E Eles foram considerados Venenos de Bilheteria!

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No dia 3 de maio de 1938 uma manchete de página inteira chamava a atenção de todos. O”Independent Theatre Owners of America” publicava uma lista na qual constavam nomes de atores e atrizes que deram prejuízo no ano anterior. A matéria classificava-os como Venenos de bilheteria.

E o “Box office Poison” cairia como uma bomba na vida de estrelas como Katharine Hepburn, Greta Garbo, Joan Crawford, Norma Shearer, John Barrymore, Fred Astaire, Edward Arnold, Luise Rainer e Marlene Dietrich, dentre outros. Todos hoje em dia considerados grandes nomes do cinema americano do século passado. O artigo falava sobre o quanto essas estrelas estavam causando prejuízo a todos com seus contratos milionários que não condiziam com a resposta nas bilheterias. Katharine Hepburn, por exemplo, elevara seu contrato para US $ 100.000, enquanto Joan Crawford assinara um de cinco anos no valor de US $ 1.500.000.

Gary Cooper escapou da lista

O mesmo artigo enumerava alguns astros que mereciam seus altos salários. Dentre eles Shirley Temple, Clark Gable, Gary Cooper, Bette Davis, Myrna Loy, William Powell e outros. E defendia que estes sim tinham grande apelo junto ao público e geravam lucros enormes e eram muito procurados.

A lista não poupava nomes conhecidos como o de John Barrymore

O artigo teve um forte impacto quando foi duplicado em milhares de revistas em todo o mundo. E se havia alguns dados que não condiziam com a verdade (os filmes de Mae West por exemplo, continuavam dando muito público), pelo menos serviu como base para rever o sistema de venda de filmes. Os estúdios costumavam fazer vendas casadas e os pequenos cinemas estavam tendo enormes prejuízos a serem obrigados a comprar filmes que nem eles nem o seu público desejava. Foi somente algum tempo depois que a questão seria resolvida com a proibição desse tipo de venda.

Porém, os astros atingidos pelo artigo sentiriam as consequências ao longo de toda sua carreira. Afinal, ser conhecido como veneno de bilheteria não era nada lisonjeiro. No entanto, muitos deles dariam a volta por cima, mostrando que ainda eram capazes de arrastar um grande público de fãs. Um exemplo é a Joan Crawford, que mesmo tendo decaído após dezoito anos na MGM, ainda conseguiria um bom contrato com a Warner Brothers. Ela teria um relativo sucesso até meados da década de 50. Os anos seguintes veriam a divulgação de mais listas como estas e que incluíam geralmente astros mais antigos. Mas o tempo seria um pouco mais justo com eles. Hoje em dia alguns são lembrados como os maiores de sua época.

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