20 de março de 2025

Corinne Griffith: A atriz do cinema mudo que inspirou Fedora de Billy Wilde

Descubra a fascinante história de Corinne Griffith, a atriz do cinema mudo que inspirou Fedora de Billy Wilder. Conheça sua carreira, vida pessoal e legado como escritora e empresária.

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Corinne Mae Griffith nasceu em 21 de novembro de 1894 no Texas. Sua família fazia parte da sociedade de Nova Orleans e era bastante tradicional e republicana, deixando nela uma herança política que carregaria por toda a vida. Ao crescer, ficava evidente que ela era uma bela jovem, ganhando um concurso de beleza em Nova Orleans.

Com o cinema em ascensão, Corinne convenceu os pais a se mudarem para a Califórnia. Em 1916, conseguiu um contrato com a companhia Vitagraph, fazendo sua estreia em La Paloma, filme provavelmente perdido. Durante esse ano, participou de vários curtas e foi ganhando experiência. Em 1917, fez alguns longas e médias-metragens, começando a se destacar.

Corinne ganhou popularidade ainda no final da década de 1910, chegando a criar sua própria produtora, a Corinne Griffith Productions, que distribuía seus filmes para a First National. A atriz também era uma das poucas que se dedicava a ver os copiões após as filmagens e a analisar os roteiros, sabendo todos os detalhes sobre as produções nas quais participava.

Seus colegas a definiam como uma pessoa calma, educada e reservada, mas nada esnobe. Além disso, era muito hábil em negociar seus contratos e participações. Tanto que o diretor D. W. Griffith a considerava a empresária mais astuta dos filmes mudos desde a chegada de Mary Pickford.

Ela cuidava bem do dinheiro que ganhava. Mesmo sendo famosa, evitava gastar de forma exagerada como outras estrelas, preferindo economizar e gastar apenas o necessário. Hospedava-se em hotéis e, quando comprou uma casa, optou por uma opção discreta, como sua vida foi, na maior parte do tempo.


Carreira no Cinema Mudo e Destaques de Corinne Griffith

Seus papéis mais memoráveis ocorreram nos anos 1920, com participações em filmes como O Poder da Sedução (Love’s Wilderness, 1924), A Princesa Russa (Into Her Kingdom, 1926) e A Dama em Arminho (The Lady in Ermine, 1927).

O ponto alto de sua carreira foi quando foi indicada ao Oscar por sua participação em A Divina Dama (The Divine Lady, 1929), de Frank Lloyd. No entanto, esse momento também marcou uma transição difícil para ela. Ao gravar sua voz em Quero Ser Feliz! (Lilies of the Field, 1930), percebeu-se que sua voz não era adequada para os filmes sonoros. Ela também gravou uma introdução que era exibida antes do filme, mas infelizmente Lilies of the Field foi perdido, restando apenas um pequeno trecho onde Corinne não aparece.


A Retirada do Cinema e a Nova Carreira de Corinne Griffith

Após fazer mais duas participações, Corinne decidiu se retirar das telas. No entanto, não foi uma mulher frustrada. Ao contrário, ela tinha talentos extras e se tornou uma escritora de sucesso, lançando vários livros ao longo das décadas, alguns dos quais se tornaram best-sellers, como My Life with the Redskins.

Delicate Condition era um livro biográfico sobre seu relacionamento com seu pai. Em 1963, foi adaptado para as telas como O Estado Interessante de Papai (1963). Ela queria Fred Astaire no papel principal, mas não conseguiu. O filme foi um grande fracasso de bilheteira e crítica.

Enquanto escrevia, Corinne também se dedicava ao ramo imobiliário, sendo dona de diversos prédios em Los Angeles, e se tornou uma das mulheres mais ricas do mundo, raramente sendo vista em público.

Corinne também é compositora da música  “Hail to os Redskins”, um dos hinos de futebol mais famosos dos Estados Unidos:


Vida Pessoal e Casamentos

Corinne foi casada quatro vezes e adotou duas filhas: Pamela e Cynthia. Seus primeiros casamentos foram com atores ou produtores: Webster Campbell (1916-1923), Walter Morosco (1924-1934), George Preston Marshal (1936-1958) e Danny Scholl (1965). Todos terminaram em divórcio, mas sem grandes escândalos, até o último.

O último casamento de Corinne foi um dos mais estranhos da história do cinema. Ela ficou casada com o ator Danny Scholl por apenas 33 dias. Ele era um ator da Broadway que não fazia muito sucesso e tinha 45 anos, 25 a menos que a atriz. No pedido de divórcio, Corinne alegou que Danny não havia se casado com ela, mas com sua irmã mais nova, afirmando que a verdadeira Corinne já havia falecido décadas antes. Ela obteve o divórcio, e o caso inspirou o livro Fedora (1979) de Tom Tryon, que foi adaptado para o cinema por Billy Wilder, com Marthe Keller no papel de uma atriz do cinema mudo.

Corinne Griffith faleceu em 13 de julho de 1979, aos 84 anos, com uma das maiores fortunas dos Estados Unidos, que beirava os 150 milhões de dólares.

Em 1979,  Billy Wilder levaria a história às telas no filme de mesmo título  – Fedora – e que trazia Marthe Keller no papel de uma atriz do cinema mudo que se escondia de todos e espantava pela extrema juventude.

Fontes: IMDB, Silents Are Golden

 

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