Um Anjo Caiu do Céu (1947)

1793

Imagine que você tem um grande problema que precisa urgentemente resolver e não há quem possa lhe ajudar. Nesse momento, se você for religioso, curva-se e pede um auxílio. Nesse momento um anjo surge em sua vida, em forma de Cary Grant (Dudley), e tentará de todas as maneiras te ajudar a enxergar meios de resolver tudo o que você precisa.

Esse é o caso do bispo Henry Brougham (David Niven), que mesmo tendo trabalhado exaustivamente para construir uma nova catedral para seu povo, não consegue convencer Agnes Hamilton (Gladys Cooper), uma senhora rica porém amarga. Ela tem o dinheiro suficiente para lhe ajudar, mas nega até o último momento. Nesse ínterim, Henry acaba, não por maldade, deixando de lado sua linda esposa Julia (Loretta Young) e a filha de lado. Mas são tantas as preocupações.

Dudley não esconde em momento algum que deseja ajudar, e o faz de diversas maneiras. Mostrando que a vida pode ser bela, que nem tudo está perdido, que as pequenas coisas como patinar no gelo ou beijar a filha enquanto esta dorme são atos de amor e compreensão. Mas sua presença magnética, que prende, cativa e está presente em todos os momentos acabam justamente por causar ciúmes no pastor, que o vê como uma ameaça. Ele tem ciúmes de Julia, que passa a ter em Dudley seu melhor amigo.

Esse é um daqueles filmes que renovam nossas esperanças na vida, nas pessoas boas (elas existem aos montes por aí, acredite) e em nós mesmos. As questões não se referem apenas às financeiras, Um Anjo Caiu do Céu (The Bishop’s Wife, 1947), dirigido por Henry Koster mostram que devemos seguir sempre em frente, que uma luz surgirá. E se ela não surgir, é porque não era a hora. É um filme de cunho religioso, mas aconselho a todos a assistirem de coração aberto pois a mensagem é muito bela.

Algumas curiosidades retiradas do IMDB:

  • Cary Grant originalmente interpretaria o bispo e David Niven o anjo. Mas o diretor logo percebeu que eles estavam nos papéis errados. Ele não estava enganado. Cary Grant tem o magnetismo perfeito para o papel, enquando Niven está bastante convincente como o preocupado, bondoso e ciumento pastor.
  • Eu fiquei muito curiosa na cena em que Cary Grant toca lindamente a harpa e pensei se ele a tocava. Não, ela foi tocada por Gail Laughton, e suas mãos podem ser vistas. Mas o efeito foi tão bem feito que talvez você não perceba.
  • Um dublê usando uma máscara com o rosto de Cary Grant foi usado nas cenas de patinação. Percebemos pelo jogo de luz (escuro) e também pelos passos elaborados. Dificilmente Grant seria tão exímio na patinação. Loretta também teve uma dublê.
  • Falando em questão religiosa, muitos espectadores evitaram o filme porque achavam-no exageradamente religioso, mas o nome de Cary Grant e seu pretenso interesse amoroso na esposa do bispo chamou os fãs dos atores ao cinema.

 

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