Olhe bem essas fotos. Houve um tempo em que essa dupla era considerada a mais quente do cinema noir. Mas pudera. Belos, jovens e quentes, conseguiram durante um tempo fazer carreiras paralelas, mas quando estavam juntos… ninguém resistia.
A química entre os dois foi imediata e o público os elegeu como o casal das telas que eles queriam amar. Os dois trabalhariam juntos em mais quatro filmes. É muito comum falar-se sobre a química entre os dois atores, e provavelmente você já deve ter se perguntado se ela ultrapassou as telas. Provavelmente a resposta é não. Segundo Verônica:
“Trabalhávamos muito bem um com o outro, sem grandes discussões ou problemas. Ele era de fato muito simples, e de certa maneira éramos almas gêmeas. Nós éramos pequenos e funcionávamos bem juntos. No entanto eu sempre percebi que estava diante de um homem profundamente triste”.
Pesquisei um pouco sobre a vida e a carreira de Ladd, e de fato o ator tinha sérios problemas de superação. Não conseguia suportar sua baixa estatura, e não raro pedia para escolherem pessoas menores para trabalhar ao seu lado. Quando não conseguia, sentia-se extremamente frustrado. Tal inconformismo o levou ao alcoolismo. Ele continuou colhendo os louros da carreira até o final da década de 60, embora não tivesse superado vários fantasmas interiores.
Verônica, por sua vez, também nunca conseguiu de fato se adaptar a Hollywood. Em pouco tempo colecionava inimigos e receberia uma enxurrada de críticas com relação ao seu comportamento errático. Ela chegou a declarar que:
“Se eu tivesse ficado em Hollywood teria terminado como Alan Ladd e Gail Russell, mora e enterrada. Essa corrida de ratos mortos iria me matar, e eu tinha que sair de lá. Eu odiava ser algo que não era.”.
Os dois atores, coincidentemente, morreram aos 50 anos de idade. Ele em 1964 (de uma overdose de remédios e alcool) e ela em 1973 (de hepatite). Mas deixaram uma obra que vale a pena ser revista. Estiveram juntos em sete filmes. Em três destes, Coquetel de Estrelas (Star Spangled Rhythm, 1942) e A Taverna de Duffy (Duffy’s Taver, 1945) e Variety Girl (1947) eles apareceram como eles mesmos, fazendo pequenas participações. As maiores contribuições da dupla, no entanto foram os filmes abaixo:
Alma Torturada / This Gun for Hire (1942)
Aqui está a dupla em seu primeiro trabalho juntos e que os elevaria à categoria de astros. Dirigidos por Frank Tuttle, mostraram logo de cara uma química incrível. Ladd é um criminoso que sofreu abusos na, mas que gosta de crianças e gatinhos. Traído por um homem que encomenda um assassinato, resolve investigá-lo. É aí que ele conhece a bela Ellen, a bela cantora e… noiva de um detetive.
Capitulou Sorrindo / The Glass Key (1942)
Preciso dizer aqui o quanto esse título brasileiro me incomoda. Nesse ponto prefiro o título em Portugal – A chave de vidro. Desta vez Ladd é Ed Beaumont, o assistente de um líder político que resolve investigar um assassinato por sua conta e risco. O filme foi baseado no livro homônimo de Dashiell Hammett. Prepare-se para grandes reviravoltas.
A Dália Azul / The Blue Dahlia (1946)
Mais um noir. Dessa vez Alan é o capitão Johnny Morrison. Após retornar da guerra, o capitão Johhny Morrison descobre que sua esposa está com outro homem. Ainda tenta reaver a relação, mas não consegue segurar a barra após descobrir a verdade sobre a morte do seu filho. É aí que ela encontra Eddie (Lake), ex do amante de sua esposa. Romance no ar e uma dose de suspense, após Johnny descobrir que sua esposa foi assassinada.
Saigon (1948)
O filme que marcou a última aparição da famosa dupla, e foi um grande fiasco. Em parte por causa do enredo que não chamou a atenção do grande público e a franca decadência da carreira de Lake. O contrato da atriz expirou esse ano e não foi renovado. Alan dessa vez é o major Larry. Ele descobre que seu amigo Mike não viverá muito tempo e assume seus negócios. Claro que Lake é a bela secretária Susan, por quem ele irá se apaixonar.
Referências:
The Dynamic Duos Blogathon: Alan Ladd and Veronica Lake
http://www.imdb.com