Após assistir ao filme “Roma, Cidade Aberta” de Roberto Rossellini, Ingrid Bergman, na época casada com Petter Aron Lindström, ficou extasiada com o filme. Diante disso, escreveu uma carta para o diretor:
“Caro senhor Rossellini, vi seus filmes “Roma: cidade aberta” e “Paisá” e gostei muito deles. Se precisar de uma atriz sueca que fale inglês muito bem, não esqueceu o alemão, ainda não é muito inteligível em francês e de italiano só sabe ti amo, estou pronta para fazer um filme com o senhor”.
Educado, mas sem saber quem era Ingrid, Roberto lhe respondeu carinhosamente, e lhe chamou para um teste para “Stromboli. Logo Ingrid partiria para a Itália, sem saber que isso mudaria completamente os rumos de sua vida.
Lá chegando, ao se conhecerem, os dois se apaixonaram imediatamente e iniciaram um romance. Ela logo engravidou, e o escândalo se tornou inevitável, pois além dela, ele também era casado. Quando o filme estreou, Roberto, o primeiro filho do casal, nascia. Pouco tempo depois Ingrid se divorciou de seu primeiro marido, casando-se com Rossellini no México.
Hollywood não deixaria isso barato. A Legião de Decência dos Estados Unidos boicotou o nome de Ingrid após o acontecido e os exibidores retiraram todos os seus filmes de cartaz. Ela era vista como um mal exemplo de comportamento e como uma pecadora. Foi massacrada pela crítica americana, pela imprensa e chamada de vagabunda. Após o divórcio, foi proibida de ver sua filha mais velha, Pia, que tinha 10 anos. Foi um período difícil na vida de Ingrid, que passou um ano até rever a filha. Em 1952 ela teve mais duas filhas com Rossellini, as gêmeas Isabella e Ingrid.
Foram 7 anos vividos na Itália, atuando em filmes de Rossellini e Jean Renoir. O casamento teve fim quando durante as filmagens do documentário “Índia: Matri Bhumi” Rosselini se encantou pela indiana Sonali Senroy DasGupta. Em 1957 o casal se divorciou e Ingrid retornou aos Estados Unidos. Tinha medo, mas tinha que retornar. Como seria recebida? Seu retorno foi triunfal, o público parecia desconhecer o acontecido. No cinema, ela retornou com o filme Anastacia, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz. Um tapa na cara dos recalcados. Segundo o documentário “Eu sou Ingrid”, quem não teve tanta sorte foram seus filhos, que a partir de então passaram a ser cuidados por uma babá em tempo integral, já que os pais estavam constantemente viajando com seus trabalhos.