Stanley & Iris (1990)

Os personagens são pessoas simples, que lidam com problemas do dia a dia, maduras (mas com suas neuras), da classe trabalhadora. Em suma, pessoas que ganham a vida honestamente. O dinheiro deles é suado, e tanto, que a indignação de Iris ao ver sua bolsa sendo levada por um assaltando soa terrivelmente real: está ali o fruto de seu trabalho. E Stanley, como era de se supor,  não surge como o herói que a ajudará a resgatar o item roubado, surge, antes, como um companheiro com quem ela poderá contar em momentos de dificuldade. E que também precisará dela.

Talvez por seu desenvolvimento lento, é um filme difícil de ser aceito por certas audiências atuais, que exigem maior ação e calor. O relacionamento entre eles não é fatal, eles não se apaixonam após o primeiro encontro e o roteiro não se preocupa em deixa-los bonitos ou que exista uma paixão avassaladora. O filme tem seus méritos, e embora arraste-se em alguns momentos, é honesto, embora não esteja no mesmo patamar de “Norma Rae”. Stanley & Iris está na categoria de um romance leve e inofensivo e ampara-se no brilho de suas estrelas principais, que embora não tenham uma grande química, não conseguem prejudicar o resultado final da história

Curiosamente este foi o último filme de Jane Fonda antes de um hiato de 15 anos, até ela estrelar A Sogra (2005). Sua Íris é uma mulher simples e corajosa. Robert DeNiro empresta uma boa atuação e o elenco de apoio também é muito bom, incluindo Martha Plimpton e Harley Cross, que interpretam seus filhos.