Melhores Filmes de George Cukor: A Marca da Perfeição no Cinema
Descubra os melhores filmes de George Cukor, um dos diretores mais talentosos de Hollywood, conhecido pela marca da perfeição em suas obras-primas. Confira a lista completa!

Scarlett O'Hara (Vivien Leigh) e Rhett Butler (Clark Gable) em E o Vento Levou (1939)
George Cukor é um dos meus diretores favoritos, e embora muitas vezes não liguemos seu nome aos créditos de algum filme, tenho certeza que muitos também o admiram, embora por vezes não associem a obra ao seu criador. Entendo isso perfeitamente, pois na maioria das vezes os atores são mais lembrados, e a marca de quem os ajudou em suas performances é deixada de lado.
Cukor foi um dos diretores mais conceituados em Hollywood, um profissional que, com seu extremo perfeccionismo e elegância, dirigiu alguns dos filmes mais marcantes de sua época. Um homem que era capaz de gastar rolos de filme para que as cenas saíssem com o máximo de perfeição. Ele também era capaz de mover a câmera graciosamente em cenários deslumbrantes. As longas sequências e uma técnica cinematográfica marcante fizeram com que, mesmo trabalhando com diversos diretores de fotografia ao longo da carreira, ele mantivesse um ritmo constante.
O diretor era conhecido também por conseguir suscitar performances maravilhosas de seus atores, principalmente das mulheres. Ele, aliás, era conhecido como um “diretor de mulheres”, trazendo as principais estrelas da época em suas obras. Dentre as preferidas, Katharine Hepburn, que esteve com ele em dez produções, Joan Crawford e Ingrid Bergman. Rótulo este que ele detestava e que refutava dizendo que foram os homens dirigidos por ele que conseguiram mais prêmios. Trabalhando em quase todos os gêneros, era perfeitamente adaptado ao sistema de estúdios, exercendo um poder criativo profundo nas obras, mesmo não levando crédito nos roteiros.
George Cukor nasceu em 7 de julho de 1899, em Nova York. Começou a cursar Direito, mas a paixão pelos palcos gritou mais alto, e ele seguiu seus sonhos. Em 1925 surgiu a primeira grande oportunidade, e o jovem fez sua estreia na direção no teatro com Antonia, escrita por Melchior Lengyel. Nesta década ele dirigiu mais de seis atrações na Broadway, trabalhando com Ethel Barrymore e Jeanne Eagels. Em 1928, o cinema o chamava, e ele assinava com a Paramount.
O final dos anos vinte marcou profundamente Hollywood como nenhuma outra. Nesse período, os filmes falados substituíam paulatinamente os silenciosos e se tornavam palco para aqueles que se adaptassem à nova realidade. O primeiro filme em que Cukor foi citado nos créditos foi The Tarnished Lady , realizado em 1931. O filme trazia a diva Tallulah Bankhead como protagonista. Neste ano, porém, ele mudou-se para a RKO, a convite de David O. Selznick. Começaria aí uma amizade que duraria toda a vida, com Katharine Hepburn. Little Women (1933) trouxe sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Diretor. Na MGM, teve Jean Harlow como estrela em Dinner at Eight e uma nova indicação ao Oscar. A terceira indicação viria com a produção de Romeu e Julieta (1936), clássico baseado na obra de Shakespeare que trazia os demasiadamente adultos Norma Shearer e Leslie Howard nos papéis principais.
Nesta época, já era considerado um dos melhores diretores de Hollywood e bem querido no meio. Homossexual conhecido no meio em uma época repleta de tabus, realizava festas em sua casa que se tornaram conhecidas no meio. Lá seus amigos podiam aproveitar a piscina e bebericar à vontade, encontrando sempre um bom motivo para conversas. Cukor bebia moderadamente e tinha como amigos íntimos, além da já citada Katharine Hepburn, John Barrymore e Spencer Tracy, conhecidos beberrões.
Em 1936, assumiu a direção de Gone With the Wind , mas problemas na produção fizeram com que ele fosse demitido. A controvérsia continuou, pois Olivia de Havilland e Vivien Leigh continuavam a ensaiar suas performances com ele. O culpado da demissão teria sido Clark Gable, que não estava contente com os rumos de sua direção e exigiu que ele saísse. Dentre comentários jocosos, o ator teria dito que não queria ser dirigido por uma “fada” e sim por um homem.
The Women (1939), um sucesso, trazia grandes estrelas femininas no elenco e se tornou um dos maiores sucessos daquele verão. Foi somente na década de 50, com A Star is Born , que ele realizaria seu primeiro filme em cores. Sobre as filmagens, é válido salientar que ele ficou muito impressionado com a carga emotiva empregada por Judy Garland em algumas cenas, especialmente naquela em que ela descobre que seu marido cometeu suicídio. A explosão de sentimentos da atriz foi algo que surpreendeu até mesmo um diretor experiente como ele. O prêmio de Melhor Diretor viria apenas com My Fair Lady , de 1964. A década seguinte o levou a dirigir alguns filmes para a televisão. Seu último filme foi Rich and Famous (1981). O diretor faleceu aos 83 anos, em 24 de janeiro de 1983, de causas naturais. Após sua morte, Patrick McGilligan desvendou sua vida na biografia George Cukor: A Double Life.
É tarefa difícil escolher os melhores filmes realizados por Cukor, mas tentarei aqui fazer não uma lista, mas uma indicação de boas produções que contam com sua assinatura. Vamos a eles?














