentro de uma das fotografias tiradas pelo Dennis. Para os fãs de Dean sempre será fascinante vê-lo retratado nas telas, embora sempre esperemos um pouco mais de um jovem que morreu antes de colher os louros do sucesso.