Artistas e Modelos (1955)

1887

Os anos 50 conheceram a época da era espacial e o assunto rendia muita curiosidade tanto em adultos quanto em adolescentes e crianças. Com isso, muitos livros, séries, filmes e revistinhas em quadrinhos foram lançadas sobre o assunto. E como essa era uma das diversões preferidas dos pequenos, o sucesso era imediato e os números logo se esgotavam nas prateleiras. Ganhavam muito dinheiro os cartunistas e criadores de histórias. E é sobre isso que Artistas e Modelos trata de forma bem humorada.

Eugene (Jerry Lewis) é um rapaz que coleciona muitas dessas revistas, e impressionado que fica, acaba tendo pesadelos onde conta novas histórias. Isso irrita profundamente seu colega de quarto, o charmoso Rick (Dean Martin), e ele chega até a pensar em sumir dali. Mas aos poucos Rick percebe que as histórias podem se transformar em revistinhas. Eugene tem uma paixão platônica pela personagem A Dama Morcego, criada por Abigail Parker (Dorothy Malone) tendo como moldes Bessie (Shirley Maclaine).

Um belo dia o quarteto se encontra, e Rick, como é de praxe, joga todo seu charme para cima da cartunista. Eugene, por sua vez fica abalado cada vez que Bessie lhe beija. Bem, faz parte de sua personalidade infantilizada. Sabendo que ele é apaixonado pela Mulher Morcego, a garota se nega a revelar o segredo de quem se trata, pois acha que ele deve ama-la pelo que ela é. E ela tentará com todas as suas armas.

Dirigido por Frank Tashlin, o filme traz aquela ingenuidade já conhecida dos filme da dupla. Jerry interpreta o mesmo garoto que parece não ter saído dos 12 anos. Atrapalhado, divertido, exagerado, e muitas vezes irritante, mas dificilmente odiável. Dean também repete o velho papel de homem sedutor, que com sua voz e seus gestos pode conquistar qualquer mulher. Essa fórmula fez com que eles ganhassem muita, mas muita grana e foi repetida em vários filmes mais ou menos parecidos. Outra coisa que me chama a atenção são os figurinos, sempre impecáveis.  Edith Head assinou a grande maioria dos filmes de Jerry Lewis, e nesse não seria diferente, o que explica a beleza dos modelos criados para as cores da tela.

E o filme é repleto de belas mulheres. Além de uma simpática e divertida Shirley Maclaine e Dorothy Malone nos papéis principais femininos, temos a participação de Anita Ekberg. Bem, suas aparições não devem somar mais do que três minutos, e ela mais uma vez interpreta a loura fatal que é preterida por outra mais “caseira”. Aquela que todos desejam, mas não ficam no final. Isso me soa muito machista, mas estamos em 1955, não nos esqueçamos disso. Mas mesmo aparecendo tão pouco é difícil ignorar a bela que tomou banho na Fontana di trevi ao lado de Marcello Mastroianni.

Artistas e Modelos (Artists and Models) termina em ritmo de ação, sendo uma comédia divertida e para ser vista sem grandes pretensões. Tem momentos memoráveis, como o da banheira, quando o personagem de Jerry Lewis tem que subir as escadas inúmeras vezes para passar um recado de telefone para Dean Martin. Outro é a cena da escada, quando Bessie canta Innamorata (anteriormente cantada por Dean Martin). Falando nessa música, ela  foi feita especialmente para o filme mas não foi a única cantada. Dean nos presenteia com várias canções, e é mesmo impossível tirar a vista dele nesses momentos.

 

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