STEPHEN KING: CONTOS DE TERROR

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Gente, a Obras Primas do Terror está lançando os Contos de Terror de Stephen King. Segundo informações da distribuidora, o DVD duplo reúne grandes sucessos escritos pelo autor, com quatro filmes remasterizados e com vários extras. Um prato cheio para qualquer fã. Givaldo Oliveira assistiu ao DVD e vai falar um pouco mais para vocês sobre o que viu. Confere só:

CREEPSHOW 1: SHOW DE HORRORES

Dois mestres do terror, Stephen King e George A. Romero se uniram para fazer uma homenagem aos velhos quadrinhos da EC Comics, King assina o roteiro, enquanto Romero ficou a cargo de dirigir essa ode aos clássicos de terror em HQ que King lia quando criança e tanto o influenciaram em suas obras futuras.

São apresentadas cinco pequenas histórias nessa excelente antologia digna dos bons tempos da Amicus, famosa rival da Hammer Films nos anos 70. Tudo começa quando um garoto discute com sua família na noite de halloween e vê o pai jogar na lata do lixo sua HQ de Creepshow. À medida que o vento passa as páginas da revista, os contos são apresentados um a um. Como curiosidade dessa abertura, o menino é interpretado por Joe Hill, filho de Stephen King na vida real e que também seguiu os passos do pai na carreira de escritor de livros de mistério e terror.

O longa abre com “Dia dos Pais”. Sete anos após a morte do pai, a filha, principal suspeita de ter cometido o crime retorna para a casa onde ocorreu o acontecido para uma reunião familiar, mas não contava com que ele retornasse do túmulo como um zumbi disposto a se vingar de todos os presentes na casa. No elenco, temos uma participação de um ainda pouco conhecido Ed Harris, um ano após de participar de outro filme de George Romero, “Cavaleiros de Aço”. Repleta de humor negro é uma das melhores das cinco histórias da antologia.

Protagonizado por Stephen King, “A Morte Solitária de Jordy Verrill” é uma típica história de SCI-FI bem anos 50. Jordy é um caipira com imaginação bem fértil que após ter contato direto com um misterioso meteoro que cai em sua fazenda começa a se tornar uma espécie de planta, assim como toda a região em volta de sua casa. Talvez seja o mais engraçado de todos, mesmo com um desfecho pessimista, King está visivelmente se divertindo em cena, principalmente quando surgem os pensamentos de Jordy, cada um mais hilário do que o outro.

Leslie Nielsen que ficou mais conhecido por seus papéis icônicos em filmes de comédia, protagoniza o melhor e mais sombrio dos contos. “Indo com a Maré” mostra Nielsen no papel de Richard, um marido traído que decide se vingar sadicamente de sua esposa e do amante, interpretados respectivamente por Gaylen Ross e Ted Danson. O plano de Richard consiste em enterrá-los até a cabeça na areia da praia e esperar até que a maré fica alta o suficiente para mata-los afogados. O resultado dessa vingança será insólito tanto para os o casal de amantes quanto para Richard. É bem curioso ver Nielsen à vontade em um personagem tão diferente dos que marcaram sua carreira no cinema de humor, aqui ele faz um homem extremamente frio e maquiavélico bem longe do bonachão e atrapalhado Frank Drebin da trilogia “Corra que a Polícia vem Aí”.

Em “A Caixa”, o zelador de uma universidade encontra acidentalmente debaixo de uma escada um estranho caixote todo acorrentado e muito antigo. Após revelar sua descoberta para um amigo, o professor Dexter (Fritz Weaver), eles conseguem abri-lo com certa dificuldade e descobrem um terrível conteúdo, uma estranha criatura com instinto assassino. Dexter assustado com o acontecido vai pedir ajuda para Henry (Hal Holbrook), outro professor da mesma universidade que está cansado das infidelidades de sua esposa e vê na situação uma maneira perfeita de se livrar dela. Talvez seja o episódio mais violento, Hal Holbrook está excelente no papel do marido submisso que fica imaginando mil maneiras de matar a esposa, vivida por Adrienne Barbeau, garantindo também uma boa dose de humor negro.

