Há algumas semanas decidi sempre postar algo sobre atrizes do cinema mudo. As nossas “sereias esquecidas” sempre terão um espaço no nosso coração e nesse site. Hoje falaremos sobre Bessie Love, por quem nutro um carinho enorme. Vamos lá?
Bessie Love, cujo nome de nascença é Juanita Horton, nasceu no Texas em 10 de setembro de 1898. Mas seu pai mudou-se com a família Los Angeles tentando melhores condições de vida. Como você pode imaginar, estar na cidade onde o cinema florescia fazia com que todos quisessem uma chance nas telas. E foi assim que a mãe de Bessie a levou nos estúdios Biograph Studios. O diretor D.W. Griffith a achou bonita e após alguns testes lhe deu um pequeno papel em Intolerância (1916). Ele também foi o responsável pelo seu nome artístico, Bessie Love. Ela tinha 18 anos.
Em Reggie Mixes In (1916) ela já trabalhou ao lado do grande astro Douglas Fairbanks. A propósito, ela começou a ser comparada a Mary Pickford. Mas isso explica-se: naquele período havia uma divisão de características nas atrizes. Algumas eram identificadas como as inocentes (da qual fazia parte Mary Pickford) ou as vamps (Theda Bara era o maior exemplo), além de outras categorias.
No ano seguinte ela mudou de estúdio, indo para a Vitagraph. A divulgação foi intensa e ela era capa de várias revistas, se tornando bem popular. Cada vez mais segura de si, a atriz também começou a atuar nos palcos, e a fazer papéis mais consistentes ao longo da década de 20. Alguns sucessos foram: The Lost World (1925), The Matinee Idol (1928) e The Broadway Melody (1929).
Em 1925 o charleston era a dança mais popular, e foi Bessie quem primeiro dançou-a nas telas em The King on Main Street (1925). O filme também trazia duas cenas em technicolor. Mas estas infelizmente foram perdidas. Ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz por The Broadway Melody e tudo levava a crer que faria uma boa transição para o cinema falado. Porém, por volta de 1932 interrompeu bruscamente sua carreira.
Bessie emO público e o estúdio não parecia mais interessado nela. Por esse motivo resolveu investir mais na carreira nos palcos. Ela também não vivia seus melhores dias na vida particular. Casada desde 1929 com William B. Hawks, os dois tiveram uma filha, Patrícia. Em 1936 se separaram definitivamente.
A partir de então, ela fez participações cada vez menos significativas nos filmes, mesmo depois do término da segunda guerra. Alguns filmes famosos que tiveram sua participação foram The Barefoot Contessa (1954), estrelado por Ava Gardner e Humphrey Bogart e Beau Brummell (1954), estrelado por Elizabeth Taylor.
É possível vê-la também em Na Época do Ragtime (1981). Seu último filme foi The Hunger (1983), quando ela estava com 85 anos. A atriz passou seus últimos anos em Londres. E foi lá que faleceu de causas naturais em 26 de abril de 1986.