O Pai da Noiva (Father of the Bride, 1950)

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Stanley T. Banks (Spencer Tracy) relembra o exato momento em que sua vida começou a virar pelo avesso: Foi naquele dia em que sua querida filha Kay (Elizabeth Taylor) anunciou que estava namorando com Buckley Dunstan (Don Taylor) e que os dois iriam se casar muito em breve. Stanley se sentiu péssimo ao perceber que ela crescera, e que já começava a caminhar com suas próprias pernas. Para seu desespero, sua esposa Ellie (Joan Bennett) se empolgou e começou a ajudar a filha nos preparativos para o casório. Ao contrário de todos, Stanley só consegue pensar que o pior está por acontecer, e embora todos tentem acalma-lo, não conseguem.

Spencer Tracy sugeriu que Katharine Hepburn, sua companheira em tantos trabalhos, interpretasse a mãe da noiva, mas os produtores decidiram que a melhor escolha seria mesmo Joan Bennett. Tracy mostra o porque era considerado um dos atores mais queridos de sua época. Ele consegue encarar com a mesma seriedade personagens sérios, comedidos ou desesperados como esse. Seu Stanley oscila entre o exagero e a aparente calma. Sua companheira de cena, Bennett também agrada como a mulher que consegue ver com naturalidade a passagem de sua filha da vida adolescente para a adulta. O elenco de apoio também é excelente, e traz Don Taylor, Leo G. Carroll, Melville Cooper, Moroni Olsen e a veterana Billie Burke.

Liz com o vestido feito por Helen Rose

A grande estrela, porém, foi Elizabeth Taylor. A atriz conseguia fazer algo que boa parte das estrelas infantis não conseguiam: sair da infância e adolescente e continuar a fazer sucesso nas telas. A imensa beleza ajudava, e uma boa assessoria garantiam as escolhas nos papéis. Este pareceu cair como uma luva, já que a estrela de 17 anos começava a namorar um dos homens mais ricos da América. Pouco tempo depois, ela noivaria com Nicky Hilton, o herdeiro da cadeia de hotéis Hilton.

Foi com grande alegria que os executivos da MGM souberam que o casamento estava marcado. Havia ali uma boa oportunidade de propaganda gratuita e muita, muita publicidade sobre o filme que falava justamente sobre o casamento de uma personagem interpretada pela atriz. Faturando com o casamento real da atriz, a MGM também mandou fazer o vestido de seu casamento real. Edith Head, a grande figurinista do seu tempo, assinou o famoso vestido usado por ela na cerimônia que se realizou dois dias após o lançamento de O Pai da Noiva.

O vestido que Taylor usou no filme, porém,  foi feito por Helen Rose, uma das poucas mulheres que se tornaram designers chefes de um grande estúdio de cinema. Seu estilo era elegante e discreto. Ela era especializada em trabalhar com chiffon, um tecido difícil para alguns. Juntamente com sua equipe, Helen assinaria os demais figurinos do filme.

Diante de tal publicidade, a comédia se tornou um imenso sucesso, tanto que no ano seguinte o estúdio lançava uma continuação: O Netinho do Papai, trazendo o mesmo elenco.

Em 1991 foi feito um remake dirigido por Charles Shyer e que trazia Steve Martin, Diane Keaton e Kimberly Williams-Paisley nos papéis principais. É também um bom filme. <as não traz a elegância da assinatura de Vincente Minnelli, um diretor que podia se dividir entre comédias, musicais e dramas com a mesma competência.

 

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