Os Melhores Filmes de 1939, o ANO do Cinema
Em 1939, grandes clássicos como ‘…E o Vento Levou’ e ‘O Mágico de Oz’ definiram o cinema clássico. Descubra os marcos desse ano histórico no mundo do cinema.

Se eu pudesse escolher apenas um ano para definir o que há de melhor na história do cinema, com certeza seria 1939. Há exatos 70 anos, os Estados Unidos contavam com quase 18.000 salas de cinema, a entrada era acessível (cerca de 25 centavos) e, embora o mundo estivesse em guerra, o público estava mais fascinado do que nunca por essa forma de entretenimento.
O cinema estava se transformando: colorido, falado e com estreias que eram grandes eventos, sempre acompanhadas pela presença de astros que frequentemente se apresentavam antes das sessões em tardes e noites glamourosas. Glamourosas de verdade. Seriam necessárias várias páginas para listar as 483 produções lançadas nesse ano. Entre os maiores astros, nomes como Clark Gable, Joan Crawford, Bette Davis, Greta Garbo, Mickey Rooney, Shirley Temple e Tyrone Power disputavam as bilheteiras, gerando uma receita estimada de 659 milhões de dólares.
Dentre esses sucessos, sem dúvida, o mais cultuado foi …E o Vento Levou (Gone with the Wind), dirigido por Victor Fleming. Os direitos sobre a obra de Margaret Mitchell foram adquiridos por US$ 50.000 para sua adaptação. O livro já era um sucesso absoluto, e a estreia nas telas foi aguardada com grande expectativa. O público, após um longo período de espera, finalmente pôde ver em Technicolor o astro Clark Gable ao lado da praticamente desconhecida Vivien Leigh. As confusões de bastidores envolvendo Gable e o diretor inicial, George Cukor, ou o fato de Leigh continuar frequentando a casa do primeiro para ensaios, pouco importaram. O resultado foi um filme de 3h42min que conquistou 8 Oscars: Melhor Filme, Direção, Atriz (Vivien Leigh), Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Roteiro Adaptado, Fotografia em Cores, Cenografia e Montagem.

Outro grande destaque de 1939 foi O Mágico de Oz (The Wizard of Oz), também dirigido por Victor Fleming. Arriscar duas superproduções no mesmo ano parecia ousado, mas não para a MGM, o estúdio que tinha mais estrelas do que o próprio céu. Baseado no tradicional conto de Frank Baum, o filme trouxe Judy Garland no papel de Dorothy Gale, a garotinha do Kansas. Shirley Temple foi cogitada para o papel, mas a Paramount não cedeu sua maior estrela à MGM, o que fez com que o papel voltasse para Garland. Essa personagem se tornou o grande marco da carreira de Garland, que viajou pelo país, se apresentando antes das sessões e ajudando a impulsionar as vendas do filme. Hoje, é impossível imaginar a icônica música “Over The Rainbow” em outro filme ou na voz de alguém que não seja Garland.
1939 também foi o ano em que Greta Garbo riu, em Ninotchka, uma comédia romântica dirigida por Billy Wilder. A eterna diva recebeu uma indicação ao Oscar, mas não venceu. Em um ano com tanta concorrência de peso, realmente não havia muito o que discutir. 1939 foi, sem dúvida, um ano crucial para a história do cinema, que, se não mudou totalmente o rumo da arte, contribuiu significativamente para sua difusão e para o estabelecimento do cinema como um dos maiores entretenimentos da época.
Talvez por isto, 1939 tenha sido o ano das maiores produções, senão, vejamos mais 10 delas:
- A Mulher faz o Homem, com James Stewart e Jean Arthur
- Duas Vidas, com Charles boyer e Irene Dunne
- Goodbye Mr. Chips, com Greer Garson e Robert Donat
- Gunga Din, com Cary Grant e Douglas Fairbanks
- No Tempos das Diligências, com John Wayne
- A Mocidade de Lincoln, com Henry Fonda
- Esposa só no Nome, com Carole Lombard, Cary Grant e Kay Francis
- Vitória Amarga, com Bette Davis
- O Morro dos Ventos Uivantes, com Laurence Olivier e Merle Oberon
- Meu Reino por um Amor, com Bette Davis e Errol Flynn