23 de abril de 2025

Mervyn LeRoy: O Versátil Mestre do Cinema Clássico Americano

De dramas intensos a musicais encantadores: conheça a filmografia essencial de Mervyn LeRoy, um dos grandes diretores da era clássica.

judy garland em O Mágico de Oz

Judy em seu maior sucesso: O Mágico de Oz.

Mervyn LeRoy consagrou-se como um dos diretores mais competentes e versáteis de Hollywood, dominando com igual maestria os mais diversos gêneros cinematográficos. Nascido em 15 de outubro de 1900, ele não apenas dirigiu, mas também atuou e produziu, deixando um legado impressionante na indústria do cinema.

Sua carreira começou de forma incomum: após vencer um concurso de imitações de Carlitos (personagem de Charles Chaplin), ingressou no mundo do vaudeville e, em seguida, no cinema. Autodidata, aprendeu todos os aspectos da produção, desde operar câmeras até escrever roteiros. Seu primeiro filme como diretor foi No Place to Go (1927), estrelado por Mary Astor. No entanto, foi com Alma no Lodo (Little Caesar, 1931) e O Fugitivo (I Am a Fugitive from a Chain Gang, 1932) que ele consolidou sua reputação como um dos grandes nomes da era de ouro.

LeRoy não se limitou a um único gênero. Ele dirigiu dramas intensos, comédias leves, musicais vibrantes e filmes policiais marcantes, trabalhando com astros consagrados como Clark Gable, Lana Turner, Edward G. Robinson e Judy Garland.

Ele se aposentou em 1965, mas deixou sua marca na história com uma carreira repleta de clássicos. Em 1974, publicou sua autobiografiaTake One. Mervyn LeRoy faleceu em 12 de setembro de 1987, aos 86 anos, mas seu trabalho continua a inspirar cineastas e encantar plateias. Confira algumas de suas obras:

  1. Alma no Lodo ( Little Caesar, 1931): Edward G. Robinson é o criminoso em ascensão Rico Bandello. Ele e seu amigo partem para Chicago mas suas vidas tomam rumos diferentes.
  2. O Fugitivo (I am a Fugitive from a Chain Gang, 1932): Com Paul Muni. James Allen se envolve em um roubo e acaba condenado a 10 anos de prisão, acorrentado a outros homens. As condições terríveis no local fazem com que ele fuja do local.
  3. Adversidade (1936): Quando o livro Anthony Adverse foi lançado em 1933, se tornou um dos maiores best seller do momento. Esgotando-se rapidamente das prateleiras, se tornou objeto de desejo dos estúdios. Finalmente a Warner saiu na frente da disputa, comprando os direitos de filmagem. Em 1934 foram realizados vários testes de elenco para o filme que seria o mais caro lançado pela Companhia até então. Leia mais.
  4. O Mágico de Oz (Wizard of Oz, 1939): Mervyn foi um dos diretores a trabalharem nesse filme que conta a história conhecida de Dorothy e seus amigos. Leia algumas curiosidades do filme aqui.
  5. A Ponte de Waterloo (Waterloo Bridge, 1940): Particularmente esta não é a minha versão preferida. Por diversos motivos, dentre eles a censura, Mervyn LeRoy não teve a liberdade que James Whale teve em sua versão 1931, quando trouxe Mae Clarke no papel que posteriormente seria de Leigh. Mas mesmo assim o filme sobre uma prostituta que se apaixona por um militar é tecnicamente perfeito, trazendo um roteiro que ganha em emoção sem cair no pieguismo.
  6. Flores do Pó (Blossoms in the Dust, 1941): Escrevi mais sobre o filme aqui nesse link.
  7. Madame Curie (1943): Seguindo a galeria de mulheres fortes, Garson é Marie Sklodowska (Greer Garson), uma pobre estudante idealista que vive em Paris e estudou na Sorbonne. Ela negligencia sua saúde e um dia desmaia durante a aula. Seu tutor, o Prof Perot (Albert Bassermann) é simpático e, achando que ela não tem amigos ou família em Paris, a convida para uma festa que sua esposa organizou para poucos amigos. Entre os muitos convidados está o físico Pierre Curie (Walter Pidgeon), um homem extremamente tímido, distraído e completamente dedicado ao seu trabalho. Mais uma vez, Garson teve um desempenho maravilhoso e recebeu uma indicação ao Oscar, perdendo para Jennifer Jones em The Song of Bernadette .
  8. Quatro Destinos (Little Women, 1949): Escrevi mais sobre o filme aqui.
  9. Quo Vadis (1951): O general Marcus Vinicius descobre que o cristianismo está se tornando uma religião que atrai cada vez mais seguidores. Uma das maiores super produções feitas na época.
  10. A Tara Maldita (The Bad Seed, 1956):  O filme conta a história de Rhoda, uma garotinha de 8 anos que é psicopata e é capaz das maiores maldades possíveis.

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