Ah os amores. Quando pensamos em casais clássicos do cinema lembramo-nos de Bacall e Bogard, de Elizabeth Taylor e Richard Burton e também de Vivien Leigh e Laurence Olivier. Mas está aqui um dos casais mais bonitos do cinema clássico: Romy Schneider e Alain Delon. E é sobre eles que vamos falar hoje.
Nascida em 23/09/1938 em Viena, Romy Schneider chamava mesmo a atenção pela beleza. E aos 14 anos estreou ao lado de sua mãe, a atriz Magda Schneider em “Quando voltam a florescer os lilases”. Aos 17 passaria para o papel de sua vida: Sissi e suas continuações.
Claro que posteriormente ela lutaria para que as pessoas não a vissem apenas como a imperatriz. Alheia aos tabus fez uma adolescente lésbica interessada em sua professora em Senhoritas de Uniforme (1958), em uma de suas melhores performances. E foi neste mesmo ano que ela conheceu Alain Delon quando foi convidada a estrela Christine (1958). Romy Schneider era uma mulher muito inteligente, que sabia falar várias línguas e soube aproveitar as oportunidades quando chamada a trabalhar com os melhores diretores e atores da época.
Alain Delon já teve um início de vida mais problemático, o que talvez explique seu comportamento muitas vezes errático. Ele nasceu em 8 de novembro de 1935 em Sceux, França. A vida em casa foi meio conturbada com seus pais divorciando-se quando ele tinha 4 anos. Nesse período o garotinho foi viver com pais adotivos até que os adultos decidissem o que fariam com ele. Foi somente com a morte do casal que seus pais verdadeiros o colocaram em vários colégios internos, e ele foi expulso de cada um deles. Pergunto-me, como se transformar em um adulto são nessas condições. Na verdade o ator não fala mais com os pais há muito tempo.
Mas Delon se tornou um adulto bonito, passou quatro anos no serviço militar e após sair de lá por indisciplina, foi para a França e depois de trabalhar como porteiro, vendedor e garçon, conheceu por acaso a atriz Brigitte Auber (que inclusive está viva e participou, dentre outros de Ladrão de Casaca, 1955) e partiu para Cannes. Lá foi visto por David O. Selznick que lhe ofereceu um contrato na América. Alain não estava interessado a estudar inglês, por isso não aceitou. Mesmo assim conseguiu um contrato na França mesmo, estrelando Sois belle et tais-toi (1957) e o romance Christine (1958). Se tornaria um dos maiores atores de sua geração, trabalhando com os melhores diretores e mostrando que não era apenas belo, mas também um ótimo ator. Mas vamos à Christine.
Os dois foram atraídos um pelo outro inevitavelmente, inciando um romance que duraria cinco anos. Como eram belos, carismáticos e famosos atraíam todo tipo de publicidade na época, se tornando os queridinhos do público e também das reivstas e jornais. Não foram poucos os ensaios fotográficos (lá embaixo mostro alguns). Os dois tinham tudo para não dar certo, Romy era uma mulher calma,mansa e quase inocente ao passo que Delon, pela natureza da sua educação era arisco.
Apesar das diferenças, os dois foram morar juntos, mesmo que a família da atriz não aprovasse. Apesar de viver no mundo artístico, Maria, mãe de Romy, era bem tradicional e não aprovava que eles morassem juntos sem se casar. Os dois noivaram para tentar aplacar a fúria da família materna, mas não conseguiram. Pouco tempo depois Alain soltou a fera que escondia no início do romance. Ele sabia como humilhar e deixar Romy mal por semanas. Ele também a traia constantemente.
O par romântico tinha problemas. Um deles é que apesar de demonstrar carinhos públicos, Alain não parecia disposto a se casar-se. As brigas eram constantes desde o início, e apesar de os jornais anunciarem o casamento diversas vezes, ele jamais aconteceu.
E foi a imprensa, a mesma que apresentou o casal e que insistia em vê-los casados que fez chegar a Romy a notícia de que em 1963 flagraram o ator com outra mulher, Nathalie, com quem ele casaria no ano seguinte e teria um filho, Anthony. Alan Delon acabou o relacionamento com um bilhete que dizia “Vou para o México com Nathalie”.
As drogas e álcool acabaram sendo o refúgio para a atriz, que chegou a pensar no suicídio. Ela entregou-se à carreira, querendo que o público esquecesse completamente Sissi. Trabalhou na Itália, França e também no teatro, mostrando também ser uma bela e excelente atriz. Romy se casaria mais duas vezes. A primeira com Harry Meyen, com quem teve seu trágico filho Daniel (saiba mais nessa matéria) e a segunda com Daniel Biasini, com quem teria sua filha.
Romy e Alain voltaria a se encontrar na tela, no filme A Piscina. Nesse período ela estava casada com Harry, com quem teve um filho. Mas mesmo assim houve uma torcida dos fãs para que eles voltassem, mas só o casal sabia que era impossível.
Mesmo já em fase de separação de Nathalie, o coração de Romy já não batia tanto por ele. Até hoje não há provas se eles tiveram de fato um revival durante as filmagens, mas Harry, marido de Alain não gostou de vê-los juntos e em 1973, depois de anos sofrendo, não mais aguentando viver ao lado dela, pediu o divórcio. Ele se enforcou em 1979 e logo em seguida ela perderia o filho Daniel de maneira trágica: ele foi pular um muro mas foi perpassado pelas pontas da grade de um portão.
https://youtu.be/bEDipN6HBdA
Romy entregou-se à bebida, que aliada aos depressivos são uma bomba. A morte do filho fê-la se entregar totalmente, e em 29 de maio de 1982 seu coração não aguentaria. A atri faleceu de uma parada cardíaca. Alain casaria-se além de Nathalie, com Rosalie Van Bremer. Hoje em dia ele permanece sozinho.