Ann Sheridan: A Oomph Girl

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1947 Original Ann Sheridan in Nora Prentiss

Ann Sheridan iniciou a carreira de atriz fazendo pequenas participações em filmes da Paramount. Seu primeiro sucesso veio com Angels with Dirty Faces (1938). Logo ela se transformaria em uma das pin-ups mais amadas da década de 40. Conheça sua história:

Clara Lou Sheridan nasceu em 21 de fevereiro de 1915, no Texas. Filha de um mecânico, aprendeu desde cedo os mecanismos de funcionamento dos carros. Com isso, se virava perfeitamente quando precisava fazer algum conserto. Após terminar os estudos, estudou drama, música e dança. E foi Kitty, uma de suas irmãs, quem acabou dando aquela mãozinha para que ela entrasse para o mundo artístico.

A garota enviou a foto da irmã para um concurso da Paramount. Como resultado, Clara foi uma das vencedoras, ganhando um contrato para fazer algumas participações. O início foi em Search for Beauty (1934), que tinha como estrela Ida Lupino. Os próximos dois anos seriam repletos de pequenas participações sem grande importância, e na maior parte sem créditos. Estima-se que antes da fama, chegou a aparecer em 19 filmes.

Com Alfred Delcambre em “Search for Beauty”

 

Foi nesse período que resolveu adotar o nome Ann Sheridan. O, finalmente, sucesso veio em 1938, com o lançamento de Anjos de cara suja, de Michael Curtiz. O filme trouxe visibilidade para aquela que se transformaria, ao lado de Betty Grable e Rita Hayworth em uma das maiores Pin-ups do momento. Ela ganhou até um apelido: Oomph girl! Mas como a atriz odiava esse termo…

“Eles me chamavam de “the girl Omph”, e eu detesto esse apelido! Ser lembrada com um apelido significa que não pensam em você como uma verdadeira atriz. É somente algo descartável.”

Isso significava também que muitas produções que serviam de veículo de publicidade, exploravam esse lado e esqueciam de alancar papéis mais significativos. Era preciso vendê-la como uma mulher linda e sensual. Alguns dos filmes de destaque:

 

Em Cada Coração um Pecado (1942), com Ronald Reagan
A Cruz de um Pecado (1947), com Lew Ayres
A noiva era ele (1949), com Cary Grant. Seu preferido

 

Ann permaneceu sob contrato com a Warner Bros por 12 anos. Alguns dos quais pode vivenciar grandes momentos. Estando perto dos 40 anos, os papéis começaram a ficar escassos. É preciso que se diga das dificuldades de uma mulher no sistema de estrelas. Elas eram exaltadas por sua beleza, para serem esquecidas tão logo alcançassem certo sucesso. Para isso, eram preteridas por outras cada vez mais jovens.

Ann visita o diretor e amigo Frank Capra, 1942

Os parceiros de Ann continuaram com o status de galãs, mesmo passando desta idade. A ela, restava apenas aceitar pequenos papéis ou investir em um novo nicho que surgia: a televisão. E foi o que a atriz fez, participando de séries como Schlitz Playhouse of Stars, Celebrity Playhouse, Sneak Preview, Calling Terry Conway e Playhouse 90.

 

Fora dos Holofotes

Ann casou-se três vezes com homens ligados ao cinema. A primeira vez foi com o ator Edward Norris, entre 1936 e 1938. O casamento teria terminado por questões de ciúmes de sua parte. Os dois, porém, permaneceram amigos por toda a vida. Pouco tempo depois ela iniciaria um romance com George Brent. Os dois pareciam se dar muito bem, mas bastou se casarem em 1942 para se separarem, poucos meses depois. Seu último relacionamento amoroso veio em 1966. A atriz casou-se com Scott McKay, companheiro de uma de suas séries. O casamento também duraria pouco tempo, pois Ann logo faleceu. Não deixou filhos.

Ao contrário de amigas como Lana Turner ou Ava Gardner, sabia diferenciar o limite entre vida pública e privada. Não vestia a Oomph Girl quando chegava em casa. Apreciava também beber com os amigos, e suas preferências estavam em um bom vinho e uma boa dose de whisky.

Pistols ‘n’ Petticoats

Durante as filmagens de “Pistols ‘n’ Petticoats”, começou a sentir fortes sintomas que incluiam dificuldades de engolir, perda de peso e uma tosse intermitente. Ao consultar um médico veio a surpresa: estava com um câncer no esôfago e fígado. Ele se espalhou rapidamente enquanto a atriz insistia em terminar sua participação na série. Mas ela não sobreviveria ao término da temporada.

Em 21 de janeiro de 1967, perdia a vida aos 51 anos de idade. Segundo seu marido, suas últimas palavras foram: “Eu vou ficar bem”.

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