Florence Deshon, a musa trágica por trás de Luz da Ribalta, de Chaplin

1913

Florence Deshon desde cedo tentara carreira no cinema, tendo tido diversas negativas. Um belo dia foi chamada por Goldwyn, que lhe oferecia um salário de 400 dólares a semana, um guarda roupa novo e um apartamento magnífico. Ela ficou feliz, mas ao mesmo tempo estranhou o fato de uma atriz iniciante ganhar tantos luxos de uma hora para outra. A explicação veio mais tarde: Charles Chaplin a financiou.

 

Ele tinha ficado tocado com a história da jovem atriz, que não conseguia papéis devido ao seu envolvimento com o socialismo. Florence lia Li Poe e John Milton, era muito sensível para todas as artes, e era amante de Max Eastman, com quem se correspondia frequentemente.

Charlie Chaplin e Max Eastman

Depois que o diretor a conheceu pessoalmente, ficou fascinado com seu conhecimento e posição intelectual. Iniciou-se daí um relacionamento envolvendo Chaplin – Florence – Eastman. Os três frequentavam as mesmas festas, sempre regadas a muita bebida e farras.

Como Eastman viajava bastante, pediu para Charlie “cuidar” de Florence enquanto ele estava fora. Com isso, ele praticamente empurrou um nos braços do outro. Foi o suficiente para os dois iniciarem um tórrido romante, que foi uma junção de aventura e angústia por trair o próprio amigo. Mas Chaplin, dessa vez, cuidou dela, tentando gerenciar sua carreira e vida, sendo a família que ela não possuía.

Florence Deshon e Max Eastman

Chaplin amou Florence, mas naquele momento ele amava muito mais sua liberdade. E também tinham os seus traumas: ele achava que Florence jamais iria preferir um baixinho como ele do que um homem como Max Eastman. Ela ficou confusa e insegura, e acabou voltando para Max, indo encontra-lo na cidade onde estava. Na chegada, ele percebeu que ela estava ardendo em febre. Na verdade, ela havia feito um aborto e quase morreu com o acontecido. Se a criança tivesse nascido, teria sido filha de Chaplin.

Florence amargou dias de solidão, depois que seu romance com Max e Chaplin terminou. Ela suicidou-se em 1922, ligando o gás em seu apartamento, em Nova York. Tinha apenas 29 anos. Chaplin ficou abalado, e o romance entre os dois acabou servindo de inspiração para a cena inicial de Luzes da Ribalta, em que ele salva a dançarina de circunstâncias idênticas. Reflexo do que ele gostaria de ter feito? Nunca saberemos.O fato é que ele não cita uma palvra sobre ela em sua biografia, e se negou a tratar do assunto mesmo anos depois do acontecido.

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Fontes:
Chaplin uma Biografia Definitiva, de David Robinson
História da Minha Vida, de Charles Chaplin
Chaplin, o Contraditório Vagabundo, de Joyce Milton

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