“Eu sempre adorei filmes, mas nunca tinha tentado escrever um até ir a Berlim. Quando vi O Encouraçado Potemkin, de Serguei Eisenstein, soube o que queria fazer para ganhar a vida. O Encouraçado Potemkin ainda é o primeiro da minha lista.”
“Não é fácil um roteirista virar diretor, e não é algo que aconteça com frequência. Escrever é uma profissão muito solitária, enquanto dirigir é muito social. O fato de eu ser um escritor que gostava de colaborar (ele só escrevia com outro roteirista) ajudou-me a dar o salto.”
Quando chegou a Hollywood e teve que aprender inglês (Billy Wilder nasceu na Polônia: “É muito difícil ser escritor sentir que é a única coisa que você quer ser na vida. E de repente ser destituído da língua na qual pensa, fala e escreve. Você fica mais ou menos morto. Então, ou eu aprendia a língua (inglesa) ou podia ser enterrado”.
“Greta Garbo era uma atriz bastante obediente. Gostava de receber ordens. Pensamos que Lubitsch poderia pedir que nós reescrevêssemos a cena, mas ele disse-lhe: A cena é perfeita para você.Você vai se sair muito bem. E realmente se saiu. Garbo não foi no enterro de Lubitsch. Acredito que tenha sido porque ela era muito tímida. Ela era tão tímida que provavelmente sequer iria ao próprio enterro, se pudesse. Eu gosto dela.” (Wilder foi o roteirista de Ninotchka (1939), junto com Charles Brackett.)
“Gary Cooper transformou-se num amigo, e muitos anos depois fez Amor na Tarde. Ele era um homem sofisticado e eloquente. As mulheres realmente gostavam dele. Fora das telas, não era aquele cara quieto que interpreta nas telas. Era um bom conversador e não era um marido ideal…” (Wilder foi o roteirista de Bola de Fogo (1941), junto com Charles Brackett.)
“Sempre quis ter Cary Grant nos meus filmes. Mas nunca deu.”
“Nunca tinha ouvido a expressão filme noir quando fiz Pacto de Sangue. Não achávamos que estávamos fazendo filmes eternos, ou o que quer que seja eterno. Eu só fazia filmes aos quais gostaria de assistir. Quando dava sorte, isso coincidia com o gosto do público. Com Pacto de Sangue, tive sorte.”
“Antes de Farrapo humano, o alcoolismo era tratado como algo engraçado. Havia atores característicos que só interpretavam bêbados; e sempre atrás de risadas. Não há nada engraçado num bêbado.”
“Douglas Fairbanks Jr. teve um longo romance com Dietrich. Contou-me que ela tinha preconceito contra as mulheres. Ela era um anjo com os homens, mas não confiava nas mulheres. Dizia: Elas ficam procurando rugas na gente.”
“Originalmente Crepúsculo dos deuses seria uma comédia com Mae West. Hoje é impossível acreditar nisso.”
“Sabe, é estranho. Quando Swanson fez Crepúsculo, tinha só 50 anos. Mas por algum motivo, havia um abismo entre os filmes mudos e os falados, e algumas pessoas achavam que ela tinha 70 ou 80 anos de idade. Não acho que ela tenha gostado disso. Ninguém gosta de parecer mais velho do que realmente é. Disse-lhe que ela era boa demais.”
“Eu ficava irritado com ela (Marilyn). Ela nunca chegava no horário. Nem uma vez. Ela achava que a sua aparência dava-lhe direito a privilégios especiais. Era verdade, mas isso não funcionava comigo, porque eu olhava pra ela não como um homem, mas como seu diretor.”
“Sabe, trabalhar com ela era como ser um dentista, arrancando aquelas falas como dentes, exceto que que quem sentia a dor era o dentista”. (Sobre Marilyn)
(Depois de dirigir Marilyn pela segunda vez em Quanto mais quente melhor): “Discuti isso com meu médico e psiquiatra e eles me disseram que estou muito velho e rico para passar por isso novamente.”
“Fazer filmes é pouco como entrar num quarto escuro. Algumas pessoas tropeçam em móveis, outros quebram suas pernas, mas alguns de nós vêem melhor no escuro do que outros. O truque final é convencer, persuadir.”
“Eu sou terrivelmente apaixonado por Jack Lemmon. Nós nos entendemos muito bem, e é um prazer trabalhar com ele. Ele é um ator pensante, mas não argumentativo. Desta forma, quero dizer, se começarmos a trabalhar as 9 horas, às 8h15 ele viria ao meu escritório e diria: ‘Ei, eu tenho uma ótima ideia. Olha, por que não? Faça isso! Blah, blah, blah, blah. ” E eu apenas olho para ele, e ele diz: “Também não gosto disso”. E ele sai.”
“Havia uma atriz chamada Marilyn Monroe . Ela sempre estava atrasada. Ela nunca se lembrava de suas linhas. Ela era uma dor na bunda. Minha tia Millie é uma boa senhora. Se ela estivesse em filmes, ela sempre chegaria na hora certa. Ela conhecia suas linhas. Ela seria legal. Por que todos em Hollywood querem trabalhar com Marilyn Monroe e ninguém quer trabalhar com minha tia Millie? Porque ninguém vai ao cinema para assistir minha tia Millie.”
“Quando eu olho para isso no passado, não fico bravo com Marilyn. Era alguém com quem podia se irritar, mas não havia como permanecer irritado muito tempo. Ela não sabia suas falas. Era terrível. Então, na trigésima tomada, ela a dizia de uma maneira que ninguém mais conseguiria fazer.”
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