Encerrando a antologia, temos o conto mais indigesto dos cinco, especialmente para aqueles que sofrem de medo de baratas. Em “Eles Vão te Arrepiar”, um homem com manias excessivas de limpeza está empenhando em exterminar todos os insetos que encontrar dentro de um apartamento que na teoria deveria ser absolutamente à prova de qualquer tipo de ameaça de insetos existentes. Durante o conto vamos percebendo através de telefonemas que o homem é um empresário altamente inescrupuloso que não se preocupa com as consequências para conseguir o que deseja e vencer todos os seus adversários nos negócios. O que ele não esperava é que estava prestes a sofrer um ataque de um verdadeiro exército de baratas.

De todos talvez seja o mais lembrado pelos fãs de filmes de terror graças principalmente as várias propagandas durante suas exibições na TV, em especial nas tardes do Cine Trash onde recebeu o título de “Arrepio do Medo” e era vítima de vários cortes para se encaixar na grade de horário da emissora. O conto tem um desfecho inesquecível e agoniante, ainda mais para os que têm pavor de insetos, ou seja, se você tem medo de baratas como eu disse antes, fuja dessa história. “Creepshow” é uma das melhores e mais divertidas antologias de terror já feitas, Extremamente recomendado.

CREEPSHOW 2: SHOW DE HORRORES

Dessa vez contendo apenas três contos do mestre, “Creepshow 2” ficou famoso por suas constantes reprises nas madrugadas da Globo. A direção dessa continuação ficou a cargo de Michael Gornick. George A. Romero assina apenas o roteiro, o que por si só já garante a qualidade da produção. Outro detalhe a ser mencionado é quem está responsável pela trilha sonora, ninguém menos do que o mago dos teclados, Rick Wakeman em parceria com Les Reed.

Na primeira história temos George Kennedy e Dorothy Lamour (em seu último trabalho nas telas) vivendo um casal que cuida de uma loja numa reserva indígena, durante um assalto os dois acabam sendo mortos. Mas, o espírito de uma estátua de madeira de um guerreiro índio surge para se vingar dos assaltantes sem piedade.

Dos três contos, talvez seja o mais fraco, ainda que esteja longe de ser ruim, mas falta o característico humor negro que permeia a antologia anterior e as duas outras histórias que fazem parte dessa continuação. Mas, como eu disse antes, é sim uma boa história de abertura um pouco mais sombria, sendo assim uma típica história de vingança sobrenatural.

Intercalando os contos temos uma animação mostrando um garoto que foge dos valentões da cidade em sua bicicleta, o que eles não esperavam é a grande surpresa que se esconde por trás de uma misteriosa compra feita pelo garoto.

A segunda história, que considero ser a melhor dessa antologia, mostra quatro jovens que vão nadar numa área bem distante da cidade e percebem que estão sendo alvo de uma mancha negra surgida no lago que se revela algo mais assustador do que poderiam imaginar. Nesse conto surge de fato o terror aliado com uma boa dose de humor negro que tanto marcou o primeiro “Creepshow”, o roteiro traz algumas alterações no texto original de King, mas que trouxeram boas melhorias para o resultado final apresentado no filme. O desfecho do conto é provavelmente a maior diferença nessa adaptação, dando um tom mais irônico e menos otimista.

Encerrando o filme, temos o conto que é um dos mais lembrados pelos brasileiros especialmente pela antiga dublagem exibida na TV. Após passar uma noite com seu amante, uma mulher se desespera pelo horário avançado em que precisa estar em casa e sai à toda velocidade em seu carro, no caminho acidentalmente atropela e mata um homem que estava na estrada pedindo carona, assustada ela foge e acredita que não há testemunha alguma que possa incriminá-la, é quando surge o caronista para transformar sua noite num pesadelo sem fim.

Lois Chiles é a protagonista desse conto que é perseguida implacavelmente pelo homem que atropelou. Nesse conto é onde o trabalho de maquiagem é mais bem executado, a cada nova aparição do caronista, sua aparência está ainda mais tenebrosa e decrépita para pavor total da mulher que sempre escuta a mesma e icônica frase dita pelo seu perseguidor “obrigado pela carona, dona!”. Uma pequena curiosidade, O escritor Stephen King faz uma rápida participação nessa história como um caminhoneiro.
No final das contas “Creepshow 2” é uma ótima e divertida antologia de terror, não deve em praticamente nada ao seu antecessor de 1982, obrigatório para os fãs do gênero e claro, para os admiradores do mestre Stephen King. Altamente recomendado.

 

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