Filho de uma empregada doméstica com seu patrão, Dreyer nasceu na Dinamarca, sendo adotado por um casal luterano, o que acabou influenciando sua carreira no cinema, pois ele rotineiramente enfocava temas religiosos. Formou-se em jornalismo, fundando um jornal chamado Riget. Após trabalhar como técnico para uso de balão de ar quente, na Nordisk Film, foi contratado pela mesma como Roteirista, para filmes como “Abaixo as Armas”. “O presidente” é considerado seu primeiro filme. O seu maior sucesso seria “A paixão de Joana d’Arc” (1928), considerado uma obra prima do cinema mudo.
O cineasta buscou outras produções alemãs, suecas e dinamarqueses para seus próximos cinco filmes. Com a repercussão do filme “O amo da casa”, foi contratado por uma produtora francesa para dirigir o filme “A paixão de Joana d’Arc”, de 1928, que se tornou o filme mais conhecido do diretor, e uma das obras mais completas do cinema mudo. Sua carreira seguiu-se pelas décadas seguintes.
De volta à Dinamarca, Dreyer se deparou apenas com projetos falidos, indo à Alemanha para produzir outros três filmes, lugar o qual se identificou muito, pois gostava da iluminação presente no expressionismo alemão. A fotografia extremamente contrastada dessa escola cinematográfica era ideal para Dreyer, pois conseguiria elementos climáticos para dissertar sobre o universo interior das pessoas.
Na década de 1930 e 1940, Dreyer realizou um série de curta-metragens. Nesse período, os dinamarqueses gostavam de ir ao cinema como entretenimento, buscando diversão, o que Dreyer não proporcionava. Durante a segunda Guerra Mundial, Dreyer não pôde realizar filmes, tendo que esperar 10 anos para realizar um longa-metragem. “A palavra” (Ordet), de 1955, foi mais um filme que consagrou o diretor, sendo considerado por muitos sua obra máxima. Trata-se de um filme sobre fé e milagre, através de uma perspectiva muito peculiar. Dreyer foi influenciado pelas teorias do filósofo dinamarquês Kierkegaard nesse filme.
“Gertrud”, de 1964, foi seu último filme. Retrata uma mulher vivendo um cassamento sem perspectivas. Foi bastante criticado, mas hoje é considerado uma obra importante do cineasta. É importante destacar em Dreyer o fato do cineasta tentar absorver o máximo possível do ator, tentando reproduzir o sentimento das personagens, penetrar em profundos pensamentos por meio de expressões.
Antes de falecer, Dreyer declarou que gostaria de filmar “A paixão de cristo”. Hoje, o também cineasta dinamarquês Lars von Trier se diz discípulo de Dreyer. É notável que as abordagens sobre o sacrifício feminino e a tentativa de deixar o cinema mais realista são algumas das influências. Confira alguns de seus melhores filmes: